Sinopse
Qual o momento exato em que se chega a algum lugar? Começa-se uma saída mas nunca termina-se de chegar. Seria esse o devaneio? Caminhar no gerúndio, gastando solas, pisando caminhos. Há pés que marcham no prumo do mapa. Com pressa, seguem a seta reta. Outros dançam, saltam e aplaudem a própria festa de pisar em poças. Desviantes seguem à deriva. A sola gasta é o registro dessas histórias. Vestígios de trajetos que nada dizem sobre chegadas. Pisar é apalpar o desconhecido. Criar é um salto no vazio.
Ficha técnica
Direção, criação de luz e cenário - Mateus Moscheta
Atuação - Mariela Lamberti, Elison pereira, Pedro Henrique Daniel e Mateus Moscheta.
Dramaturgia - Mateus Moscheta, Murilo Moscheta e Mariela Lamberti
Operação de Som - Joyce Midori
Operação de luz - Guilherme Veneral/Ricardo Gimenes
Produção e realização - Cia. Solagasta
Assistente - Joyce Midori
RELEASE
Quais histórias contam a sola gasta de um calçado? Seria essa sola um mapa que traça os devaneios da trajetória de alguém? E o que seriam esses devaneios: nossa insistência em seguir a rota de destinos sempre inalcançáveis, ou nossa ânsia por andar fora dos caminhos habituais e criar saltos, danças e vôos?
Partindo dessas reflexões, a peça Devaneios Inexequíveis coloca em questão as noções valorizadas na sociedade contemporânea que insistem na importância de ser alguém e de chegar a algum lugar. Contra isso, afirma os percursos, as trajetórias, as derivas e as experimentações. A peça é atravessada por dois fios. Um deles é feito de instruções, normas, regras e direções que tentam capturar a vida na direção de um objetivo. O outro é feito de devaneios que extrapolam as regras, implodem chegadas a favor do fluxo, do movimento e da criação. Entre um e outro, os pés seguem, desviam, tropeçam e dançam.
A dramaturgia foi composta a partir da leitura do livro O Fio das Miçangas de Mia Couto e de textos de Karl Valentin e outros autores, onde se encontraram os motes que deram origem a composição da peça. Esses motes dispararam um processo de revisitação por parte do grupo de vinhetas da memória que serviram para a construção das cenas.
A peça estreou no dia 24/06/2022 às 20 horas em um novo espaço artístico na cena maringaense, o Espaço Solagasta. Foram realizadas oito apresentações ao longo da semana, todas com entrada gratuita e casa cheia. Com sessões extras nos dias 25 e 26 às 21:30hrs.
A produção foi contemplada pelo prêmio Aniceto Matti de incentivo a cultura em 2019, tem direção de Mateus Moscheta, e coloca em cena Mariela Lamberti, Pedro Henrique Daniel, Elison Pereira, Mateus Moscheta. Operadores técnicos Joyce Midori (Som) e Guilherme Veneral (Luz).
Mais informações pelas redes sociais da cia Solagasta:
@cia.solagasta