Resumo:

A oficina Escrita orgânica e consagração do instante: do silenciamento à criação poética trata da escrita orgânica ou visceral como sobrevivência às opressões (conforme Gloria Anzaldúa em sua “Carta para as mulheres escritoras do terceiro mundo”). A partir da abordagem de temas como transgressões de linguagem, o direito à literatura e escrita de mulheres como espaço enunciativo dissidente será enfatizado o poder de reinscrição poética ao longo do tempo. Nesses termos, a escrita poética será considerada como campo produtivo de resistências nas suas possibilidades de transformação dos imaginários de dominação. Investindo numa metodologia colaborativa haverá momentos de criação e socialização de poemas, primando pelas diversas formas expressivas das pessoas participantes do workshop em suas representações sensíveis do cotidiano. Os exercícios de escrita serão propostos a partir do diálogo com fragmentos de vídeo-performances artísticas em que os elementos audiovisuais evidenciam resistência às forças opressoras que impõem limites às existências dos sujeitos. Os fragmentos audiovisuais (com duração de até 04 minutos) serão disponibilizados para acesso prévio das/os participantes. No momento de produção o público será desafiado a elencar e acolher a potência de palavras emblemáticas que, conectadas com a simbologia das imagens audiovisuais, irão guiar o percurso da escrita criativa.

Palavras-chave: linguagem poética; resistência às opressões; processos criativos.

Público: mulheres cis e trans – jovens (16+), adultas e idosas; pessoas LGBTQIAPN+ que não se enquadram na categoria anterior.

Carga horária: 04 (quatro) horas. Com emissão de certificado.

Ementa:

Fundamentos da escrita orgânica: diálogos com Gloria Anzaldúa. A escrita poética como campo produtivo de resistência à opressões de gênero. O direito à literatura e escrita de mulheres como espaço enunciativo dissidente. Exercícios de criação poética: palavras emblemáticas. A poesia e seus poderes de reinscrição/atualização ao longo do tempo. Escrita poética e possibilidades de transformação dos imaginários de dominação. Exercícios de criação poética: diálogos com vídeo-performances.

SOBRE A MEDIADORA DA OFICINA

Daniela Galdino (BA) Doutora em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia, Brasil (UFBA). Professora da Universidade do Estado da Bahia, Brasil (UNEB), onde atua como Docente do Programa de Pós-graduação em Estudo de Linguagens (PPGEL) e coordena o GRUPELE (Grupo de Estudos sobre Literaturas e Etnicidade). Idealizadora e Curadora do Circuito Editorial Profundanças – www.profundancas.com , destinado ao mapeamento e à publicação de escritoras em sua maioria inéditas e residentes na região nordeste do Brasil. Como poeta tem participação em diversas antologias publicadas no Brasil e em outros países, seus poemas já foram traduzidos para o alemão, inglês e espanhol. Como performer atuou no cinema e em projetos de artes integradas veiculados em plataformas virtuais. Desde 2022 está em circulação pelo Brasil com a performance Céu em Si, num diálogo entre poesia, música e audiovisual. Publicou os livros de poesia “Espaço Visceral” (2018), “Inúmera/Innumerous”: edição bilíngue (2017), “Inúmera” (2011, 2013) e ‘Vinte poemas caleiDORcópicos’ (2005). Em 2013 realizou circulação literária na Alemanha por ocasião da homenagem ao Brasil na Feira do Livro de Frankfurt.

A oficina de  Escrita Orgânica integra o projeto Céu em Si: Circulação Poética, que foi aprovado no edital Circulações Literárias da Bahia, e conta com apoio financeiro da Funceb.