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ELEITOR, ESCUTA! é um experimento cênico em constante construção.  

Com dramaturgia construída a partir do texto original de Sébastien Faure, de 1919, o trabalho aborda a questão eleitoral partindo do ponto de vista do anarquista mas não para por aí. Precisa dos espectadores para chegar ao fim. Vamos nessa?  

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Por que encenar ELEITOR, ESCUTA! logo após as eleições?  

Não deveria ser encenado justamente antes, já que é um texto anarquista contra o voto? 

Nem mesmo é um texto teatral. Trata-se na verdade de um manifesto, um panfleto para operários. 

Sébastien Fauré estava de fato, em 1919, defendendo abstenção como estratégia de emancipação dos indivíduos. João Raphael Alves, em 2020, não defende. 

Talvez eu esteja apresentando este trabalho justamente para fazer esta reflexão, debater essa proposta. Para discutir e decidir o meu posicionamento para as próximas eleições, daqui a 2 anos. Não está cedo para pensar a respeito, concordam? Sem dúvida, será uma das eleições mais importantes de todos os tempos. 

Devemos renovar ou romper nosso pacto com este “dever cívico”? Pessoalmente, acho que sozinhos não vamos a lugar algum. Então, nada mais propício do que marcar um encontro e debater com os maiores interessados. Os Espectadores. Os Atores. O Povo. 

“O diálogo, a cooperação, a paz são demasiado preciosos para continuarem entregues, quase exclusivamente, ao exercício político.” José Saramago 

Texto  Sébastien Faure (tradução Plínio Coelho)

Criação, Atuação e Dramaturgia  João Raphael Alves 

Supervisão de Direção  Ricardo Rocha