17 out - 2020 • 10:00 > 17 out - 2020 • 13:00
17 out - 2020 • 10:00 > 17 out - 2020 • 13:00
O
Grupo de Estética Social (CNPq/USP) surgiu, em 2016, da convergência de
interesses sobre as artes, principalmente, em situações fronteiriças ao campo
artístico. As ideias de “artistas do social” e “artes no social” envolvem o
objeto dos estudos e levam à proposição de uma “estética social”, seguindo as
orientações do filósofo Arnold Berleant, cujo pensamento caracteriza-se por uma
fenomenologia descritiva e uma estética ambiental.
Inicialmente, o Grupo promoveu
seminários de pesquisa e projetos colaborativos com o Instituto Ouvir Ativo e com a Arte
do Ser Cantante. O objetivo foi produzir conhecimento compartilhado entre
agentes e organizações sociais baseado em pesquisas multimodais e em
perspectivas transdisciplinares nos domínios da estética social. Esse colóquio
dá continuidade às ações colaborativas, iniciadas em 2018, entre o Museu
Felícia Lerner e Auditório Claudio Santoro e o Grupo de Estética Social
(CNPq/USP) que é organizado pelos professores: Prof. Dr. Arley Andriolo,
Psicologia Social e Estética, IP/USP; Prof. Dr. Gustavo Martinelli Massola,
Psicologia Ambiental, IP/USP; Prof. Dr. Marcelo Petráglia, Psicologia Social da
Música, FRS e Profa. Ms Cecília Valentim, Psicologia Social do Canto, Arte do
Ser Cantante.
PROGRAMAÇÃO:
10h - Abertura com
Prof. Dr. Arley Andriolo e Profa. Ms.
Cecília Valentim.
10h20 - Palestra: Prisão como ambiente - espaço e tempo como
instrumentos de violência – Prof. Gustavo
Martenelli Massola - Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.
10h50 - Palestra: Ecos de Tuttinópolis: notas sobre projetos
musicais com pessoas em reclusão - Profs. Paulo Maria Rodrigues - INET-md, DeCA - Universidade de Aveiro e
Companhia de Música Teatral e Helena
Rodrigues - CESEM - FCSH - Universidade NOVA de Lisboa e Companhia de
Música Teatral.
11h35 - Diálogo entre
palestrantes e público. Mediação da Profa. Dr. Cérise Alvarenga
12h15 - Breve intervalo.
12h25 – Apresentação
do Poemário Vivo.
12h45 – Fechamento.
RESUMO DAS PALESTRAS E APRESENTAÇÃO DOS CONVIDADOS:
1. Prisão como ambiente - espaço e tempo como instrumentos de violência
Prof. Gustavo
Martinelli Massola
A
prisão pode ser analisada sob diversas perspectivas. Uma delas é a perspectiva
ambiental. A psicologia ambiental considera ambiente como a totalidade do
entorno das pessoas, que inclui seus aspectos físicos (espaciais, temporais),
simbólicos e sociais. O ambiente prisional apresenta uma série de
características ambientais que ampliam o caráter punitivo da reclusão. A
monotonia ambiental, a aglomeração, a ausência de controle sobre a organização
do espaço e do tempo, aumentam o caráter estressor do ambiente prisional,
tornam-se violência direta contra as pessoas presas. As pessoas reclusas
reagem, buscam alternativas para ganhar algum controle e enfrentar tais
características, de forma sempre insuficiente. O debate sobre esses atributos
ambientais e seu enfrentamento mostra que as pessoas vêm sendo condenadas à
prisão, não como punição, mas para serem punidas, num acréscimo punitivo ilegal
e que serve a interesses políticos contrários ao da maior parte da população.
Gustavo Martinelli
Massola: Doutor e mestre em Psicologia Social pelo
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (2005). Atualmente, é
professor do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo e é
orientador de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia
Social do Instituto de Psicologia. É vice-diretor do Instituto de Psicologia da
USP. Lidera, junto com o Prof. Arley Andriolo, o Grupo de Pesquisa em Estética
Social do CNPq. Foi editor-chefe (2012-2020) e editor-executivo (2010-2012) da
revista Psicologia USP. É membro da diretoria da Associação Brasileira de
Psicologia Ambiental e Relações Pessoa-Ambiente (ABRAPA, 2019-). Membro do
Grupo de Trabalho de Psicologia Ambiental da Associação Nacional de Pesquisa e
Pós-Graduação em Psicologia (ANPEPP). Trabalha principalmente nos seguintes
temas: psicologia socioambiental, constituição psicossocial da identidade,
psicologia social e controle social.
