02 ago - 2022 • 19:00 > 08 ago - 2022 • 19:00
02 ago - 2022 • 19:00 > 08 ago - 2022 • 19:00
Águas Queimam na
Encruzilhada:
espetáculo inspirado na vida cotidiana do
Bixiga traz nova estética do Teatro do Incêndio
Cia.
Teatro do Incêndio estreia no dia 30 de julho (sábado, às 19h) o
espetáculo Águas Queimam na Encruzilhada, texto inédito de Marcelo Marcus Fonseca, também diretor
da montagem. O enredo traz histórias de vidas entrelaçadas por um bairro que se
despedaça e resiste ao tempo, preservando sua paixão por uma escola de samba.
Sob o olhar delirante e atento
de Seu Luiz (Gabriela Morato), uma catadora de lixo, e a presença amistosa de Wanderley
(Marcelo Marcus Fonseca), um compositor da velha guarda do samba, alcoólatra,
as dores e pequenas alegrias de moradoras e moradores de um bairro são
apresentadas em um desfile de sonhos e perdas.
A peça é uma ode à vida,
tendo como pano de fundo uma escola de samba que é o ponto de convergência das
personagens que trabalham de forma invisível para o carnaval. “Esta criação do
Teatro do Incêndio é um desafio de linguagem que busca, entre a dramaturgia
realista e o surrealismo, um mergulho no lugar mais fundo do cotidiano,
traduzindo ’vidas simples’’ como poesias inconscientes”, revela o diretor
Marcelo Marcus Fonseca.
Ao todo, 10 personagens
têm suas trajetórias contadas em uma espécie de novela dostoievskiana, em dois
atos de movimentos distintos: o interior de suas casas e a rua/quadra da
escola. As histórias se cruzam no cotidiano, entre elas: a cartomante enfrenta
a doença do filho recém-nascido; um jovem poeta do sul do país transita pelos
bares sem perspectivas; desempregados, o casal Zé e Nina carregam suas dores; a
manicure esconde um grave problema de saúde e mantém-se presente na vida da
comunidade; uma ex-passista vive as consequências do trauma que a afastou da
escola de samba.
“O discurso de Águas
Queimam na Encruzilhada é a vida diária. Não há espaço para palavras de
ordem. Aqui as opiniões do autor e as denúncias foram eliminadas, cedendo lugar
ao enfrentamento das dificuldades por quem está nesse lugar, sem olhar de
piedade, indignação ou protesto, mas visando a grandeza do viver”, afirma o
diretor e dramaturgo. Segundo ele, a companhia chega com uma nova estética, uma
nova forma de abordar a vida. “Diferente do que vínhamos apresentando nas
últimas montagens, aqui deixamos a trajetória falar pelas personagens, a
realidade da vida ser traduzida pela poesia”. Segundo ele, a direção buscou a
mudança de timbre para equalizar a voz conjunta do teatro, para a excelência da
interpretação, para o encantamento. “Águas
Queimam na Encruzilhada é uma peça sobre a passagem da vida e o nascimento
de outras expectativas. Elucida a precariedade de nossa existência, mas também
a beleza que habita cada respiração sagrada. Foi um longo processo de
experimentação na busca da melhor atuação para a transmissão limpa dessas
trajetórias”, argumenta.
A cenografia é composta
por carrinhos irregulares que se movem pelo espaço cênico, bem próximos do chão,
numa referência aos rios que correm sob a cidade com seus cursos irregulares,
como o destino das personagens que habitam esse espaço, que pode ser o Bixiga
ou qualquer outro lugar. “É quase o chão que se movimenta, o que muda é ao
ponto de vista. Os lugares são identificados pela interpretação: casa, rua,
escola de samba ou carros alegóricos”, comenta o diretor. A direção musical
assinada por Renato Pereira traz nuances de uma ópera popular. A trilha sonora
é executada ao vivo, com músicas compostas por Marcelo Marcus Fonseca, algumas
em parcerias com Paulinho Pontes, e sambas (da velha guarda) cantados em quadras
de escola.
