22 set - 2021 • 17:30 > 13 out - 2021 • 17:30
22 set - 2021 • 17:30 > 13 out - 2021 • 17:30
Do fotojornalismo ao arquivo: mulheres fotógrafas na América Latina, com Erika Zerwes
22 e 29 de setembro, 6 e 13 de outubro
quartas-feiras, das 17h30 às 19h30
via Zoom
4 encontros, grátis, com inscrição prévia
SINOPSE
Como defende Ariella Azoulay em Potential History, desfazer a lógica colonial implica também questionar a utilização de conceitos políticos como cidadão, arquivo, arte, soberania, e direitos humanos, assim como categorias como o novo e o neutro, que reforçam a vontade imperialista de “progresso”. As fotógrafas discutidas propõem abordagens originais e diversas da ideia de arquivo, seja o arquivo do presente, produzido pelo trabalho jornalístico, seja questionando e ressignificando arquivos fotográficos próprios ou institucionais. Desse modo, colocam em xeque narrativas históricas oficiais relativas a momentos de conflitos sociais e políticos na América Latina na segunda metade do século XX.
PROGRAMA
1- Fotografia de estúdio e fotografia moderna
Um panorama introdutório sobre as principais questões
históricas relacionadas à participação das mulheres no ofício da fotografia: o
ensino da fotografia de estúdio para mulheres na América Latina entre fins do
século XIX e início do XX; a chegada da fotografia moderna, em especial com
Tina Modotti no México; e a geração de fotojornalistas brasileiras da década de
1950.
2 - Fotojornalismo e
imagens apropriadas
As diferentes formas pelas quais a ditadura militar brasileira foi questionada pelo trabalho fotográfico de
mulheres. Esse engajamento ocorreu no
calor do momento, como foi o caso da cobertura fotojornalística que profissionais como Nair Benedicto e Rosa
Gauditano fizeram dos movimentos sociais e das greves do ABC, que ajudaram a
acelerar a queda do regime autoritário. Aconteceu também por meio do
trabalho de artistas como Anna Bella Geiger e Rosangela Rennó, que ao se apropriarem de imagens, reinterpretarem e reconstruirem arquivos fotográficos, questionaram conceitos sobres os quais
a ditadura se construiu.
3 - Fotojornalismo, livro
de fotografia e exposição fotográfica
O trabalho da norte-americana Susan Meiselas e das
fotógrafas participantes da agência de fotojornalismo chilena AFI, em especial
Paz Errázuriz, Helen Hugues e Kena Lorenzini. Enquanto estas últimas produziram
um arquivo de imagens que narram o período da ditadura de Pinochet, e que em
parte ficou por muitos anos inédito, Meiselas desenvolveu diversos trabalhos
relacionados a conflitos na América Latina. Responsável por imagens que se
tornariam ícones e participariam da representação visual de tais eventos históricos,
Meiselas também retomou seu arquivo por diversas vezes, chegando a por em
questão a própria forma com que elas narraram estes eventos históricos.
4 - A fotografia e os
desaparecidos
Esta aula se concentrará nos trabalhos fotográficos
que questionam um dos principais aspectos da ditadura argentina, os
desaparecidos, por meio do trabalho de fotógrafas como Helen
Zout, Paula Luttringer e Lucila
Quieto. Tais obras se apropriaram de arquivos oficiais da
ditadura finalmente reabertos depois de décadas, produziram novas imagens em
lugares de memória ou retratos de sobreviventes, bem como criaram novos
arquivos, por vezes fictícios, baseados em arquivos pessoais. Dessa
forma, foram capazes de questionar versões oficiais e elaborar novas e transgressoras representações
imagéticas dando conta de um capítulo da história levado a cabo justamente com
a intenção de não deixar vestígios.
PROFESSORA
Erika Zerwes é graduada em filosofia e doutora em história pela Unicamp, com estágio-sanduíche na EHESS-Paris. Realizou seu pós-doutorado no MAC-USP, pesquisando a fotografia humanista em seus diversos aspectos e dimensões políticas. É autora de Tempo de guerra: cultura visual e cultura política nas fotografias dos fundadores da Agência Magnum (2018). É também coautora, com Iara Schiavinatto, de Cultura visual: imagens na modernidade (finalista do Prêmio Jabuti 2019) e, com Helouise Costa, de Mulheres fotógrafas / Mulheres fotografadas: fotografia e gênero na América Latina (2021). Atualmente é fellow no DfK-Paris.
IMAGEM DE DIVULGAÇÃO
Mulheres pela Vida,
da série Protestos, 1989. Coleções Fundación MAPFRE © Paz Errázuriz,
cortesia da artista. Presente na exposição Paz Errázuriz, exibida no IMS
Paulista entre 13/10 e 23/12/2020.
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Instituto Moreira Salles
O Instituto Moreira Salles está presente em Poços de Caldas, Rio de Janeiro e São Paulo. Seu importante acervo está distribuído em quatro áreas: Fotografia, Música, Iconografia e Literatura. O IMS organiza e recebe em seus centros culturais exposições, promove mostras de cinema e espetáculos musicais, publica catálogos de exposições, livros de fotografia, literatura e música e duas revistas, ZUM e serrote. O acesso aos centros culturais e a várias de suas atividades é gratuito.
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