2. Ecos de Tuttinópolis:
notas sobre projetos musicais e artísticos com pessoas em reclusão
Profa. Helena Rodrigues
e Prof. Paulo Maria Rodrigues
Ao
contrário de outras cidades invisíveis, Tuttinópolis existe mesmo. Frágil, efêmera,
imprevisível, bela e esquiva, tem sido construída em vários lugares, ao longo
dos últimos anos da atividade acadêmica (Universidade de Aveiro e Universidade
NOVA de Lisboa) em colaboração com a Companhia de Música Teatral. Tuttinópolis
não tem ruas nem casas, é feita de fios que se tecem pacientemente com sons,
por vezes estranhos, a que alguns persistem em chamar música. Em Tuttinópolis,
coabitam pessoas, pássaros e flores, porcelanas, cristais, pianos,
computadores, caixas de música e outros instrumentos supersônicos.
A
partir do relato de experiências artísticas realizadas no Serviço Educativo da
Casa da Música, no Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro,
com os Artistas Associados do Teatro Viriato e na Companhia de Música
Teatral, visitaremos "jardins interiores" criados com pessoas em
reclusão e que participaram em projetos como “Acordes de
Esperança” (Estabelecimento Prisional de Aveiro), “Nas Asas de um
Piano” (Estabelecimento Prisional Especial de Santa Cruz do Bispo) e
"Primeiro Encontro” (Estabelecimento Prisional do Campo, Viseu).
Terminaremos com a apresentação do projeto "Bebé Babá” que, em 2008,
teve uma edição especial com mães e bebês num estabelecimento prisional
feminino localizado no Norte de Portugal.
Helena Rodrigues:
professora associada à Agregação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da
Universidade NOVA de Lisboa (FCSH), pesquisadora do Centro de Estudos de
Sociologia e Estética Musical (CESEM) e diretora artística da Companhia de
Música Teatral. Fundou o Laboratório de Música e Comunicação na Infância e
formulou uma proposta original de formação, visando a contribuir para uma
melhoria dos cuidados na infância. Foi Researcher Fellow da Royal Flemish
Academy of Belgium for Science and the Arts.
Paulo Maria Rodrigues:
professor do Instituto de Etnomusicologia Centro de Estudos em Música e Dança (INET-md)
e professor auxiliar do Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de
Aveiro. Tem exercido sua atividade profissional como compositor, intérprete, diretor
artístico, educador e integrante da Companhia de Música Teatral (CMT). É doutor
em Genética e Bioquímica pela University of East Anglia e tem
Pós-Graduação em Ópera na Royal Academy of Music, Londres. Seus projetos
artísticos têm sido apresentados em diversos países na Europa e no Brasil, onde
defende a questão da arte como instrumento de desenvolvimento humano.
3. Poemário Vivo:
performance on-line
E se a
palavra poesia ganhasse asas? Se imagens, sons, gestos pudessem ser a matéria-prima
com que se brinca e sonha, e fossem as "novas palavras" duma coleção
de poemas audiovisuais feitos à medida da necessidade de estarmos juntos? Poemário
Vivo nasce do Poemário, uma "prateleira"
de poemas realizados colaborativamente por artistas que trabalharam das suas
casas, a partir do universo criativo da CMT (Companhia de Música
Teatral) e da relação que este grupo tem tido com a Fábrica das Artes ao longo dos
últimos anos, em projetos como Pianoscópio, Gamelão de
Porcelana e Cristal, ZYG ou Mil Pássaros. Criados
num "aqui" e “agora", que são vários e fruto do tempo que
vivemos, esses poemas são transformados e incorporados numa série de
"performances" on-line na qual se espera que o público seja também a
respiração do que acontece, a inspiração do que se constrói ao vivo.
4. Mediação de Cérise
Alvarenga
Doutora em Psicologia pelo Programa de Pós-graduação em Psicologia Social e do Trabalho pela Universidade de São Paulo (IP-USP). Graduação, especialização e mestrado em Psicologia pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua como professora na graduação em Psicologia no Centro Universitário UNA-BH. Docente colaboradora na pós-graduação stricto sensu Juventude no Mundo Contemporâneo (FAJE-BH). Integra o Grupo de Estética Social (CNPq-USP). Atuação nas políticas públicas da Prefeitura de Belo Horizonte voltadas à promoção dos direitos de jovens (2007 - 2015). Coordenadora Técnica no Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos em Nova Lima.
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