As Jornadas Técnicas, promovidas pela Diretoria de Promoção do IEPHA-MG, visam fomentar o diálogo entre pesquisadores, especialistas, detentores e profissionais atuantes no campo do patrimônio cultural. A iniciativa corrobora com os princípios da instituição de promover e estabelecer intercâmbios entre os vários agentes e a sociedade como um todo. Dessa forma, a ação se configura como um importante canal de interlocução e troca de experiências em torno da área do conhecimento. 

A 3ª edição das Jornadas Técnicas de 2025:  Mulheres e a Arte em Barro do Vale do Jequitinhonha, com inscrições e emissão de certificado pelo Sympla e a transmissão  pelo canal do IEPHA-MG no YouTube. 

A introdução temática ficará a cargo da gerente de Patrimônio Cultural Imaterial, Nicole Batista, e a mediação ficará a cargo da analista Steffane Santos. 

Convidados dessa edição:

Convidado 1: “Sou Maria Lira Marques, nascida em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha, em Minas Gerais, no dia 13 de janeiro de 1945. Minha mãe se chamava Odília, era lavadeira, e meu pai, Tarcísio, era sapateiro. Meu interesse pelo barro vem desde a infância, por volta dos cinco anos de idade, ao observar minha mãe fazer pequenos presépios todo ano, na época do Natal, para presentear os vizinhos. Meus primeiros trabalhos, no entanto, foram feitos com cera de abelha, que meu pai usava nos sapatos que confeccionava. Com o tempo, comecei a frequentar o mercado e observar os trabalhos dos artesãos. Cada peça era única, com tonalidades diferentes — algumas mais vermelhas, outras mais claras. Fiquei curiosa e fui investigar. Percebi que cada artesão tinha sua própria maneira de trabalhar o barro. Foi então que conheci Dona Joana Poteira, uma pessoa muito importante na minha trajetória. Ela me ensinou muitas coisas, como por exemplo, a importância de retirar o barro observando as fases da lua. Na década de 1990, precisei interromper meu trabalho com o barro por questões de saúde. Tive um início de depressão, e foi Frei Chico quem me deu força e me incentivou a pintar. No começo, resisti bastante. Ele, sempre muito insistente, dizia que o que eu fazia no barro também era desenho e que minhas pinturas estavam ficando muito bonitas. Eu não acreditava e acabava amassando as folhas que tentava pintar — ele, no entanto, recolhia tudo escondido. Um dia, Frei Chico mostrou esses desenhos para Lélia Coelho Frota que já conhecia meus trabalhos com o barro. Ela disse que gostava muito das minhas esculturas, mas que, se tivesse que escolher, ficaria com as pinturas. Foi assim que iniciei meus trabalhos com a pintura. Aos poucos, fui me sentindo mais tranquila e confiante, mas nunca abandonei o barro completamente pois, uso pigmentos de terra nas minhas pinturas, às quais dou o nome de Meus Bichos do Sertão

Convidado 2: Sou Ducarmo Barbosa, artesã da cidade de Turmalina, filha de artesãos. Faço artesanato há mais de 20 anos, especializada em cerâmica. Aprendi a arte com minha saudosa tia Rosa e, ao longo dos anos, tenho me dedicado a aperfeiçoar minhas habilidades. Atualmente, faço parte de uma associação de artesãos da minha comunidade e sou coordenadora da Rede de Artesanato do Vale do Jequitinhonha. Adoro compartilhar meus conhecimentos com outras pessoas. Minha filha também é artesã, e me orgulho muito de ter repassado para ela tudo o que sei. Sou apaixonada pelas cores do barro, que são uma infinidade.

3ª Jornada Técnica - Mulheres e a Arte em Barro do Vale do Jequitinhonha

Data: 30/04/2025 – Sexta-feira

Horário: 10h às 12h

Canal do Youtube  Assista Aqui