EXagerada

uma conferência sobre o desamor baseada em fatos reais 

EXAGERADA é um solo sobre o fim e as reflexões que vêm depois, mas é também sobre as coisas que todos sentimos, mas não conseguimos explicar, especialmente o amor e a dor. A mensagem de whatsapp do seu ex, recebida pela atriz, é um disparate para grandes discussões sobre o ser humano, sua carência afetiva e a precariedade de algumas estruturas amorosas. A peça parte da experiência real de desamor, mistura-se com dados biográficos e se desdobra para uma construção ao mesmo tempo cênica e conferencista, rica em reflexões filosóficas e psicanalíticas. O desejo de se relacionar e ao mesmo tempo a atração pela individualidade egocêntrica revelam um paradoxo atual do amor. 

Duração: 70 min

Classificação indicativa: 14 anos

Conceito, dramaturgia e performance: Natasha Padilha

Desenho de luz: Natalia Soldera

Acompanhamento artístico: Mariona Naudin

Essa peça foi vencedora da convocatória Teatros de Proximidade (Barcelona) e realizada graças à bolsa de residência artística da associação cultural La Poderosa na Fabra i Coats, ao acompanhamento artístico de Mariona Naudin e ao espaço Antic Teatre, que acolheu a sua estréia em Barcelona em 2022. Se apresenta por primeira vez no Brasil, em Brasília no final de semana do 13 e 14 de maio de 2023 na Casa dos Quatro.

Natasha Padilha (Brasília, 1990) é atriz e storyteller multidisciplinar que atualmente reside em Barcelona. Graduou-se em Artes Cênicas na UnB, possui Mestrado em Práticas de Artes Cênicas e Cultura Visual na Universidad Castilla La Mancha e Museo Reina Sofía. Possui diploma universitário em Escrita Performativa e Perspectiva de Gênero pela Universidad Complutense de Madrid e em Estudos do Futuro: filosofia, ciência e ficção pela Universidad Nacional de Educación a Distancia. Seu trabalho tem como eixos temáticos a autobiografia e autoficção, a vida cotidiana, a identidade e a relação entre o público e o privado.

Sábado dia 13/05 às 20h.

Domingo dia 14/05 às 19h.

Telefone para contato: 982150302 / 32632167

Resenha de Martí Figueiras, crítico de arte da Revista NUVOL:

A mulher mostra-se tal como é. Não há mais pudor, não há mais vergonha. As mulheres já não têm vergonha de si próprias. Nas telas, houve várias personagens que, nos últimos anos, se tornaram ícones feministas, mulheres com poder e sem papas na língua. Estou pensando na Phoebe Waller-Bridge em Fleabag ou em Rachel Brosnahan, mais conhecida por A Maravilhosa Sra Maisel. No caso de Fleabag, a chave do sucesso é a honestidade da personagem contada para a câmara, quebrando a quarta parede. Há um certo pathos que nos faz empatizar profundamente com ela. As suas misérias são as misérias de muitos. Assim acontece, com um toque diferente, não tão agressivo, com Natasha Padilha, artista, atriz, palhaça que este fim-de-semana esteve no Antic Teatre estrelando seu monólogo EXagerada. Brasileira, mas radicada em Espanha há já alguns anos, Natasha Padilha criou um monólogo com um formato que mistura stand-up e performance e onde fala abertamente de uma relação que teve antes da pandemia. O COVID fez muito mau também para as relações amorosas. Neste caso, pelo menos, deu origem a um espectáculo brilhante que serve à artista como catarse e terapia coletiva. 

 Nota da artista:

Esse solo é resultado de um pé na bunda em 2020 que virou uma investigação contínua sobre o amor na contemporaneidade (compartilharei uma bibliografia para os interessados), e que tive a oportunidade de desenvolver graças à existência do DUNAPROJECT, ao suporte generoso de LA PODEROSA (Barcelona), ao acompanhamento de Mariona Naudin, ao acolhimento do Antic Teatre (Barcelona) na estréia ano passado em Barcelona, a Natalia Soldera pelo desenho de luz e suporte mil e a muitas amigas que me ajudam a lutar constantemente contra a síndrome da impostora! Também sempre (des)agradeço ao EX que me deixou os limões pra fazer essa limonada.

Espero vocês! Acima de tudo, venha você que já teve seu coração partido ou acaba de levar aquele tocooo, vem chorar no teatrinho.

Venha se você está em um aplicativo de namoro. Venha se você é solteiriii. Venha se não entende o amor. Venha se você acredita no "indivíduo". Se você gosta da Sophie Calle (a peça é inspirada na obra “Take care of yourself”). E da Maria Homem. Vem cá se não sabe nada sobre o seu/sua ex. Vem se você simplesmente gosta de uma boa FOFOCA. É mais gênero FOFOCA que teatro.