23 jul - 2023 • 10:00 > 23 jul - 2023 • 14:30
23 jul - 2023 • 10:00 > 23 jul - 2023 • 14:30
SOBRE:
“O que você precisa dizer? Quais são as tiranias que você engole diariamente e tenta tornar suas, até que você adoeça e morra delas, ainda em silêncio?”
(Audre Lorde, Chicago, 1977)
Escreve pra caramba, mas não se vê como escritor(a)? Acha que a escrita não é pra você? Trava toda hora que precisa escrever, mas tem tudo na sua cabeça? Todo mundo diz que você fala muito bem, mas na hora de escrever sente dificuldades? Cola comigo, eu preciso te contar algumas histórias e te fazer provocações que vão mudar definitivamente a sua forma de lidar com a palavra escrita.
As frases acima demonstram algumas de nossas inquietações enquanto pessoas negras. O silêncio nos é imposto desde cedo, assim como a falácia de que a África não produziu memória, história ou conhecimento. Dessa forma, fomos engolidas/os por uma versão unilateral da História, marcada por uma visão eurocêntrica, com a qual não nos identificamos. Ao mesmo tempo, se apropriaram das nossas práticas e estratégias, nos convencendo de que somos um povo apenas de tradição oral e que a escrita não nos pertence. O racismo pressupõe uma teoria racista, que foi eficazmente disseminada.
A literatura é um campo estratégico na luta contra as opressões que vivemos, sejam elas de raça, classe, gênero ou sexualidade, pois elabora um imaginário social. O cenário que temos hoje no Brasil é de uma produção e projeção masculina e branca, por isso, defendemos que esse contexto seja complexificado e ampliado, o que inclui as perspectivas femininas, negras, LGBTQIA+ e periféricas. Existe grande potencialidade nas escritas de si, pois sobrevivemos através das histórias que contamos, das memórias que escrevemos, das marcas dos passos que demos pelo mundo. E somos capazes de viver, falar e escrever por e sobre nós mesmos.
Por meio de leituras de textos literários e acadêmicos (escritos por pessoas negras) e diálogos, esse encontro vem propor reflexões sobre uma escrita antirracista. Incluindo o repertório de narrativas literárias produzidas a partir do Terreiro como um espaço educador. Esse é o espaço para olhar nossas dores individuais e coletivas, conhecer um repertório vasto de escritas e livros, refletir sobre o papel da escrita em nossa sociedade e utilizá-la como instrumento de autoconhecimento, transformação e disputa política de representatividade e memória.
Vamos entender como o racismo impacta nosso desejo e nosso entendimento do que é ser uma boa escritora, um bom escritor. Palavra é força, é energia, é agente de mudança, é encruzilhada, é magia.
Tópicos abordados:
1- O poder da palavra
2 - Memória: as escritas de si como potencial de mudança.
3 - Escrita e Oralidade: tecnologias ancestrais pretas.
4- Linguagem: violência ou transformação?
5 - O terreiro educador
6 - O legado: narrativas de insurgência.
Trazemos um ebó – uma oferenda/um ritual - de texto para você com diversidade de referências e autorias, ligadas à arte, dança, música e literatura, reafirmando o entendimento de que educação é feita em espaços como o terreiro, os movimentos sociais, a escola, a festa e a rua.
Todes são bem vindes, independe de raça, gênero ou sexualidade. Vamos juntes!
A PALAVRA TEM FORÇA!
IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:
@adandarasuburbana
Carolina Rocha, também conhecida como Dandara Suburbana (nome artístico/redes sociais), é uma mulher preta, cis, bissexual, de Xangô, escritora, ativista e historiadora. Doutora em sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro - IESP/UERJ. Mestre em história social pela Universidade Federal Fluminense - UFF - e autora do livro: "O Sabá do Sertão: feiticeiras, demônios e Jesuítas no Piauí colonial". Seus temas de pesquisa versam em torno das relações étnico raciais no Brasil, estudos de gênero, religiosidade e violência no espaço urbano. É idealizadora da Ataré Palavra Terapia, uma comunidade de incentivo à escrita criativa, política e terapêutica, com foco em literatura negra feminina, que já incentivou centenas de pessoas a escreverem suas próprias histórias, publicarem livros/textos e compreenderem o poder das suas narrativas na construção da memória coletiva. Faz palestras, dá aulas e atua como pesquisadora e consultora por todo Brasil dialogando sobre racismo, memória, ancestralidade, escrita, literatura negra, gênero e espiritualidade de matriz africana. É professora auxiliar da Pós-Graduação em Escrita Criativa do Núcleo de Estratégias e Políticas Editoriais (NESPE).
INFORMAÇÕES:
Datas: 23/07, das 10h às 14h30 (com intervalo)
Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!
Opção 01 - Mínimo: R$50
Opção 02 - Intermediario: R$65
Opção 03 - Ideal: R$80
Opção 04 - Fortaleceu demais: R$95
BOLSA INTEGRAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande um e-mail para [email protected] contando um pouquinho de você e como esse conteúdo pode ser importante <3
Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom
Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)
Emissão de certificado de participação de curso livre para quem assistir às aulas ao vivo.
Classificação indicativa: 18 anos
Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.
Saiba mais sobre o cancelamentoVocê poderá editar o participante de um ingresso apenas uma vez. Essa opção ficará disponível até 24 horas antes do início do evento.
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BRAVA
A Brava é um espaço dedicado à discussão e compartilhamento de conhecimento e trabalhos feitos por mulheres e pessoas trans. Promovemos cursos de diferentes áreas com trocas horizontais, que subvertem lógicas pré estabelecidas, fomentando um pensamento crítico, atravessado por discussões raça, classe, gênero e sexualidade. Assim movimentamos pessoas, oferecendo um espaço seguro e acolhedor para compartilhamento de saberes em um ambiente pensado para fomentar trocas e expandir conexões.
Os dados sensíveis são criptografados e não serão salvos em nossos servidores.
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