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CLUBE DE LEITURA CASA DA RUTH | DIÁLOGOS VISUAIS SOBRE ÁGUA FUNDA

CLUBE DE LEITURA CASA DA RUTH | DIÁLOGOS VISUAIS SOBRE ÁGUA FUNDA

01 fev - 2023 • 10:00 > 03 fev - 2023 • 10:00

Evento encerrado

CLUBE DE LEITURA CASA DA RUTH | DIÁLOGOS VISUAIS SOBRE ÁGUA FUNDA

01 fev - 2023 • 10:00 > 03 fev - 2023 • 10:00

Evento encerrado

Descrição do evento

Cinco encontros no quintal da casa da escritora Ruth Guimarães em Cachoeira Paulista – SP, sede do Instituto Ruth Guimarães, para debate, exposições e conversas sobre a obra “Água Funda”. Todo o bate-papo será mediado pela filha da escritora Junia Botelho. Durante os encontros, os participantes são convidados a confeccionar um painel visual com elementos que representem a obra. O último encontro é marcado pela festa de celebração do aniversário da escritora, onde os painéis serão expostos. 


60 vagas com inscrição prévia | Gratuito

Local: Instituto Ruth Guimarães 

Cada participante ganhará um exemplar da obra “Água Funda” (Editora 34) e um pôster da escritora que serão retirados no primeiro dia de encontro.


Encontro 1 - A LITERATURA DE RUTH GUIMARÃES

Data: 25 de fevereiro | 9h


Encontro 2 - PERSONAGENS

Data: 25 de março | 9h


Encontro 3 - CENÁRIOS

Data: 22 de abril | 9h


Encontro 4  - ELEMENTOS DA NARRATIVA 

Data: 20 de maio | 9h


Encontro 5 - CELEBRAÇÃO DE VIDA E OBRA

É festa na Casa da Ruth!

Exposição dos painéis e celebração da vida e da obra da escritora


Data: 17 de junho | 17h



Ruth Guimarães 

O dia 13 de junho de 1920 tornou-se uma data muito importante para a literatura brasileira: nesse dia, nascia, em Cachoeira Paulista, interior de São Paulo, Ruth Botelho Guimarães (futuramente, Ruth Guimarães Botelho), uma das primeiras escritoras negras a ocupar um espaço de destaque no cenário da literatura nacional. 

Ruth Guimarães deixou a todos uma herança cultural de mais de 50 livros, entre romances, contos, ensaios e traduções. Ela também escreveu poesias e peças de teatro e foi folclorista, pesquisadora da cultura popular, professora e jornalista, contribuindo com críticas literárias, crônicas e reportagens para diversos jornais. Ela era capaz de escrever de tudo: traduziu grandes autores clássicos, como Dostoiévski e Balzac, e escreveu até uma enciclopédia de mitologia grega, adotada em muitas faculdades, mas também passeava com facilidade pelos contos populares, pelas histórias do folclore, pela cultura caipira. Em suas obras, Ruth contava “a história da roça, de gente da roça, do caipira”, como ela mesma explicou em um depoimento dado ao Museu Afro Brasil, em 2007. 

Sua entrada no mundo das histórias se deu cedo. Ruth passou parte de sua infância numa fazenda no sul de Minas, onde seu pai trabalhava, e, como ele gostava muito de leitura, contava diversas histórias para a filha e a incentivava, desde pequena, a folhear livros e jornais. Além disso, ela brincava com os filhos dos trabalhadores do local, dos quais ouvia “causos”, histórias de assombração, de saci, mula sem cabeça e lobisomem, e também aprendia com a avó as tradições dos índios e dos negros. Foram essas histórias da tradição oral, reunidas durante a infância, que a inspiraram em sua carreira literária.

Ruth é hoje reconhecida como uma das mais importantes vozes da literatura regionalista, mas sua trajetória até esse reconhecimento não foi fácil. “Mulher, negra, pobre e caipira”, como ela mesma se definiu em um discurso na Bienal Nestlé de Literatura, em 1983, Ruth precisou vencer as barreiras impostas pelos preconceitos de seu tempo e, com ousadia e determinação, ocupou lugares importantes no universo acadêmico e no mercado de trabalho. Seu exemplo e seu legado são uma inspiração e um estímulo para as novas gerações, e esse é mais um dos motivos que tornam tão importante para nós, hoje, conhecer sua história e suas obras.


Sobre a obra:

Romance de estreia de Ruth Guimarães (1920-2014), uma das primeiras escritoras negras a ganhar destaque na cena literária brasileira, Água funda foi lançado em 1946 - mesmo ano de Sagarana, de Guimarães Rosa. Mas enquanto o escritor mineiro se valia da plasticidade da fala sertaneja para inventar um léxico novo, entre o popular e o erudito, Ruth fez aqui uma original reconstituição etnográfica da linguagem caipira - que conheceu pessoalmente em sua infância passada no Vale do Paraíba e Sul de Minas -, aproximando-a das pesquisas de Mário de Andrade.

Entrelaçando diferentes tempos e personagens, inseridos no universo de uma comunidade rural na Serra da Mantiqueira, a autora construiu uma prosa ágil e fluida, permeada de ditos populares e causos marcados pela superstição e pelo fatalismo, que antecipa em certos aspectos o realismo mágico de Juan Rulfo e Gabriel García Márquez. É o caso das histórias de Sinhá Carolina, dona da Fazenda Nossa Senhora dos Olhos d'Água, e do casal Joca e Curiango, trabalhadores locais, num arco temporal que vai da época da escravidão até os anos 1930. Como afirma o narrador do livro: "A gente passa nesta vida como canoa em água funda. Passa. A água bole um pouco. E depois não fica mais nada".

Esta nova edição de Água funda, que se tornou um clássico da literatura brasileira do século XX, conta ainda com excertos da crítica da época de seu lançamento, incluindo nomes como Brito Broca, Antonio Candido e Alvaro Lins, e uma das primeiras entrevistas de Ruth Guimarães, saudada então como uma revelação de nossas letras.

Texto da reedição da obra em 2018 pela Editora 34.



Mariana Bastos

Jornalista, Livreira, Membro Honorária do Instituto Ruth Guimarães. 

marianabastost@gmail.com

(12) 9.8259-6043


Projeto realizado com o apoio do ProAC  [44/2022]

Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo 


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Local

INSTITUTO RUTH GUIMARÃES

Rua Carlos Pinto, 130 Vila Carmen

Cachoeira Paulista, SP

Termos e políticas

Sobre o produtor

Mariana Bastos

Jornalista valeparaibana. Pesquisadora. Editora de Livros. @maricotabastos marianabastost@gmail.com

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