26 nov - 2024 • 19:00 > 03 dez - 2024 • 21:00
pão nosso: escrever os dias - com Naiara Alves e Ana Paula Moreira
o que é a palavra, afinal?
"pão dos eleitos; alimento maldito; oração; litania; epifania; presença; exorcismo; conjuro; magia; filha do acaso; fruto do cálculo; regresso à infância; nostalgia do paraíso, do inferno, do limbo; confissão; visão; música; símbolo; voz do povo; língua dos escolhidos; palavra do solitário; nua e vestida"
foi o que disse Octavio Paz enquanto afirmava que "nem todo poema contém poesia".
ele também disse que o poema, pode - claro - ser um organismo da poesia, desde que nele se revele o encontro entre a poesia e a pessoa.
trata-se, portanto, do corpo de poeta, dos ossos de um escritor, das mãos que erguem e cortam e talham letra por letra ao longo da espuma dos dias.
trata-se de uma oração. de um trabalho.
o poema ou a prosa são a ladainha das mãos, dos olhos, da boca, da vida vivida.
por isso, pensamos em oferecer à palavra um solo de prática, um espaço para ritualizar e repetir o gesto. e, depois, podar, refazer, recomeçar. o que propomos é uma imersão de 3 dias, duas horas por encontro, em que estejamos juntos e juntas cultivando o corpo de escrever.
quando?
26/11, 28/11 e 03/12 das 19:00 às 21:00
como?
vamos avançar ao longo de um trabalho acompanhado de escrita, desde a pré-história da linguagem até seus sobrevoos mais caudalosos. recolhemos um conjunto de bússolas que vão nos ajudar a entender o que mora na antecedência de uma palavra. pretendemos partir da aproximação de um silêncio antigo, de qualquer sorte de mistério que nos aproxime de nós e, portanto, das palavras que são nossas. depois, despertas e nutridas, vamos nos entregar para o exercício de fazer nascer os primeiros brotos de um texto que pode ser, uma forma breve, uma poesia, os inícios ou meios de uma prosa. finalmente, vamos nos dedicar a uma espécie de confiança muito crua, aquela capaz de nos deixar cortar, remendar e remexer o que já escrevemos, insistindo e persistindo na convicção de que escrita é reescrita.
dia 1 - despertar
há que se acordar os sentidos, que se buscar qualquer coisa de entrega, algo do encontro entre a pele e as águas de um banho, há que se despir e cheirar e provar o sabor de tudo aquilo com que se escreve.
dia 2 - tecer
aqui nos entregamos para a chance de assumir o risco, imaginem o funambulista de pé sobre a corda, imaginem o contato entre a corda e os pés descalços. assim, começamos a experimentar nossa voz, perceber os tons que envolvem nosso ritmo como autores, perscrutamos o destino de uma história que só pode ser escrita por um corpo que se sabe vivo.
dia 3 - lapidar
é a hora de desarranjar a palavra, de confiar na queda, de não se opor à ruína, assim desconstruindo o que se escreve é que se sabe mais sobre o que se escreve. há qualquer coisa sobre descobrir as texturas, os vãos, o que a palavra escondia.
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Ana Paula Moreira
Ana Paula Moreira é escritora e tem doutorado em Psicologia. Atua como professora no ensino superior e na Clínica a partir da Psicologia Histórico-Cultural. Publicou, de modo independente, seu primeiro livro chamado "respire o instante de uma linha". Seu segundo trabalho, "pedra antiga da tristeza" foi publicado em 2023 pela editora Claraboia. Escreveu também os livros infantis "cora medo", "zé balão" e "o sonho dentro do sono"
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