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Espetáculo Pano de Boca - 13 e 14/05

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Espetáculo Pano de Boca - 13 e 14/05

13 mai - 2023 • 20:00 > 14 mai - 2023 • 19:00

Evento encerrado

Espetáculo Pano de Boca - 13 e 14/05

13 mai - 2023 • 20:00 > 14 mai - 2023 • 19:00

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Descrição do evento

Cia. Teatro do Incêndio atualiza discurso de Fauzi Arap sobre os equívocos entre vida e teatro em “Pano de Boca”.

Espetáculo estreia em 29/04 e cumpre temporada até julho na sede do Grupo

A Cia. Teatro do Incêndio faz uma leitura contemporânea de seu o espetáculo “Pano de Boca”, obra emblemática de Fauzi Arap (1938-2013) escrita em 1975 e montada pelo grupo em 2015. Com direção de Marcelo Marcus Fonseca a peça retrata a implosão de um grupo de teatro após seus integrantes ultrapassarem todos os limites entre arte e vida. Refletindo sobre a banalização do ofício e a superficialidade em figuras alçadas a categoria de artista da noite para o dia, a remontagem promove perguntas sobre o que sobrou do ritual ao vivo da cena. “Hoje, a palavra Teatro foi sequestrada em seu sentido, sendo usada em vão para definir toda e qualquer mentira da representação social”, diz o encenador. “Teatro é verdade, uma atividade espiritual, não pode ser confundido com o cotidiano que o banaliza”.

               A peça entra em cartaz pretendendo ser a primeira de uma série de ações em homenagem a Fauzi Arap pelo grupo em razão dos 10 anos de sua morte. A montagem surge em um momento que o teatro discute limites impostos por recortes sociais atuais, levando para cena um questionamento do autor: “Quem é o ator? Quem é a atriz?”. Se a atuação deixa de ser entendida como metáfora social, se o teatro passa a ser um lugar com tabus impostos, ele não perderia seu fundamento e princípio? O ator, a atriz, não é quem tem espaço para transitar em todo e qualquer retrato ou recorte do mundo? Não deixaria de ser provocação e reflexão para se tornar imitação iníqua da realidade?

Pano de Boca, que teve sua encenação histórica dirigida pelo autor em 1976. A atual encenação também faz uma menção ao cenário criado por Flávio Império (1935-1985) para a montagem original, homenageando duas das maiores personalidades do teatro brasileiro, cuja parceria criativa é considerada inigualável nas artes cênicas. Fonseca explica que a montagem questiona o que é o Teatro e qual a sua essência, tanto do ponto vista real quanto do ponto de vista do personagem. O debate gerado sobre a criação humana, a relação entre divino e terreno, trata da difícil tarefa de manter o equilíbrio em um mundo dominado por valores distorcidos. Em um plano não realista, a peça trabalha com a questão do conceito de criação e, mesmo em seu plano realista, ela depende do metafísico para ser entendida. O texto de Fauzi Arap quer aproximar o público da cabeça do autor no momento da criação. Ele, portanto, trata o Teatro como alquimia: Pano de Boca é bem mais uma experiência do que simplesmente uma história.

O enredo

O texto é estruturado em três planos. No primeiro, dois personagens indefinidos, palhaços inacabados, reclamam vida dentro da cabeça de um autor em crise. No segundo, uma atriz (Camila Rios) dialoga com alguém que não se vê sobre os acontecimentos que motivaram a desintegração de um grupo. E no terceiro, o próprio grupo tenta reabrir o teatro abandonado em uma reunião convocada por alguém não identificado. A peça se funde em uma discussão sobre a criação, a exclusão e o sagrado no teatro. Os atores transitam por linguagens diferentes como o realismo, o circo e um quase surrealismo, diferenciando os três planos aparentemente distintos do texto, que fluem para um caminho único.

