O que se entende por inteligência artificial? Será uma versão melhorada do ser humano? Ou uma mistura de piloto automático com uma espécie de escravizado autônomo?

E não menos importante: quais perspectivas temos para pensar as artes e as tecnologias hoje? Que arte é essa que muitas vezes captura, hierarquiza e impõe? A Inteligência Artificial traz possibilidades inéditas de controle da sociedade, mas abre também novos caminhos de criação artística e crítica. Nenhuma tecnologia é neutra e toda fotografia, seja feita com IA ou não, é produto de uma série de instâncias técnicas e programáticas que vão dos modos de enquadrar ao que fica fora do recorte da cena. 

O uso de inteligência artificial vem borrando as fronteiras entre a realidade e a ficção, tornando cada vez mais difícil verificar a legitimidade de fotos e vídeos. Enquanto ainda se debate a ética da manipulação digital, programas inventam imagens verossímeis, com consequências políticas e sociais imprevisíveis. Estamos além da era do “homem sem a câmera” e do mundo pós-Photoshop. O nosso agora é o da imagem sem o humano e essa virada não é apenas técnica.

Como trabalhos artísticos podem desconstruir as lógicas dominantes?

A proposta deste painel é que artistas e pesquisadoras discutam vieses racistas, impactos nas indústrias criativas e, sobretudo, como a arte tensiona e se apropria do repertório tecnológico das IAs.