Datas: 26, 27, 28 e 29 de agosto.
Horário: das 19h30 às 21h30
Investimento: R$110,00
Material fornecido: apostila.
Plataforma de encontro: Zoom (aulas gravadas para serem assistidas em até 5 dias após o término do curso).
Objetivo: Fornecer um panorama geral da história dita oficial da Umbanda e pensar em outras Umbandas, desde a África Central e das religiosidades bantu no sudeste brasileiro, até as narrativas de umbanda que não possuem espaço nos manuais umbandistas. Pretende-se terminar o curso com novas problemáticas para repensar umbanda por meio da ampliação dos horizontes de pesquisa e pensamento dos bantus no Brasil.
A História da Umbanda geralmente é vista por meio das narrativas que se dizem oficiais. Partindo sempre do mito de origem, traça-se uma linha reta pelos principais manuais umbandistas, percebendo-se uma tentativa de conformar a História da religião de Umbanda em uma categorização muito bem explicada de cada vertente.
A partir do contato com os principais autores que discutem as práticas dos bantu em África, assim como na recriação dessas religiosidades no sudeste brasileiro, queremos problematizar a origem única da religião verificando outras possibilidades de desenvolvimento das práticas de culto aos ancestrais. Por fim, com a ampla utilização de fontes, pretendemos demonstrar a associação, e a própria impossibilidade de dissociação entre os conceitos de macumba e Umbanda no início do século XX.
Aula 1: A Umbanda dita oficial – De Zélio de Moraes a Rubens Saraceni
Aula 2: A religiosidade dos bantu – Umbanda: a arte de curar
Aula 3: Luzia Pinta, Pai Gavião, Juca Rosa, Cabula – Religiosidades afrodiaspóricas no sudeste brasileiro
Aula 4: Macumbas e Umbandas – Um olhar pelos cronistas do Rio de Janeiro no início do século XX.
Imagem de capa, ilustrativa: Jornal Correio da Manhã em 04.09.1923, reportagem de Nóbrega da Cunha. Dança de Ogun.
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