Release: Dispa-se - Um retrato visceral de experiências, traumas reflexões

1. O espetáculo acontecerá no Teatro de Arena em Maceió.
2. Os ingressos poderão ser vendidos via instagram @netoportelaa ou @peca_dispa_se ou pelo whatsapp (82)9.9197-1727.
3. No dia do espetáculo, é necessário levar 1kg de alimento não perecível por pessoa.

Dispa-se é um monólogo escrito e atuado por Neto Portela. Ele é uma obra intimista e profunda que mergulha nas feridas invisíveis da alma humana. Com uma narrativa corajosa e emocionante, a peça acompanha a jornada de uma personagem que confronta as sombras dos traumas do passado e a busca pela reconstrução do seu próprio ser. Em uma mistura de momentos de vulnerabilidade crua e reflexão afiada, o espectador é conduzido por um turbilhão emocional, onde as perguntas não são apenas sobre os outros, mas também sobre quem somos e o que realmente carregamos dentro de nós.

As cenas são uma explosão de sentimentos, onde a personagem se encontra imersa em um mar de angústia e incertezas. A personagem reflete sobre a vida e os caminhos que a conduziram até ali. O tom melancólico e introspectivo das cenas é permeado por uma sonoplastia de natureza, criando um ambiente que permite ao espectador se conectar com as emoções mais cruas da personagem. As palavras, carregadas de frustração e uma busca por respostas, revelam um ser humano se vê perdido no mundo, sem saber o que fazer de sua própria vida.

À medida que a peça avança, novas camadas são reveladas: dores, lembranças de momentos de felicidade que nunca foram completos, e a sombra constante de uma figura que representou tudo o que a personagem temia. Mas, o grande mérito de Dispa-se não está apenas em suas cenas de sofrimento. A obra é também uma jornada de superação. Com o tempo, a personagem passa a questionar a relação com os traumas e as vozes do passado que insistem em definir quem ela é.

Em uma sequência de momentos tensos e reveladores, a peça permite que a personagem transite entre raiva, tristeza, ressentimento e, eventualmente, um tipo de libertação. Uma libertação que não se dá apenas pelo confronto com os outros, mas também com ela mesma. Ao longo das cenas, vemos como ela, finalmente, começa a se entender, a se libertar da dor, e a decidir que não vai mais deixar os traumas passados definirem seu futuro.

A montagem visual de Dispa-se reflete essa evolução emocional. A iluminação, que alterna entre tons quentes e frios, é usada com maestria para refletir os momentos de dor e os momentos de alívio. Cada mudança de cor na iluminação marca uma transição interna da personagem, um passo em direção à compreensão e ao autoconhecimento. A sonoplastia também acompanha de forma sublime, criando atmosferas que vão desde a introspecção profunda até momentos de tensão, indo de sons sutis e naturais a batidas mais intensas, como o reflexo das tempestades internas da protagonista.

Dispa-se é mais do que uma peça de teatro; é um convite para refletirmos sobre nossas próprias dores, traumas e, acima de tudo, nossa capacidade de nos reinventarmos. Com uma escrita afiada e uma performance emocionante, a peça desafia o espectador a questionar seus próprios limites e a descobrir o que significa, verdadeiramente, se despir do peso do passado para se abrir para um futuro de cura e renovação.

À medida que a personagem se despede da figura dos traumas, deixando para trás as sombras que a atormentaram por tanto tempo, ela finalmente encontra o poder de escolher o seu destino. Um destino onde os traumas não são mais sua definição, mas uma parte que, ao ser enfrentada, a leva a um novo começo.

Dispa-se é uma obra tocante e relevante, que nos lembra de que, apesar das perdas e dos traumas, sempre existe a possibilidade de reconstrução e de encontrar, dentro de nós, a força para seguir em frente.