A roda de conversa "Refelexões sobre cuidados antigos"  faz parte da programação especial da Casa PretaHub São Paulo em alusão ao Julho das Pretas, o Festival Preta Se Curta. A atividade será conduzida por Dona Jacira, uma multiartista, pensadora, escritora, bordadeira e contadora de histórias que se revela como guardiã de saberes ancestrais, dedicados ao desenvolvimento humano. É também uma mulher que desempenha os papéis fundamentais de mãe, avó e filha. Traz consigo a linhagem de Yansã e a influência da lua, seguindo suleando em busca de caminhos traçados por suas ancestrais. Seu percurso é marcado pelo anseio de semear e colher afetos em meio à diáspora contemporânea, criando um solo fértil para suas potencialidades e um espaço de trocas significativas. 

Sobre a atividade

Num passado não tão distante, nossas mães desempenhavam o papel fundamental de cuidadoras, valendo-se de ervas e práticas ancestrais para tratar de nossos males. Em tempos mais sérios, recorriam às garrafadas, também conhecidas como mezinhas, que podiam ser obtidas através de venda, doação ou troca. Através das experiências acumuladas, as mais velhas encontravam soluções para diversos problemas. Que tal revisitar os quintais de nossa infância, onde esses conhecimentos foram aplicados em nosso favor?

A jornada que empreenderemos tem um nome africano, "Ndotolo", uma palavra bantu que traduz a ideia de comunicação sensorial. Diante de cortes, ossos quebrados, varíola, caxumba ou até mesmo a presença de vermes indesejados, nossas mães e avós prontamente iniciavam seus cuidados. Bastava receber esse tratamento e pronto! A vida voltava a sorrir nos quintais.

A verminose era um dos maiores temores das mães, pois muitas crianças perdiam suas vidas para essa condição. O simples surgimento de sintomas como flatulências desagradáveis, presença de catarro nas fezes, manchas na pele, fraqueza, sonolência, olheiras e uma vontade irresistível de se esconder num pote de açúcar já acionava o alerta. Que memórias carregamos das folhas e temperos que foram parte desses cuidados? Como eram esses rituais de cura? Refletir sobre essas práticas ancestrais pode nos conectar com nossas raízes e nos ensinar valiosas lições sobre o cuidado e a sabedoria tradicional.

Durante a atividade também será lançado o livro "Um escudo de afetos aos meus", escrito por Dona Jacira. A partir do livro, os participantes irão refletir sobre nossas mãos, o cuidado e o autocuidado, seguindo com trocas e exercícios de cuidado das nossas próprias mãos .

Sobre o evento

Data: 27/07

Horário: 14h às 17h

Atividade gratuita

40 vagas

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*Essa atividade é apresentada pelo Ministério da Cultura, Nubank e Mercado Livre; com patrocínio da Pepsico Foundation, Nivea e Instituto Assai; apoio do Instituto Alok, Pinheiro Neto Advogados; apoios institucional da Fundação Tide Setubal e Instituto ACP.