XV SEMINÁRIO DO MUSEU D. JOÃO VI

VISÕES, REVISÕES E FORMATOS NA HISTÓRIA DA ARTE DE ENTRESSÉCULOS

25, 26 e 27 de JUNHO de 2024

[online]

Estamos organizando a 15ª edição do encontro anual de nosso grupo de pesquisa, o grupo ENTRESSÉCULOS que, ininterruptamente vem agregando estudiosos para a discussão da arte oitocentista, com publicações anuais.

Este ano, faremos um outro formato de seminário, convidando conferencistas para uma revisão do campo de estudo da arte do século XIX e início do XX nestes últimos 15 anos, sendo um encontro que irá ocorrer no formato on-line, entre os dias 25 e 27 de junho de 2024. 

A intenção é reunir pesquisadores internacionais e de várias regiões brasileiras para discutir visões, revisões e formatos na história da arte do entresséculos, fornecendo um panorama atualizado dos objetos de estudo, percursos, metodologias e suportes teóricos que foram e vêm sendo utilizados para um olhar mais complexo para a arte produzida, exposta, adquirida, colecionada e recepcionada no século XIX.

Se, de um modo geral, foi a partir dos anos 80 do século XX quando estudos se voltaram à arte do século XIX despidos das lentes modernistas, muito se avançou sobre sua singularidade e suas reverberações, angariando vários pesquisadores que se especializaram nos seus estudos e trouxeram contribuições fundamentais para a história da arte. E em diálogo com estudiosos na França e em Portugal, resgatando vínculos importantes que permearam a história da arte no Brasil, avançou-se sobre a compreensão dos trânsitos e transculturações ocorridos na arte do período.

Cada década em diante, priorizou certos objetos de estudos e questões, acompanhando demandas gerais do campo artístico, fazendo eclodir trabalhos que continuamente puseram em revisão premissas iniciais e trouxeram temas antes invisibilizados ou pouco considerados. Colecionismo, métodos de ensino, exposições, críticas, artes gráficas e aplicadas, decoração, historiografia foram se juntando à atenção para artistas negros e artistas mulheres, na medida que os próprios conceitos de modernidade e tradição foram se relativizando. 

Diante da seriedade e profundidade com que muitos pesquisadores enfrentaram a arte oitocentista nos últimos 15 anos, ultrapassando a ideia de nacionalista ou estrangeira, acadêmica ou pré-moderna, dentre outras dicotomias, pode-se aferir que as perspectivas mudaram, favorecendo um olhar positivo e de valorização, que incide em maior respeito à produção artística oitocentista e à sua patrimonialização, ampliando sua fruição e compreensão.

Certamente o século XIX é um período-chave para o entendimento de todo o processo de construção de imagens e seu poder político e social, que continua a incidir nos dias de hoje, ainda que as mídias possam ser outras. Por mais que seja um tempo que possa parecer distante, muito de como pensamos e agimos tem lá seus alicerces, incluindo conceitos e preconceitos que ainda permanecem.

Sendo um grupo de pesquisa de um Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais de uma universidade federal, pública e gratuita, de uma escola mais que bicentenária e com um inestimável acervo artístico, o compromisso científico, em ensino, pesquisa e extensão, sempre norteou os integrantes do grupo ENTRESSÉCULOS, na certeza que a construção do conhecimento gera mudanças, que os diálogos ampliam horizontes, que o compartilhamento de reflexões congrega críticas construtivas, que a persistência leva a caminhos renovados.

Se debutar é referente a completar 15 anos, mas também a iniciar-se em uma nova atividade, esses sentidos nos mostram que a longevidade também é jovial e que a longa duração implica constantes recomeços. Assim, o grupo ENTRESSÉCULOS convida a recomeçarmos juntos mais uma visada crítica retrospectiva sobre a arte oitocentista e sua história e crítica. É tempo de comemorar as conquistas e ensejar novos caminhos.

PROGRAMAÇÃO FINAL