Fab Palladino - UNO - 40 anos de carreira

    O mais dramático dos artistas do Rock’n Roll apresenta o concerto UNO - Unidade na Diversidade, celebrando 40 anos nos palcos.
Parece que foi ontem quando em 85, o Eclipse, banda de Fab, viajou até Caeté, MG, para um show num palco montado no centro da cidade. Na fria noite mineira, o irrequieto vocalista dava pulos, requebrava, surpreendendo inclusive seus colegas de banda.    
De lá para cá, foi um festival de pantomima, caras e bocas, maquiagem, calça lurex e blazer glitter. Do Eclipse, para o Happa, daí para o Decadent Mozarts, e aí sim! para Fab Palladino. Fab de Fab Four (Os quatro fabulosos, apelido dos Beatles) e Fabiano (nome próprio do artista), mais Palladino de Paladino do Oeste, série que ele via antes de Batman nos anos 70.
Os Happa varriam o interior de Minas, nos anos 80, com um show pirotécnico, com explosões e figurinos originais como o ‘Garibaldo’ de Fab, com tiras coloridas que ele colou com cola quente em cima de um pijama que ficou inutilizado. Afinal é só Rock’n Roll but I like it!
Com um interesse pelo estúdio, cometeu, em 85, as canções ‘Greve’ e ‘Luzes da Cidade’ no hoje lendário Estúdio JG em Belo Horizonte, onde gravaram também Serpente, Sepultura (sim, esse), Overdose e toda a galera dos 80. Estamos falando da pré-história do Rock Mineiro.
Fab cometeu vários show inovadores como ‘Folk Ambient Surrealismo Fantástico’, ‘Fluxum, o fluxo das emoções’, ‘Todo Mundo é o Centro do Universo’ e também se aventurou pela Música Eletrônica. Isso tudo está no doc ‘Multiple Man’ , em 4 partes, de 2009, no seu canal do YouTube, Fab Palladino.
Gravou seu 1o álbum em 2003, celebrado pela Revista da MTV, como uma saudável mistura de rock com eletrônico. Teve as músicas ‘Remember Love’ e ‘O Che Vive!’ em 1o e 2o lugar na parada da Trama Virtual, a avó do Spotify. Seu álbum ‘Cheguei até aqui chorado, mas vou seguir sorrindo’ de 2008, apresenta a música ‘Além da Fera Ferida’ que faz um comentário sobre ‘Fera Ferida’ de Erasmo e Roberto Carlos. Também lançou ‘Universal Palladino’ em 2009, onde aparece pelado na capa e ‘O que é Real?’ de 2014, um falso disco infantil, para a criança que vive dentro de nós. É um álbum rock’n roll como frisou Adriano Falabella, a ‘Enciclopédia do Rock’, onde Fab dividia o disco com canções de sua filha Ana, criando uma textura terna e inédita. “Rock é pra quem merece”, diria o já falecido Falabella, seu amigo e colega na Rede Minas de televisão, cujo tema da interprogramação foi composto por Palladino. Lá também, Fab dirigiu os programas Humanidades e Depois é Nunca, que virou um longa, com menção honrosa no London Rocks International Film Festival, em 2022.
Durante a pandemia fez os shows ‘A volta do Abominável Homem das Neves’ e ‘Vivo: como é que se faz um show hoje em dia?”, se apresentando solo ao violão. Ainda durante a pandemia lançou a canção Hello World, cujo vídeo, as pessoas gravavam de suas casas, ainda isoladas, dizendo a frase: eu te amo! em várias línguas. Bob Siga em Frente, faz uma homenagem a Rita Lee e a toda a sonoridade dos anos 60 e 70. Seu vídeo foi dirigida por uma menina de 13 anos, Ana Alice, que usou referências de animação.
O concerto UNO, passa em revista toda a carreira de Fab, bem como as novas Amor Natural Destrói Inteligência Artificial (também em clipe), Volta Belchior!, bem como sua Paralelas, Ovelha Negra de Rita Lee e Volta Raul! sobre o Maluco Beleza. Unidade na diversidade, o artista também passeia por ritmos brasileiros e cubanos. A banda conta com Fernando Santos no baixo, Gisele Caetano na bateria e Dini Pataro no piano e sintetizador, além do próprio Palladino que canta e toca guitarra e violão. O show ainda contará com a presença da dançarina, deficiente visual, Renata Mara. Unir é a missão de Fab. Unir estilos, unir contrários. O artista que trafegou e caminhou pela diversidade, agora busca um ponto de contato: UNO! Unidade na diversidade!