O curso apresenta um panorama da história da fotografia no Brasil, mostrando o desenvolvimento da técnica e os principais dilemas e embates das diferentes linguagens. Organizado cronologicamente, o percurso das aulas começa com a invenção da fotografia por Hercule Florence e os primeiros profissionais do campo e chega até os artistas mais contemporâneos, como Sebastião Salgado e Miguel Rio Branco. Os encontros baseiam-se em aulas expositivas e projeções de imagens, com o objetivo sempre de traçar relações tanto com o contexto social e político da época quanto com as biografias pessoais dos artistas. A maioria das aulas se concentram no nome de um fotógrafo que se destaque pela sua produção artística singular e pela sua relevância no contexto nacional.
Programa
- Aula 1: Os primórdios da fotografia no Brasil - O início da fotografia do Brasil será apresentado a partir da invenção da fotografia por Hercule Florence no Estado de São Paulo; a chegada das câmeras de daguerreótipos, sobretudo no Rio de Janeiro, e o incentivo de D. Pedro II para a expansão na utilização deste instrumento no país.
- Aula 2: O pictorialismo e a fotografia moderna - Diante do espanto da invenção da fotografia, artistas e intelectuais discutem sobre o papel da fotografia na sociedade como um meio ligado à indústria ou às belas-artes. Como uma resposta àqueles que entendiam a foto como um registro perfeito demais para estar no campo das artes, foi criado o movimento pictorialista que chegou no Brasil no início do século XX, sobretudo através dos fotoclubes cariocas.
- Aula 3: Fotografia de imprensa - Ainda na primeira e segunda década do século XX, as revistas eram instrumentos tímidos de divulgação da fotografia. Contudo, o fotógrafo francês Jean Monzon renovou profundamente a revista O Cruzeiro, dando amplo espaço para a divulgação de fotografias, como era de costume nos periódicos internacionais como a Life e a Paris Match. Este fato alterou toda a história do fotojornalismo no Brasil.
- Aula 4: Pierre Verger - Em 1932, quando tinha 30 anos de idade, Pierre Verger decidiu viajar por diversos países fotografando comunidades tradicionais, algumas delas que estavam prestes a desaparecer. Com isso, Taití, Estados Unidos, Japão, China, México, Filipinas, Guatemala, Peru e Bolívia são alguns dos países pelos quais Verger passou antes de chegar ao Brasil em 1946 – país que adotou como seu favorito.
- Aula 5: Sebastião Salgado - Certamente o fotógrafo brasileiro mais renomado, Sebastião Salgado iniciou suas atividades como fotógrafos durante as viagens que fazia pela International Coffee Organization à países da África. Impressionado pelas possibilidades da câmera fotográfica, abandonou sua carreira promissora de economista para tornar-se fotojornalista.
- Aula 6: Miguel Rio Branco - Nascido na Espanha, Miguel Rio Branco, filho de diplomata, aos 18 anos já morara na Argentina, em Portugal, Brasil e Suíça e dedicava-se a pintura como sua atividade principal. Durante a Ditadura Militar, retornou ao Brasil onde teve contato com o cinema e com a fotografia. Poucos anos depois, retornou a Nova York, onde encontrou artistas brasileiros como Hélio Oiticica e fez seu primeiro contato com a agência Magnum, da qual seria membro futuramente. Em 1978, Miguel Rio Branco organizou uma exposição que seria central em sua trajetória chamada Negativo Sujo.
Sobre o professor
Formado em Arquitetura e Urbanismo pela Escola da Cidade e pós-graduando pela mesma instituição, Alexandre Kok Martins estuda fotografia há mais de sete anos, realizando pesquisas científicas com temática ligada à fotografia no contexto urbano de São Paulo. Em 2019, publicou o artigo Limiares de São Paulo na revista Cadernos de Pesquisa #8. Desde 2016, possui um laboratório de fotografia analógica pessoal, onde realiza seus trabalhos autorais, como o ensaio fotográfico “Entre Espaços e Caminhos”. Em 2019, trabalhou como estagiário no estúdio do fotógrafo Bob Wolfenson. Como professor, ministra cursos sobre a história da fotografia no Brasil e na América Latina através de escolas como a Pardal Cursos e a Câmera Viajante. Em 2020, deu o curso “Diálogos entre a Arquitetura e a Fotografia”, na Escola da Cidade. Atualmente, segue pesquisando sobre história e crítica da fotografia brasileira e latino-americana.