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CAVALO BRAVO NÃO SE AMANSA. Um experimento Cênico Documental; ou um sopro de exu.

13 mar - 2025 • 17:00 > 18 mai - 2025 • 13:00

CAVALO BRAVO NÃO SE AMANSA. Um experimento Cênico Documental; ou um sopro de exu.

13 mar - 2025 • 17:00 > 18 mai - 2025 • 13:00

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Descrição do evento

*EM CASO DE CHUVA NÃO HAVERÁ ESPETÁCULO.
**O ESPETÁCULO É ITINERANTE. A RESERVA PELO SYMPLA NÃO GARANTE UM LUGAR SENTADO TENDO EM VISTA QUE O ESPAÇO DA ENCENAÇÃO É PÚBLICO, ABERTO E GRATUITO.

O ACONTECIMENTO

Em uma encruzilhada, expandida para um jardim comunitário, um estacionamento e um viaduto, abre-se uma fresta na cidade para resgatar a memória de José Miranda Rosa, Mineirinho. Talvez se não fosse a crônica de Clarice Lispector, que segundo ela mesma é uma de suas obras preferidas, o pouco que se sabe sobre esse homem, considerado pelo morro da Mangueira como Robin Hood brasileiro, não teria chegado ao nosso conhecimento. A distância temporal, entretanto, não nos afasta da relação dele com nosso momento histórico. Independentemente dos delitos de José Miranda, a imagem de um homem morto com 13 tiros em uma chacina praticada por policiais no dia 1 de maio de 1962, segurando a guia de Ogum do pescoço, descalço sem suas alpargatas da marca “7 vidas” e com uma oração de Santo Antônio (no sincretismo associado a Exu) no bolso, revela um projeto colonialista que persiste até nossos dias. A falta de registros históricos guiou à opção por trazer elementos da crônica e trechos das reportagens da época: um choque entre a poesia e a escrita sanguinolenta dos jornais a procura de consumidores ávidos pelo sangue impresso nas manchetes. A escolha dos jornalistas foi pela figura do criminoso, transformado em anti-herói, numa narrativa em que o questionamento e os porquês das causas dos crimes são esquecidos em favor do espetáculo sensacionalista. Já a crônica apresenta o olhar de uma classe média aliviada com a morte de um bandido e de uma artista, num movimento de autocrítica, que consegue sair desse modo operante e com assombro flagrar o que anos mais tarde chamaríamos de necropolítica. Sem nos apegarmos a necessidade de trazer à cena um documentário cênico propriamente dito, mas um ato permeado por elementos documentais, a celebração se sobressai ao policialesco. Em nossa fresta/festa, propomos uma produção inacabada, com características explicitamente dialógicas, na qual fronteiras entre quem assiste e quem produz ficam menos evidentes. Ao entendermos as pessoas como “verdadeiros” patrimônios culturais de seus tempos históricos, podemos visualizar que ao potencializar os espaços de trocas advindas de discursos cruzados, experienciados, abrimos possibilidades para a efetivação de variadas aprendizagens. A encruzilhada como espaço de conhecimento. A ode a figura do malandro, o resgate dos elementos presentes principalmente na umbanda (porto seguro de Mineirinho), o samba, a reunião de atuadores, atuadoras e plateia num território reconstruído sob a ação da comunidade local, propõe um acontecimento no qual o encantamento de Mineirinho rompe com a narrativa hegemônica.

UM CAMINHO (EM CRUZO)

O projeto Teatro na Encruzilhada, contemplado pela 38ª edição da Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo, propôs uma série de ações visando encontrar e investigar a cidade encantada e escondida nas frestas de suas esquinas. O que existe no cruzo? A cidade é de quem a pratica. Existe uma parcela considerável de nossa população que sofre em seus corpos a violência que o projeto colonialista instaura há anos. Fazer teatro na encruzilhada, para uma plateia avisada e de transeuntes, um verdadeiro cruzo de espectadores, é convidar a cidade a praticar o assistir teatro, estimulando a ampliação do imaginário do público com referências de uma cultura simplificada e fetichizada pela mídia. Existe uma natureza de conhecimento que some ou é desvalorizado; vaza pelas curvas da mão: a das giras, a da capoeira, a das congadas, a das rodas de samba, a das histórias de fogueira, a dos feitiços... Cada nova geração carrega um pouco do acúmulo de esquecimento que é produzido pelo tempo e pelo modo de viver na cidade. Um esquecimento seletivo. Trazer a cultura gestada na encruzilhada, no próprio espaço, ganhou assim uma dimensão política em nosso projeto. Neste momento, estamos realizando a segunda temporada desta encenação, pois fomos contemplados pela 43ª edição da Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo com o projeto Teatro Ebó.

REALIZAÇÃO
Esse projeto foi contemplado pela 43ª edição da Lei de Fomento para a Cidade de São Paulo - Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa.

