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construindo uma prática clínica contra a neurose cishetero-colonial: diagnósticos e nomeações

03 abr - 2025 • 19:00 > 17 abr - 2025 • 21:00

Evento Online via Zoom
Parcele sua compra em até 12x

construindo uma prática clínica contra a neurose cishetero-colonial: diagnósticos e nomeações

03 abr - 2025 • 19:00 > 17 abr - 2025 • 21:00

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Contribuição
valor consciente - Idealizado

R$ 110,00 (+ R$ 11,00 taxa)

em até 12x R$ 12,51

Contribuições até 03/04/2025

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valor consciente - Intermediário

R$ 85,00 (+ R$ 8,50 taxa)

em até 12x R$ 9,67

Contribuições até 03/04/2025

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valor consciente - mínimo

R$ 60,00 (+ R$ 6,00 taxa)

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Descrição do evento

SOBRE:

A psicologia, em seu estabelecimento enquanto ciência e profissão, estruturou-se sobre a ficção cisgênera e heterossexual fomentada pelo discurso biomédico que patologiza tudo que foge à lógica da diferença sexual. Pouco se fala, nas grades curriculares de graduação em psicologia, a respeito da prática clínica com pessoas gênero-sexo dissidentes. E, quando elas aparecem, geralmente estão associadas a algum transtorno ou patologia, em termos como "ambiguidade sexual", "frigidez", "androginismo"; termos esses que, por mais ultrapassados que possam parecer, ainda fomentam manuais de prática psicanalítica e de avaliação diagnóstica.


Há muito sabemos que a despatologização da homossexualidade e da transgeneridade não basta para a descolonização do inconsciente colonial-cisheteronoermativo, que funda a neurose como modo de subjetividade dominante. Propor, portanto, uma clínica contra a neurose cishetero-colonial, é propor, antes de qualquer coisa, uma prática clínica que não seja orientada pelo projeto psicopolítico de neurotização; o que, em outras palavras, quer dizer: destituir a estrutura neurótica de seu lugar direcionador da clínica.


Podemos pensar esse movimento como uma espécie de hackeamento da clínica, de produzir modos de usar a psicopatologia que foi imposta a nós, pessoas dissidentes de gênero e sexualidade, contra a própria clínica. Que ume psicólogue trans e borderline faça clínica, por exemplo, estando do outro lado do divã, nos importa muito mais do que construir uma clínica gay friendly, mas que segue sendo ocupada por corpos cisgêneros, heteronormativos e neurotípicos, performando neurose em seus lugares de saber-poder. Desestabilizar a norma neurotípica, nesse sentido, é afirmar a patologia. E para isso é preciso ir muito além da mera despatologização. Pois, uma vez laudada, como é possível falar? Queremos uma clínica em que seja possível falar (e também escutar) desde esse lugar do diagnóstico, do laudo, da loucura.


Não à toa, a homossexualidade, a bissexualidade e a transgeneridade foram associadas a diagnósticos de psicose e de perversão, pois era preciso, para a norma, barrar nesses corpos o acesso à linguagem e, consequentemente, o acesso à produção de subjetividade. A patologização não produz apenas institucionalização, internação, medicalização, produz também solidão, impossibilidade de acessar a si mesme, de ser escutade; por isso é preciso ir além da despatologização e pensar em modos de cuidado e de produção de subjetividade desde o lugar do transtorno, do adoecimento, sem que para isso seja preciso chegar à neurose, que seria a higienização da performance subjetiva para um modo conivente com a norma cishetero-colonial. Afirmar a neurodivergência de subjetividades cisheterodissidentes é uma urgência se quisermos construir práticas de cuidado orientadas pela ética da diferença, desorientando a subjetividade da homogenização colonial adoecedora da norma. 


Para isso, esta proposta de curso visa, em três encontros: realizar um breve panorama bibliográfico a respeito do tema, no formato de uma aula expositiva; propor um encontro de troca em que es inscrites possam tecer com es proponentes a respeito de processos de patologização, diagnósticos e autodiagnósticos e, por fim, um encontro final de acolhimento e discussão a respeito da destituição da neurose estrutural para transtornar, ynymagynar outras maneiras de dizer dos acontecimentos e relações. 


