O espetáculo traz a história do abolicionista, político e médico Dr. Bezerra de Menezes, que viveu durante o século XIX, na cidade do Rio de Janeiro, contribuindo com importantes passos para a emancipação da sociedade daquela época. Conhecido como “Médico dos pobres”, não como elogio, e sim, como escárnio pela sociedade aristocrática, por atender aos menos afortunados, sem qualquer retorno financeiro, declarava ser “a política o melhor caminho para ajudar pessoas”. Por esta razão, foi eleito vereador por três vezes, deputado e como tal, desenvolveu grande trabalho em defesa dos humildes e necessitados, em busca de uma sociedade mais justa e igualitária. Contribuiu com o Movimento Abolicionista, influenciando a escrita da Lei Áurea e lutando pela abolição da escravatura e cuidando como médico dos negros escravizados, que posteriormente, foram enviados ao Morro da Providência, enquanto o imperador decidia o que fazer com esta população, pós libertação. Ainda como político, esteve ligado à ciência, a cultura e ao meio ambiente, criando importantes leis de proteção para a Floresta da Tijuca e a Serra de Petrópolis, responsabilizando o Governo pelo serviço de preservação florestal e das nascentes aquíferas. Como médico destacou-se por atender aos mais pobres e por sua prática, também, na homeopatia. Observando que a cura, em muitos momentos, precisava acontecer não apenas no corpo, mas na psique humana, sendo ela geradora de muitos conflitos e inúmeras doenças psicossomáticas. E, esta consciência, só era possível, sempre e repetidamente, baseada no princípio fundamental do amor. Ao padecer de uma doença incurável do estômago, procura por um médium reiceitista, e sendo curado, tornou-se espírita, discípulo dos postulados de Allan Kardec, tornando-se até os dias de hoje o expoente mais importante da Doutrina Espírita Cristã no Brasil. Dr. Bezerra de Menezes, foi fundamental em prol da união, direitos e liberdade religiosa dos espíritas no Brasil e isso fez com que o preconceito vigente a época, onde o catolicismo dominava a sociedade, o fizesse sofrer um apagamento histórico. A interpretação é do ator Ricardo Andrade Vassíllievitch que também é, diretor, professor de artes cênicas e psicólogo. Em sua trajetória, soma direções de espetáculos e estudou com nomes consagrados do teatro brasileiro, entre os quais Fernanda Montenegro, Sérgio Britto, Camilla Amado, Amir Haddad, Zé Celso, entre outros. O espetáculo tem a direção de Jefter Paulo que apresenta sua construção cênica no minimalismo e trilha sonora que conta a história de um Brasil, da época em que o personagem viveu. Traz um “passar a limpo” dos fatos históricos e biográficos pouco difundidos sobre a vida desta grande personagem brasileira que transitou entre outros grandes nomes de sua época.

Única Apresentação