FICHA TÉCNICA
Concepção e Direção: Marcelo Soler.
Co-direção: Éder Lopes.
Dramaturgia: Marcelo Soler e Éder Lopes.
Atuadores/Atuadoras - Cia. Teatro Documentário: Alan Paes, Danielle Lopes, Gustavo Curado e Márcio Rossi.
Artistas Convidados: Bessa, Bruna Tovian, Bruno Trindade, Caio César Teixeira, Carlos Vasconcelos, Daniel Rechtman, Dani D’eon, Éder Lopes, Fábio Bianchi, Flávia Teixeira, Flávia Ulhôa, Laila Lima, Matheus Pamplona, Natalia Lemos, Raphael França, Renata Adrianna, Rosana Pereira e Vinicius Ferez.
Convidado/Vizinhança/Documentado: Wilson Cunha.
Pesquisa e Proposição de Mediação: Aline Ferraz.
Grupo de Mediação: Aline Ferraz e Raphael França.
Músicos: Alan Paes, Henrique Brito e Rodrigo Rosa.
Direção Musical: Alan Paes e Henrique Brito.
Supervisão/Pesquisa Musical (pontos de Umbanda):  Ogan Henrique Brito.
Design de Som: Dante Dantas (à partir da concepção de Otávio Correia).
Operação de Som: Dante Dantas e Claudi (à partir da concepção de Otávio Correia).
Cenografia: Marcelo Soler.
Equipe de Cenografia: Ana Lia Lemos, Natalia Lemos e Wilson Cunha.
Cenotécnico: Mateus Fiorentino Nanci.
Objetos Cênicos: Isabela Sucher e Natalia Lemos.
Figurino: Éder Lopes.
Assistência de Produção de Figurinos: Bessa e Luís Augusto.
Costureira: Naninha Lopes.
Iluminação: Marcelo Soler.
Operação de Luz: Marcelo Soler.
Contrarregragem: Ana Flor e André Basto.
Produção: Alessandra Queiroz, Bessa e Renata Adrianna.
Artistas Estagiários: Cauan Henrique, Eliane Carla e Niciuz Odara.
Fotografia: Aurora Biondi.
Equipe Audiovisual: Escoliose Filmes (Agatha Borges, ⁠Beatriz Capelas, ⁠Mia Loures, ⁠Vinicius Pacheco e Yasmin Tami).
Redes Sociais/Projeto Transmídia: Flávia Teixeira.
Assessoria sobre a Cultura da Umbanda: Babá Ricardo Iroko Ishola.
Vizinhança (Idealizadores e Responsáveis pelo Jardim da Amizade) : Adailton Souza, Adriano Curci, Antonia Curci, Érica Inácio, Irairton Leite Torres, Jonathan de Oliveira, Jorge Lima da Silva, Rosangela Miranda e Wilson Cunha.
Propositores de Oficinas: Babá Ricardo Iroko Ishola, Fabiana Monsalú, Fábio Brazil, Felipe Brito, Henrique Brito, Isabel Marques, Luís Rufino, Luiz Davi Vieira Gonçalves, Mestre Tião Carvalho, Rafaela Carneiro e Renato Ihu.

Participantes das Oficinas Oferecidas pela Cia. Teatro Documentário

Oficina Zona Sul (Oficina de Mediação): Ana Lia Lemos, Bruno Tineu, Rania Soares e Renato Hermeto.
Coordenação: Aline Ferraz.

Oficina Zona Central: Babi Genonadio, Fernanda Ramos, Ingrid Del’Rei, Karen Penteado, Matheus Stenio, Mirella Morais e Pamela Sorrentino.
Documentados/Participantes: Maurizio, Seu Antônio e Tininho.
Coordenação: Márcio Rossi.

Oficina Zona Oeste: BC Carol, Bitta Bardo, Camila Spinola, Leila Real, Natalia Sanches, Raphael França e Urion Braga.
Documentada/Participante: Symone Tobias.
Músicos: Marcelo Tobias – Alecrim, Nina Reis e Symone Tobias.
Coordenação: Danielle Lopes.

Oficina Zona Leste: Daniel Rechtman, Diego Bergocce, Edilson Rosa, Geórgia Carambola, Laís Miranda, Lica de Andrade, Lucas Cândido, Mônica Huambo, Natália Lemos, Nil França, Sileide Viana, Tha Hernandes e Vinicius Ferez.
Coordenação: Gustavo Curado.

Oficina Zona Norte/Centro: André de Bragança Pereira, Bertolino Rosa, Bruna Vitória Gonçalves, Bruno Trindade Santos, Carlos Alberto Oliveira Vasconcelos, Dani D’eon, Dayane Santos de Oliveira, Éder Lopes, Fábio Bianchi Velcio Leite de Barros Filho, Flávia R M Teixeira, Francine Machado de Mendonça, Gabriele Bessa Cardoso, Henrique de Brito Meschini, Henrique de Sá Alves, Hisadora Benevides de Oliveira, Júlia Viégas Garcia, Karen Samyra dos Santos, Luca Viégas, Garcia de Bragança Pereira, Lucas Mastriano, Luiz Augusto Costa da Cunha, Marina Bragion Fiamengui, Matheus Pamplona dos Santos, Rodrigo Caetano, Rodrigo Mendes Barbosa e Welton Florentino Paranhos da Silva
Coordenação: Alan Paes e Marcelo Soler

Projeto Gráfico: Clara Carolina
Assessoria de Imprensa: Pombo Correio
Apoio: Daniel Fernandez (Diretor Artístico do ESTÚDIO DE TREINAMENTO ARTÍSTICO - ETA)
Realização:  Cia. Teatro Documentário e Prefeitura Municipal de São Paulo – Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa

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Local

Jardim da Amizade (Na Encruzilhada da Rua Major Diogo com a Profº Laerte Ramos de Carvalho )

Rua Professor Laerte Ramos de Carvalho, 17, Jardim da Amizade (Na Encruzilhada da Rua Major Diogo com a Profº Laerte Ramos de Carvalho - Embaixo do Viaduto Júlio de Mesquita Filho), Bela Vista

São Paulo, SP

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