Os palhaços - Pagão (Francisco Silva) e Segundo (Laura Nobrega) - são como duas forças lutando para existir como personagem, que discutem com o autor. “Eis a metáfora: a crise do autor na criação e a discussão com Deus, com o poder criativo. O autor, que nunca aparece em cena, tenta reconstruir algo, enquanto todos os personagens da peça estão diante de uma esfinge, que pode ser um mistério maior do teatro, da vida. Ela pode simbolizar o medo, que pode ser o mero medo de existir”. Argumenta o diretor. Os palhaços, representando o poder e a fragilidade da criação, fazem o contraponto com realidade da arte na vida do ator. Palhaço canastrão, Pagão é matéria quase bruta, ele emana uma energia mais violenta, mostra-se com pouca sensibilidade, mas ganha contornos humanos na “vida”.  Já o palhaço Segundo tem trejeitos miúdos, é sensível, e sua sensibilidade é atacada e violentada o tempo todo, colocando sua existência em risco. Ele propõe uma reflexão sobre como o personagem pode se afirmar, revidar nos embates para sobreviver, pois pode se perder completamente se for exposto ainda inacabado.

No plano da realidade, os integrantes do grupo de teatro têm um encontro marcado, que se emenda com o plano - real e espiritual - da mulher. Essa mulher conversa com alguém, que pode ser qualquer um. Seu espaço é indefinido, sua alma está em descoberta, sua narrativa conduz ao entendimento sem ser conclusiva: ela tenta compreender suas questões e, ao mesmo tempo, não consegue as respostas que procura.

               No grupo de teatro houve afastamento; um desregramento que ultrapassou qualquer contorno pessoal. Os integrantes não conseguem se comunicar. Chamados para uma reunião no antigo espaço da companhia, eles se veem trancados e cercados por um clima de mistério. Sem fazer de conta que nada aconteceu eles são obrigados a encarar o passado para seguir em frente e descobrem que não há como negar o outro, pois a saída é de todos. Na metáfora de Fauzi Arap está dificuldade de reconstruir o que se quedou. Inclusive, um dos personagens, Pedro, foi inspirado na história verídica de Samuca, jovem ator do Grupo Oficina, nos anos 70, que enlouqueceu e parou de falar em consequência do uso abusivo das drogas. A recusa da palavra (recurso mais expressivo do ator) foi usada pelo autor de forma ambígua, também como alegoria da situação do teatro diante da censura política que existia na época.

 

 Serviço

Estreia: 29/4/2023

Temporada até: 02/07/2023

Sábados às 20 hrs e domingo as 19hrs

Ingresso: R$40,00 (inteira) e R$ 20,00 (meia)

Classificação: Livre. Duração: 120 minutos.

 

Teatro do Incêndio

Rua 13 de maio, 48 – Bela Vista – SP/SP

Capacidade: 40 lugares.

 

www.teatrodoincendio.com.br | YouTube: @teatrodoincendio

Facebook: @teatrodoincendio | Instagram: @teatrodoincendio

Contato: (11) 993286358 e (11) 2609 3730

Email: producao.teatrodoincendio@hotmail.com

Ingressos:

 

 

Ficha técnica

Espetáculo: Pano de Boca

Texto: Fauzi Arap

Direção: Marcelo Marcus Fonseca

Direção de produção: Gabriela Morato

Assistência de direção: Valcrez Siqueira

Cenário: Marcelo Marcus Fonseca (a partir de conceito de Flávio império)

Figurinos e adereços: o grupo

Música ao vivo: Xantilee Jesus

Iluminação: Rodrigo Alves

Operação de luz e som: Valcrez Siqueira

Assessoria de Imprensa: Eliane Verbena – Verbena Comunicação

Realização e produção: Cia. Teatro do Incêndio

 

Elenco/personagens: Francisco Silva (Pagão), Daniel Ortega (Paulo), Camila Rios (Magra), Lui Seixas (Zeca), Almir Rosa (Marco), Laura Nobrega (Segundo), Yana Piva (Ana), Vic Bense (Pedro) e Marcelo Marcus Fonseca (Tarso)

 

 

Política do evento

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Local

Teatro do Incêndio

Rua Treze de Maio, 48, 48, Bixiga

São Paulo, SP

Termos e políticas

Sobre o produtor

Gabriela Morato

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