"Li duas vezes, com uma emoção profunda, a sua tragédia; muito me surpreendeu

tomar consciência de uma obra onde minha própria con­cep­ção de amor —

enquanto arma de guerra, cuja origem é a raiva mortal que opõe os dois sexos — foi expressa de forma tão gloriosa”

Assim, Nietzsche a Strindberg, autorde Menina Júlia. Na era Vitoriana do século XIX, Strindberg expõe o contra­ponto das questões de género e de hierarquia social ao colocar uma mulher cis gênero aristocrata num embate com seu criado, homem cis gênero.

A encenação que aqui se apresenta tem por objectivo traçar um paralelo entre a época Vitoriana do século XIX e os dias atuais, com foco nas questões de género e de classe social trazidas pela obra. A proposta surgiu da necessidade dos atores em abordar essas questões, face ao atual momento mundial de retrocesso nesse âmbito. Num mundo que se depara

com misoginia e desigualdades latentes, o que o separa dos séculos passados?

A peça fez sua estreia em janeiro, mês da visibilidade trans. Com isso, o grupo acredita ser de suma importância o tratamento das questões de género que são levantadas na obra.

Ficha técnica e artística

Direção: Rafael Salmona

Texto: August Strindberg

Adaptação: Maria Léo Araruna e Vinicius Facó

Elenco: Maria Léo Araruna e Vinicius Facó