O trabalho de pesquisa e
escrita do texto, inspirado no Bixiga, e a construção do espetáculo é resultado
do projeto Sou
Encruzilhada, Sou Porta de Entrada. Sou Correnteza da Vida, Esquina Cortada:
Ave, Bixiga!, contemplado na 36ª edição da Lei de
Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo, permitindo ao Teatro do Incêndio
dar continuidade à sua obra e às suas ações durante a pandemia. Para compor a
obra foram realizadas ações de escuta em sete rodas de conversa com mestres e
mestras da cultura tradicional, ligados ao carnaval, entre eles Fernando
Penteado, Thobias da Vai-Vai, Landão, Sonia Branco, Mestre Zulu, André Machado,
José Pedrosa, Gláucio Roberto e representantes da Ala das Baianas da Vai-Vai.
Segundo Fonseca, o espaço
foi reorganizado pela perspectiva da linguagem que estão reconstruindo. “Agora o
teatro é vazado, de ponta a ponta, para acolher o desenho da palavra, a
cadência das vozes e da escola que pulsa nas personagens”. Ele explica que Águas
Queimam na Encruzilhada é uma
reconquista da palavra simples, seca, cotidiana, com o peso que ela pode ter.
“Não é preciso um grande vocabulário para ter uma profundidade de alma”,
finaliza Marcelo Marcus Fonseca.
FICHA TÉCNICA
Texto
e direção geral:
Marcelo Marcus Fonseca.
Elenco: Gabriela Morato, Elena Vago, Camila
Rios, Francisco Silva, Almir Rosa, Marcelo Marcus Fonseca, André Souza, Cintia
Chen, Yago Medeiros, Laura Nobrega, Jhenifer Delphino, Amanda Marcondes,
Isabela Heloisa, Moiisés, Rafael Mariposa e Valcrez Siqueira.
Direção
de produção: Gabriela
Morato.
Direção
musical e trilha original:
Renato Pereira.
Música
ao vivo: Renato
Pereira, Renato Silvestre, Jason
Ricardo, Yago Medeiros e Rafael Mariposa.
Músicas: “Minha Tese”, “Deus É Maior” e “Pra
Quem Viu Subir Poeira” (Marcelo M. Fonseca e Paulinho Pontes); “Zé da Nina” e
“A Máscara da Escola” (Marcelo M. Fonseca).
Orientação
musical - bateria de escola de samba:
Alysson Bruno.
Orientação de
movimento: Vera Passos
Orientação Vocal: Edi Montecchi
Iluminação: Rodrigo Alves “Salsicha”.
Assistência
de iluminação e operação de luz:
Valcrez Siqueira.
Figurinos: Gabriela Morato.
Espaço
cênico e cenografia:
Gabriela Morato e Isabela Heloisa.
Adereços: André Souza, Rafael Mariposa e
Gabriela Morato.
Confecção
de figurinos, adereços e cenografia:
Cia. Teatro do Incêndio.
Fotos/divulgação: Arô Ribeiro e Alécio Cezar (externas).
Assessoria
de imprensa: Eliane
Verbena.
Design
gráfico: Gus Oliveira.
Idealização
e produção: Cia. Teatro
do Incêndio.
Realização: Secretaria Municipal de Cultura, por
meio da Lei de Fomento ao Teatro Para a Cidade de São Paulo - 36ª edição.
Serviço
Espetáculo: Águas
Queimam na Encruzilhada
Estreia: 30 de julho de 2022 - sábado, às 19h
Temporada: sábado, domingo
e segunda, às 19h - Até 26/09/22
Ingressos: R$ 10,00
(inteira), R$ 5,00 (meia) e Grátis (moradores da Bela Vista com comprovante de
residência)
Duração: 180 min (dois
atos com intervalo).
Classificação: 14 anos.
Gênero: Drama. Capacidade: 60 lugares.
Teatro
do Incêndio
Rua Treze de Maio, 48 -
Bela Vista / Bixiga. SP/SP.
Espaço com acessibilidade.
www.teatrodoincendio.com |
@teatrodoincendio.
Estacionamento conveniado:
15,00 - Rua Treze de Maio, 47.
Você poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.
Saiba como editar participantesRua Treze de Maio, 48, 48, Bixiga
São Paulo, SP
Gabriela Morato
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