A literatura tem o papel de nos convidar a experimentar a linguagem, abrir novos modos de dizer e, com isso, novos modos de olhar e pensar. Para estes encontros, queremos convidar a literatura para compor com a educação uma reflexão sobre novas formas de estar com as palavras, brincar com elas e produzir estados poéticos capazes de convocar o corpo e a presença.
Para isso, vamos partir da experiência dos Ateliês Abertos desenvolvidos no Programa Estação Férias no Museu da Língua Portuguesa. Os Ateliês são lugares de criação coletiva unindo a prática da escrita, as artes visuais, a literatura e a poesia. As atividades buscam afastar a escrita da ideia de funcionalidade, de clareza e de linearidade para que ela possa ser processo, movimento e gesto de criação.
Os participantes serão convidados a criar proposições/enunciados de experimentação com as palavras a partir de suas áreas de atuação.
Aula 1: O que a literatura pode ensinar à educação?
Abertura de referências a partir de Jorge Larrosa, Roland Barthes e Glória Anzandùa
Aula 2: Partilha de práticas do Ateliê Aberto e instauração de um ateliê de experimentação com as palavras, a partir das experiências do Programa Estação.
Escolha de uma referência disparadora para a criação de um Ateliê Aberto.
Aula 3: Escuta e partilha dos projetos dos participantes.
Referências
ANZALDÚA, Glória. Falando em línguas: uma carta para mulheres escritoras do terceiro mundo, Revista Estudos Feministas: Florianópolis, 2000.
BARTHES, Roland. Aula. São Paulo: Cultrix, 2013.
GLISSAND, Edouard. Pela Opacidade. Revista Criação & Crítica, 2008.
LARROSA, Jorge. Linguagem e Educação depois de Babel. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
Ângela Castelo Branco é doutora em Artes pelo Instituto de Artes da UNESP e mestre em Literatura e Educação pela mesma universidade. Poeta, arte educadora e fundadora d’A Casa Tombada - Lugar de Arte, Cultura, Educação. Coordena ações educativas em exposições de artes visuais e literatura como A Biblioteca à noite no SESC Avenida Paulista e a exposição REVER – Augusto de Campos, no SESC Pompeia. Criadora da pós-graduação Gestos de Escrita como prática de risco e professora de escritura nos cursos de pós-graduação A arte de contar histórias – abordagens poética, literária e performática e O livro para a infancia – realizados pela Casa Tombada em parceria com a Facon. É autora dos livros Epidermias e É vermelho o início da árvore. Escreve no www.angelacastelobranco.blogspot.com.