HISTÓRIAS GRAPIÚNAS
Companhia Teatro Griô estreia espetáculo que homenageia a saga heroica de lideranças do candomblé e tupinambás do Sul da Bahia.
O espetáculo dirigido por Rafael Morais traz o olhar da Companhia Teatro Griô sobre narrativas que se mantiveram à margem da história oficial do país, no lastro de oralidade que ainda permanece vivo, submerso nas tramas e memórias das primeiras histórias brasileiras: mitos, histórias de vida, causos e lendas do Sul da Bahia, também conhecida como região cacaueira ou nação grapiúna.
A palavra grapiúna tem origem tupi e está relacionada ao grande número de aves de plumagem preta, como jacus, macucos, mutuns e diversas outras que enriquecem a região da costa do cacau. Grapiúna também é o nome dado pelos sertanejos aos primeiros habitantes do litoral. A região grapiúna é fonte riquíssima de histórias de tradição oral, de matrizes diversas, misturando referências das culturas afro-brasileiras, indígenas, árabes e europeias.
O espetáculo nasceu de uma instigante pesquisa realizada em parceria entre a Companhia Teatro Griô e os Terreiros Ilê Axé Ijexá Orixá Olufon e Matamba Tombenci Neto, ambos com sua ancestralidade marcada pela história de antepassados heroicos que marcaram a existência do Engenho de Santana - fundado em 1534, como a extraordinária sacerdotisa Mejigã, advinda de Ilexá, na Nigéria, para este engenho situado na chamada Mata do Camacã, assim como a notável Iyá Tidu, fundadora do Terreiro Aldeia de Angorô (primeiro nome do Matamba Tombenci Neto), em 1885, no mesmo Engenho de Santana. Além destes antepassados históricos, o espetáculo Histórias Grapiúnas se inspira também em lideranças contemporâneas como Pai Ruy Póvoas, descendente de Mejigã e Mãe Hilsa Mukalê, descendente de Iyá Tidu. Em cena serão desvelados momentos marcantes, repletos de dor, coragem, emoção e resistência, da saga destes tradicionais terreiros grapiúnas e seu povo de santo.
A pesquisa também adentrou, a convite de lideranças tupinambás parceiras do Sul da Bahia, pela Terra Indígena Tupinambá de Olivença, através do encontro com Claudio Magalhães, com o Cacique Alicio Amaral e sua família, e das lideranças da Aldeia Serra do Padeiro, Dona Maria Tupinambá e Célia Tupinambá. O espetáculo revelará o heroísmo e a resistência do povo tupinambá, sua luta, regeneração e retomada da terra. Homenageando heróis excepcionais como o Caboclo Marcelino, primeiro indígena degredado do Brasil e a lendária Cabocla Jupiara, que miticamente encanta-se numa imensa cobra que protege as matas grapiúnas.
O espetáculo propicia uma viagem mediante o contato com mitos, causos, lendas e histórias de vida de pajés, caciques, pais e mães de santo, que além de devotados líderes de suas comunidades, intercambiaram com os artistas da Companhia Teatro Griô com muita cumplicidade e se revelaram exímios e admiráveis contadores de histórias. Inclusive, estarão em cena conosco e subirão ao palco nos dias das apresentações do espetáculo Histórias Grapiúnas, para compartilhar com o público um pouco de suas extraordinárias e necessárias histórias.
Antes de seguir numa futura temporada pelos Terreiros, Teatros e Aldeias do Sul da Bahia, realizaremos uma prévia para o público de Salvador, com as presenças ilustres de Mãe Hilsa Mukalê, Pai Ruy Póvoas e Dona Maria Tupinambá, de mãos dadas com os artistas da Companhia Teatro Griô para o partejamento do espetáculo Histórias Grapiúnas, no Teatro SESI Rio Vermelho, nos dias 14, 21 e 28 de setembro, quintas-feiras, e 06 de outubro, sexta-feira, às 20 horas, com dramas, encantamento, histórias e poesia. Ingressos à venda no Sympla.
O espetáculo tem dramaturgia e direção de Rafael Morais, Cenário e Figurinos de Tânia Soares, Direção Musical de Luciano Salvador Bahia, Luz de Ruhan Álvares, Assistência de Dramaturgia de Gabriela Sampaio e elenco da Companhia Teatro Griô.
O projeto tem apoio financeiro do Governo do Estado, através do Fundo de Cultura, Secretaria da Fazenda, Fundação Cultural do Estado da Bahia e Secretaria de Cultura da Bahia.
FICHA TÉCNICA:
Dramaturgia e Direção: Rafael Morais
Cenário e Figurinos: Tânia Soares
Direção Musical: Luciano Salvador Bahia
Luz: Ruhan Álvares
Assistência de Dramaturgia: Gabriela Sampaio
Elenco: Companhia Teatro Griô – Alcides Valente, Ana Emília Andrade, Darluce Azevedo, Ana Manoela Costa, Gabriela Sampaio; Helaine Ornelas, Iracema Santos, Layno Pedra, Lícia Brasileiro, Maria Iris Santos, Ranieri Leal, Sandra Maia, Sarah Frota, Valéria Ettinger, Vânia Valadares e Zidi Brandão.
Assistentes de Figurino: Helaine Ornelas, Lícia Brasileiro, Maria Iris Santos e Zidi Brandão.
Costureiras: Iraildes Viana de Oliveira, Maria Iris e Zidi Brandão.
Adereços: Maria Iris Santos.
Maquiagem: Helaine Ornelas.
Consultoria cultural: Mãe Hilsa Mukalê, Ruy Póvoas, Maria Tupinambá, Célia Tupinambá, Claudio Magalhães, Carlos Alberto Alaboji, Raimundo Nunes Ajagunã, Iago Irolebun.
Ministrantes da oficina artístico-cultural “Cantar, dançar, comer e beber para os encantados – As festas de Caboclo e Boiadeiro”: Corpo Ogã Ijexá - Carlos Alberto Alaboji, Raimundo Nunes Ajagunã e Iago Irolebun.
Palestrantes Convidados para o processo criativo: André Rosa, Mãe Hilsa Mukalê, Ruy Póvoas, Maria Tupinambá, Célia Tupinambá, Claudio Magalhães, Carlos Alberto Alaboji, Raimundo Nunes Ajagunã, Iago Irolebun.
Designer gráfico: Maqsuel Maqson.
Fotografia: Eduardo Mafra
VTs: Gabriel Dias
Assessoria de Imprensa: Filipe Velloso
Produção: Rafael Morais e Tânia Soares.
Agradecimentos:
Agradecemos a todas as pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste projeto, como Ajagunã - Raimundo Nunes, Alaboji - Carlos Alberto, Alice Carvalho, André Rosa, Ateliê Boca de Cena, Célia Tupinambá, Celo Costa, Claudio Magalhães, Fadori - Edivaldo Souza, Gabi Guedes, Ivana Pirajá, Irolebun - Iago, Josi Borges, Mãe Hilsa Mukalê, Manoela Costa, Maria Tupinambá, Emília Gonçalves, Cida Bastos, Marinho Rodrigues, Ruy Póvoas.