01 dez - 2021 • 21:00 > 01 dez - 2021 • 22:00
01 dez - 2021 • 21:00 > 01 dez - 2021 • 22:00
Vencedor
do 7º edital da Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos do Centro
Cultural São Paulo, o texto A
DOENÇA DO OUTRO,
de
Ronaldo
Serruya
estreia no Espaço Cênico Ademar Guerra, do Centro Cultural SP. Com direção de
Fabiano Dadado de Freitas e atuação do próprio autor, o solo traz à cena um
diálogo sobre os corpos convivendo com HIV, suas estigmatizações e as
conquistas sociais.
Em A DOENÇA DO OUTRO, Ronaldo Serruya propõe o formato
de uma palestra-performance, mas de uma forma mais interativa, onde o público
não fique apenas recebendo toda a informação. O espetáculo que,
ao mesmo tempo toma o rigor teórico e documental do formato palestra, joga com
a teatralidade através do videografismo, permeando toda a encenação com
projeções em vários locais, inclusive no figurino.
Ronaldo
Serruya recebeu o diagnóstico positivo para HIV em 2014. Depois de um período
de elaboração e relacionamento com a revelação, encontrou nos discursos
artísticos uma maneira de debater, criticar e confrontar toda a construção dos
estigmas em torno da doença.
“Para a
maioria o corpo portador do HIV é um corpo perigoso, recusado, fracassado e
sigiloso. Escrever a peça era um sonho antigo, agora materializado como forma
de recusar o silêncio e a culpabilização”, explica Serruya. Para ele, nesses 40
anos de HIV no mundo os avanços científicos foram enormes, mas o preconceito e
a “sorofobia” fazem do HIV uma doença social.
Arte x
HIV
Atravessamento pessoal, A DOENÇA
DO OUTRO é um processo autoral, já que Ronaldo Serruya é o autor e ator
do monólogo. Para não deixar um contaminar o outro, Serruya convidou Fabiano
Dadado de Freitas para assumir a direção trazendo novas possibilidades para a
encenação.
Os dois que já se conhecem a muito
tempo ainda não tinham trabalhado juntos em um espetáculo teatral, mas criaram o projeto Como eliminar monstros: discursos artísticos
sobre HIV/ AIDS, que analisa a história social
da doença e
reflete sobre os estigmas que rondam corpos positivos através da fricção
entre Arte x HIV.
Como diretor,
Dadado traz para a encenação um tom de convocação reconhecendo as questões
trazidas pelo texto. “Apostamos no formato de palestra-performance, mas em uma
construção conjunta com a plateia”, adianta. Ele ainda conta que a opção pelo
uso de várias projeções ajudará nesse contato mais direto com o público. “Ao
longo do espetáculo a performance invade a palestra.”
Além do
videografismo proposto na cenografia, o espetáculo conta com figurino criado
por Luiza
Fardin (vencedora dos prêmios Cesgranrio,
Shell e APTR 2016 na categoria melhor figurino pelo espetáculo Se eu fosse
Iracema). O figurino em tons claros apresenta uma concepção descontruída e
assimétrica e servirá também como plataforma de projeção.
Desfilmar
o imaginário
Integrante do Grupo XIX de Teatro e do
Teatro Kunyn, grupo de teatro com montagens sobre o universo gay, Ronaldo
Serruya escreveu em 2017 Desmesura, encenada pelo Kunyn. “Protegido pela
ficção escrevi o texto já com muitas referências ao HIV, pois busquei
inspiração na vida
do dramaturgo argentino Raul Taborda Damonte, o Copi, que morreu em decorrência
de complicações oriundas da doença, ainda na década de 80. Já com A DOENÇA DO OUTRO o objetivo é ‘desfilmar’ todo o imaginário de
estigmatização e preconceito que, principalmente o cinema trouxe sobre um corpo
portador de HIV”, conta o autor e ator.
Para ele,
a estreia de A DOENÇA DO OUTRO não é um ato heróico ou de coragem, mas uma contribuição
singela para o reconhecimento e uma digna reverência ao corpo positivo.
Sobre Ronaldo
Serruya
Ator e dramaturgo de um
dos mais importantes grupos de teatro do país, o Grupo XIX de Teatro (SP),
premiado no Brasil e no exterior. Em 2009 fundou o Teatro Kunyn, coletivo que pesquisa a questão queer nas artes
cênicas. Pelo texto Desmesura ganhou o Prêmio Suzy
Capó no 25º Festival MIX da Diversidade.
Desenvolve também o projeto Como
eliminar monstros: discursos artísticos sobre HIV/ AIDS,
projeto que analisa uma história social da doença e reflete sobre os estigmas que rondam
corpos positivos através da fricção entre Arte x HIV. Seu texto A Doença do Outro, ganhador do 7º Edital de Dramaturgia em pequenos formatos do CCSP
(SP), é um monólogo sobre sua experiência vivendo com HIV.
Sobre Fabiano Dadado de
Freitas
Diretor, dramaturgo e
ator. Mestre em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ, pesquisa performance,
política e sexualidade. Dirige o Teatro de Extremos: Balé Ralé, de
Marcelino Freire (2017) – prêmio Questão de Crítica e O Homossexual ou a
dificuldade de se expressar, de Copi (2015), que recebeu 13 indicações aos
prêmios Shell, Cesgranrio, APTR e Questão de Crítica. Em 2019 dirigiu 3
maneiras de tocar no assunto, peça que recebeu 17 indicações aos prêmios
Shell, Cesgranrio e APTR. Durante o período pandêmico colabora com o projeto
Museu dos Meninos onde dirigiu e roteirizou a performance Arqueologias do
Futuro e as peças sonoras Sem título para uma radiocoreografia, no
Festival Panorama. Idealizou e ministrou seis turmas do curso Como eliminar
monstros: discursos artísticos sobre HIV-AIDS junto com Ronaldo Serruya.
Orientou cinco podcasts no festival Breves Cenas de Manaus em que também
colaborou como diretor artístico. Em 2021 retomou a pesquisa das
radiodramaturgias ministrando a oficina Radiodrama: um teatro para os ouvidos pelo
SESC SP e dirigindo as séries A Mulher do início do Mundo e O Viaduto
para a série Ficções do Itaú Cultural.
Ficha Técnica:
Idealização, Texto e
Atuação – Ronaldo
Serruya
Direção – Fabiano Dadado de Freitas
Videoarte e Cenografia – Evee Avila e Mauricio Bispo
Edição e Filmagem – Caio Casagrande
Figurino – Luiza Fardin
Iluminação – Dimitri Luppi Slavov
Trilha Sonora Original – Camila Couto
Assessoria de Imprensa – Nossa Senhora da Pauta
Designer Gráfico – Rafael Fortes
Fotos e Assessoria de
mídias sociais –
Jonatas Marques
Produção – Cristiani Zonzini.
Você poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.
Saiba como editar participantesRua Vergueiro, 1000, Sala Ademar Guerra, Paraíso
São Paulo, SP
Ronaldo Serruya
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