SOBRE:

A obra "Orientalismo", escrita pelo crítico literário palestino-americano Edward Said, apresenta um conceito revolucionário que ilumina a forma como o Ocidente construiu uma visão distorcida e simplificada do Oriente ao longo dos séculos. Said argumenta que a ideia do "Oriente" não é uma representação objetiva ou neutra de uma região do mundo, mas uma construção cultural e política moldada por interesses coloniais e imperiais. Ele propõe que o Ocidente, especialmente a partir do século XIX, criou uma imagem exótica, misteriosa e inferior do Oriente para justificar sua dominação e exploração.

A partir dessa base teórica, a aula se propõe a explorar o conceito de "Orientalismo" e suas manifestações na sociedade contemporânea. Será discutido como esse conceito se reflete nas diferentes formas de mídia, incluindo o jornalismo, filmes, novelas e outras produções culturais, que ainda perpetuam estereótipos e visões distorcidas sobre os povos e as culturas orientais. No jornalismo, por exemplo, é comum ver o Oriente representado de maneira monolítica, como um lugar marcado pela violência, pelo fanatismo religioso ou pela tirania, sem levar em consideração a complexidade e a diversidade das sociedades e culturas locais. Essa visão reducionista contribui para a construção de um imaginário coletivo que desumaniza e marginaliza as pessoas do Oriente.

Além disso, nas novelas e filmes, o Oriente frequentemente aparece como um cenário exótico e misterioso, onde a cultura, os valores e as tradições são retratados de maneira simplificada, muitas vezes distantes da realidade. Essas representações, muitas vezes fantasiosas, têm um impacto direto na maneira como as pessoas no Ocidente percebem o Oriente e seus povos. Elas reforçam a ideia de que essas culturas são fundamentalmente diferentes e "inferiores" às ocidentais, criando uma barreira simbólica que dificulta a compreensão mútua.

Ao compreender esse panorama teórico-conceitual do Orientalismo, a aula permitirá que os participantes reflitam sobre os impactos dessa visão distorcida do Oriente nas relações sociais e interculturais contemporâneas. A construção de uma imagem do Oriente que não condiz com a realidade gera uma série de consequências negativas, incluindo o preconceito, o racismo e a xenofobia. Esses fenômenos se manifestam em atitudes discriminatórias e em políticas excludentes, que contribuem para a marginalização de grupos orientais no Ocidente e para o fortalecimento de estigmas negativos em relação a essas culturas.

Assim, ao analisar o conceito de Orientalismo e suas repercussões, a aula visa não apenas oferecer uma compreensão mais profunda dos mecanismos de representação e poder que envolvem a imagem do Oriente, mas também incentivar uma reflexão crítica sobre como podemos, enquanto sociedade, superar essas visões distorcidas e promover um diálogo intercultural mais respeitoso e inclusivo.

Tópicos:

* O conceito de orientalismo

* Imperialismo e colonialismo clássicos

* A cultura como instrumento imperial

Publico alvo: Será uma atividade introdutória! Todes serão muito bem-vindes!

IDEALIZAÇÃO E FACILITAÇÃO:

Aycha Sleiman é estudante de Relações Internacionais e parte da equipe de comunicação da editora Tabla. É também idealizadora do projeto @des.orientese, que busca trazer informações sobre cultura e política do Oriente Médio ao público brasileiro.

Uma parceria com a Editora Tabla, que tem como foco a publicação de autores do Oriente Médio e do Norte da África. O objetivo é dar voz a literaturas sub representadas no Brasil, estabelecendo pontes diretas num eixo sul-sul.

INFORMAÇÕES:

Datas e horários: 02/12, das 19h às 21h

Valores conscientes, você paga o quanto pode no momento!

Opção 01 - Mínimo: R$30

Opção 02 - Intermediario: R$45

Opção 03 - Ideal: R$60

Opção 04 - Fortaleceu demais: R$75

Curso online e ao vivo, via plataforma Zoom

Todas as aulas são gravadas e disponibilizadas para quem estiver inscrite (vídeo disponível no drive por um mês após a realização do curso)

Emissão de certificado de participação para quem assistir às aulas ao vivo.

Classificação indicativa: 18 anos