Cronograma

Esta proposta de curso se baseia em três encontros de duração de duas horas e meia cada, em que serão trabalhados:


1o encontro: aula expositiva, apresentação de referenciais teóricos a respeito da epistemologia da diferença sexual, da neurose como modo de subjetividade dominante, de suas estratégias de nomeação, e da psicopatologização de gêneros e sexualidades dissidentes no regime de inconsciente colonial-capitalístico; um diálogo sobre práticas de cuidado e promoção de saúde pautadas na singularidade, ou: como produzir modos de combater a neurose cishetero colonial em si mesme e o combate à ficção dominante de subjetividade como um exercício clínico;


2o encontro: primeira parte: partilha a respeito da Luta Antimanicomial e a história da loucura no contexto brasileiro. segunda parte: grupo é convidado a tecer a respeito da produção de diagnósticos psiquiátricos, sofrimento psíquico e saúde mental a partir de uma perspectiva transtornada, contracolonial, ynymagynável.


3o encontro: por fim, o último encontro seria de acolhimento das questões suscitadas nos encontros anteriores, ao final, uma oficina/ritual de acesso às ruínas já vivenciadas (enquanto psi ou enquanto paciente), de modo a partilhar a expriência da quebra (jota mombaça) juntes, num espaço de cuidado coletivo. (importante: esse encontro não será gravado)



IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:

zeca carú de paula: Navega pela exystêncya como feytyceyro, multi-artista, poeta, conjurador de ynymagynáveys e promovedor de saúde. É Mestre e Doutorando em Psicologia clínica pela PUC - SP, compondo o núcleo de subjetividades, pesquisando a construção de espaços clínicos e de cura que se fazem além do tempo colonial, a partir da anunciação de memórias do território-cidade-corpo, como as águas, os ventos, as madeiras, a terra. Compôs o coletivo Slam Marginália entre 2018 e 2021, que com o  apoio do Programa Vai (SMS/SP 2020), e em parceria com o selo de publicação Mori Zines, conjurou o  “Ateliê de Futuridades Trans”, programa de residências literárias para poetas racializados residentes nas periferias de SP. É autor do livro ‘’Ynundação (um conjuro) de 2022. 


maria eduarda checa: é psicóloga clínica, escritora e pesquisadora, desobediente de gênero e sexualidade e transtornada. Mestre e doutoranda em psicologia clínica pela PUC-SP, pesquisa atualmente as relações entre as dissidências sexuais e de gênero, os transtornos (ou diagnósticos) como territórios de disputa, e a construção de uma prática clínica orientada por uma ética da diferença, de combate à neurose estrutural dominante. Atua como psicóloga clínica, é voluntária na Casa 1 e editora da Revista Cadernos de Subjetividade. É autora do livro "Desobrar-se" (editora hecatombe, 2021).



INFORMAÇÕES:

Datas e horários: 03/04 + 10/04 + 17/04, das 19h às 21h30


Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!

Opção 01 - Mínimo: R$60

Opção 02 - Intermediario: R$85

Opção 03 - Ideal: R$110


BOLSA INTEGRAL/PARCIAL: se você quer fazer este curso mas não dispõe de recursos financeiros no momento, mande a sua solicitação de bolsa através do seguinte formulário: https://forms.gle/4S8z62sTcsdr9tRV9


Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom

Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)

Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.


Classificação indicativa: 18 anos

Política do evento

Cancelamento de pedidos pagos

Cancelamentos de pedidos serão aceitos até 7 dias após a compra, desde que a solicitação seja enviada até 48 horas antes do início do evento.

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Sobre o produtor

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BRAVA

Um espaço de construção de comunidades a partir do compartilhamento de conhecimentos e à produção de saberes contra-hegemônicos. Os caminhos desenhados pela Brava passam por cursos, oficinas, aulões, rodas de conversa e outras iniciativas educacionais, centradas em discussões sobre raça, classe, sexualidade, gênero, colonialidade e pela formação de um pensamento crítico no geral, idealizadas e facilitadas por sujeites que moldam suas vozes a partir do enfrentamento à esses sistemas.

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