28 mai - 2025 • 19:00 > 28 mai - 2025 • 21:00
28 mai - 2025 • 19:00 > 28 mai - 2025 • 21:00
SOBRE:
o amor por compartilhar conhecimentos y epistemes dissidentes da brava também envolve um amor todo especial pelo livro e pela leitura — especialmente aqueles livros, ficcionais ou não, que contem histórias de pessoas ou personagens que escapam às estritas, estreitas e tantas vezes violentas normas da ciscolonialidade-branca.
é por isso que em maio de 2025 a brava começa a materializar o sonho de ter seu próprio clube do livro. a primeira edição, que vai acontecer em 28 de maio, trará fabian kassabian e tatiana nascimento conversando sobre o livro trompete, da escritora jackie kay a partir de um da tradução de myriam campello publicada pela editora record em 2002.
só a tradução já tem 23 anos, e o livro em inglês foi publicado originalmente em 1998, 27 anos atrás. mas por que trompete continua tão atual e é tão relevante para quem se interessa pelas intersecções coloniais entre racialidades e gênero?
o romance nos conta a história de joss moody, trompetista escocês de jazz radicado na inglaterra. tendo uma carreira brilhante, com 36 anos de discos lançados e sendo uma referência no gênero musical negro por excelência, o protagonista morre — mas calma, isso não é spoiler: o livro começa assim, com a morte de joss moody.
logo, a narrativa vai nos levar a questionar aquela morte, evitável, caso não houvesse um impedimento do acesso à saúde: uma vez que moody tinha um corpo não enquadrado nas expectativas da cisgeneridade.
o livro é baseado na história verídica do jazzista estadunidense billy tipton, artista branco que viveu entre 1914 e 1989 e, após sua morte, teve sua identidade de gênero — que hoje poderíamos entender como dentro dos espectros das transmasculinidades — revelada.
mas a história de joss moody, a personagem que kay inventa/ficionaliza a partir de tipton, é um jazzista negro que adota, com sua esposa branca, uma criança também negra. e o livro do primeiro clube do livro da brava também foi escolhido por abordar parentalidades de uma maneira singular.
o romance mostra os meses póstumos à morte recente de moody, que é “descoberto” e acusado, pela mídia e pelo biopoder da medicina, como uma suposta fraude de gênero. essa história nos traz reflexões tanto sobre as transmasculindades e transgeneridades quanto sobre a autodeterminação de pessoas negras; bem como sobre as consequências materiais desses entrecruzamentos na vida de uma família interracial, frente à desconexão entre o debate de raça e o debate de gênero que é notável entre as demais personagens, e também no projeto editorial que traz o livro ao brasil.
refletiremos também sobre a própria forma com que essa história é contada, especialmente quanto às palavras escolhidas pela autora e pela tradutora para nomear dissidências/desistências/deserções de gênero.
mais de 20 anos depois, quais são as palavras que temos para falar de corpos que recusam a assignação de sexo-gênero recebida ao nascer? como essa narrativa nos ajuda a pensar nas relações familiares com presenças de corpos que fogem dessas mesmas normativas? o que terá movido jackie kay a marcar raça de forma tão diferente, na personagem, quanto à pessoa real que inspirou a narrativa?
IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:
fabian kassabian navega a dissidência de gênero fora da binariedade, enquanto pessoa transmasculina, idealizador e coordenador da Brava - escola independente e de livre acesso de educação contra-hegemonica - atua como comunicador, produtor e mediador de grupalidades.
tatiana nascimento, não-binária, brasiliense, mãe da Irê. cantora, compositora, escritora, tradutora, editora na padê (que não é cocaína) editorial – cartonera preta lgbtqia+. sua pesquisa sonoro-poética mergulha sentido, melodia, silêncio y ruído em looping, numa reengenharia de sonhos, pensaventos, afeto, negritudes, cerrado & mar. 17 livros publicados. finalista do jabuti (2022). vencedora do prêmio pallas (2024). idealizadora do primeiro Slam das Minas e da primeira formação sobre privilégio branco no Brasil.
INFORMAÇÕES:
Datas: 28/05, das 19h às 21h
INSCRIÇÕES GRATUITAS, com opção de contribuição voluntária.
Opção 01 - Inscrição gratuita
Opção 02 - Colaboração voluntária: R$10
Opção 03 - Colaboração voluntária: R$20
Opção 04 - Colaboração voluntária: R$30
Opção 05 - Colaboração voluntária: R$40
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos
Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.
Saiba mais sobre o cancelamentoVocê poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.
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BRAVA
Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.
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