A atriz e escritora argentina Camila Sosa Villada é a próxima atração do projeto Noite de estreia, que promove lançamentos de livros no formato de uma grande festa com performances, combos especiais e música.
Nesta edição, o local escolhido é o charmoso Cineclube Cortina, onde serão lançados os livros A viagem inútil (Editora Fósforo) e Tese sobre uma domesticação (Editora Companhia das Letras) com uma leitura especial de trechos que conta com a participação da própria autora e dos autores Caio Blat e Fabia Mirassos. A direção fica por conta de Maria Manoella.
Serviço:
Data: Quarta, 3 de Julho
Das 20h à 1h
Cineclube Cortina
Endereço: Rua Araújo, 62, República
20h – Abertura da casa
21h – Leituras com Camila Sosa Villada, Caio Blat e Fabia Mirassos. Direção: Maria Manoella
Após performances, festa com DJs Giu Viscardi e Carol Luck
Ingressos:
Noite de estreia: Apenas entrada - R$ 40,00 (+ taxas)
Noite de estreia 1: Entrada + 01 um dos livros do lançamento a sua escolha - R$ 80,00 (+taxas)
Noite de estreia 2: Entrada + 02 livros do lançamento (1 livro da Editora Fósforo + 1 livro da Editora Companhia das Letras) - R$ 100,00 (+taxas)
- Ingressos sujeitos à virada de lote sem aviso prévio.
- Não é permitida a entrada de menores de idade.
Importante: não teremos venda de ingressos no local.
Saiba mais sobre os livros:
Tese sobre uma domesticação
![](https://images.sympla.com.br/66571568e21c2.jpg)
A estreia da autora de Parque das irmãs magníficas na . Um romance sobre amor, desejo, corpos rebeldes e novas configurações familiares.
Uma atriz trans adota um menino de seis anos com seu marido, um advogado gay. O garoto traz consigo uma história trágica: soropositivo, não conheceu seu pai biológico, e sua mãe se suicidou quando descobriu que o contagiou com o vírus HIV. A partir deste enredo, a prosa inclassificável de Camila Sosa Villada nos conduz por uma espécie de sociologia da família, uma indagação comovente sobre os papéis que a compõem, sobretudo no que diz respeito às possibilidades do amor.
Até que ponto é possível domesticar um corpo? Como conviver com as feridas do outro? O que fazer quando se cai nas garras das convenções, do socialmente respeitável? A literatura de Camila Sosa Villada -- "a coisa mais importante que li sobre sexualidade desde Jean Genet", anotou o autor francês Édouard Louis -- desafia de modo cabal nossas emoções. Nesta história de pactos invisíveis, de uma rebeldia profunda e convulsiva, de paixões arrasadoras, ninguém sai como entrou.
A viagem inútil
Neste ensaio autobiográfico que já nasceu clássico, a atriz e escritora argentina Camila Sosa Villada resgata memórias primordiais de sua infância em Córdoba para refletir sobre literatura, escrita, família, pobreza e a relação entre elas. Num exercício de autoinvestigação franco e poético, em que sensibilidade e consciência social se combinam, a escritora reconhece na criação literária um gesto de resistência e autopreservação. “Eu digo: primeiro a escrita, depois a tristeza. E é uma vitória sobre esse desígnio da minha família que nunca aceitou sua pobreza: primeiro eu soube escrever e depois aprendi a ficar triste.”Ao retraçar as origens da própria literatura, Sosa Villada descobre nela a presença incontornável de seus pais, que lhe presentearam com os saberes das letras, muito antes de seus caminhos se afastarem: “Meu pai me ensinou a escrever, e minha mãe, a ler. Eles me levaram para a borda de uma floresta e me deixaram ali sozinha, esperando que eu entrasse e me perdesse para sempre.”
Pródiga em frases antológicas e definições inesquecíveis sobre literatura (entre elas, “um animal muito difícil de ser caçado”, e “a travesti é a irmã da escrita nessa viagem de renúncia”), a escritora também dialoga com todos aqueles para quem a leitura é um ato essencial, ainda que terrível; aqueles que, como ela, conhecem o “poder do prazer da solidão” proporcionado pelos livros, seu primeiro refúgio contra a pobreza de sua infância, a tristeza da mãe, a violência do pai.