Primeiro artista da música brasileira a se assumir publicamente gay, Edy Star é pioneiro no estilo glam, entre plumas e paetês, e também muito rock’n’roll. Aos 84 anos, o baiano de Juazeiro é o último “kavernista” vivo – gravou, junto a Raul Seixas, Sérgio Sampaio e Miriam Batucada, o LP Sociedade da Grã Ordem Kavernista Apresenta: Sessão das 10 (1971), um dos maiores clássicos lado B da música. Em 1974, Edy lança seu álbum solo, ... Sweet Edy ..., em que contou com um grande time de astros da MPB que compuseram especialmente para ele – Caetano Veloso, Gilberto Gil, Luiz Melodia, Erasmo e Roberto Carlos, Jorge Mautner, Moraes Moreira tem canções no álbum.
Após décadas vivendo entre peças de teatro, filmes, e de ter sido responsável pelos espetáculos de um cabaré em Madri, Edy volta ao Brasil e se fixa em São Paulo. Hoje, seu discos são objetos de culto entre os aficionados pela música brasileira dos anos 1970, até que somente 43 anos depois de ... Sweet Edy..., ele lançou seu segundo álbum, Cabaré Star (2017), produzido por Zeca Baleiro, com participações de Caetano Veloso, Ney Matogrosso, Felipe Catto, Angela Maria (in memorian) e Emilio Santiago (in memorian), além do próprio Zeca.
Em 2022, Edy lança seu primeiro livro, Diário de um invertido: escritos líricos, aflitos e despudorados, Salvador 1956-1963, com textos escritos por Edy ainda adolescente, quando começava a descobrir a sua homossexualidade. Em passagem pelo Recife, para lançar o livro, ele se apresenta no Terra Café, com Juvenil Silva (violão e guitarra) e Leo Vila Nova (percussão), integrantes da Dunas do Barato, com quem Edy já se apresentou – em 2015, n’A Noite do Desbunde Elétrico; e em 2017, na Virada Cultural de São Paulo. No Terra, Edy cantará músicas dos seus antológicos discos – ... Grã Ordem Kavernista... e ... Sweet Edy..., outras de Raul Seixas e Sérgio Sampaio, além de algumas surpresas. A abertura da noite ficará por conta do jovem músico Fernandinho.