Quando dois corpos celestes orbitam em torno de um centro de massa comum, para quem os observa, eles aparentam ser um corpo único. Esse fenômeno celeste é classificado pela astronomia como sistema binário. Quando vários artistas se unem em torno de um só objetivo, trazendo consigo todas suas referências, desejos, urgências e inquietações, com um pensamento horizontal e sem pudores estéticos ou linguísticos, surge então o teatro que nos interessa.
Nesse caminho, surgiu o desejo de criar o Coletivo Binário. Um espaço de criação nascido da vontade de buscar um ambiente profícuo para a produção colaborativa e experimental. Que, por meio de uma ideia comum, outros artistas também se aproximem e comecem a trabalhar com um objetivo comum: criar. Um lugar em que junto e misturado sejam um valor e uma premissa, não uma barreira. Pode cinema, pode dança, pode música erudita e rock experimental, pode tecnologia e analogia, pode texto clássico e dramaturgia contemporânea, pode ser político ou ser apenas poético, pode Crtl C + Crtl V, enfim, pode ser tudo, no entanto, sempre em coletivo. No Coletivo Binário, somos vários desejos e vozes criadoras que se encontram, a partir de duas forças primárias, e passam a ser uma só. Uma voz final, buscando sempre atingir uma meta: o público. Queremos que ele veja, reflita e participe conosco.
Fruto desta inquietação, o Coletivo Binário possui em repertório o drama contemporâneo “180 Dias de Inverno”, baseado na obra do multiartista Nuno Ramos com direção de Nando Motta; A comédia musical “Rodolfo e a Crise”, com direção de Nando Motta e texto e atuação de Elder torres. E em 2018, o coletivo estreou seu mais novo trabalho, a comédia dramática “O Que Fazer Com o Resto Das Árvores?”, com direção de Larissa Matheus, texto de Elder Torres e atuação de Nando Motta e Elder Torres. Estes espetáculos já foram agraciados com mais de 10 prêmios e 15 indicações, além de ter se apresentado em diversas cidades e festivais no Brasil, para um público de mais de 300.000 pessoas.