A proposta do “Percursos n’O anti-Édipo” é a de percorrer de forma coletiva a leitura desse livro, publicado em 1972 por Gilles Deleuze e Félix Guattari, que se tornou um marco para pensarmos a clínica e a política nos nossos tempos. Um novo paradigma estético.

Dividido em quatro capítulos, “O anti-Édipo: capitalismo e esquizofrenia I” nos apresenta, em seu primeiro capítulo, uma perspectiva filosófica de se pensar a realidade através de uma força multiplicitária que podemos nomear de desejo maquínico. Com isso, Deleuze e Guattari elaboram uma complexa e potente crítica, no segundo capítulo, ao modo de exercício da psicanálise de sua época. Uma prática clínica intimamente aliada às forças de manutenção social através da apreensão do inconsciente como um teatro de sombras e representações, necessariamente edípico. Em contraposição, O anti-Édipo nos apresenta um inconsciente produtivo, uma usina de fabricação de mundos. Em seguida a essa crítica, numa mirada antropológica, no terceiro capítulo, Deleuze e Guattari nos fornecem uma leitura dos modos de organização social: primitivo, despótico e capitalista através das diferentes inscrições do desejo no socius. Por fim, no último capítulo, nos é apresentado a esquizoanálise, um modo clínico-político-ético-estético de se relacionar com o desejo e com o mundo. 

Esses percursos são destinados à todes aqueles que tiverem interesse de ingressar nessa aventura d’O anti-Édipo juntes para pensarmos os regimes da clínica, da política e da estética em nossos tempos. Não é necessário experiência ou formação prévia. Mas sim desejo de se lançar nesse percurso que se multiplica e multiplicará em vários e de diferentes formas para cada um.