Este projeto
visa DESCOISAR A MORTE e aponta para possibilidades em relação ao questionamento
sobre vida, cuidado, morte e o grau de liberdade de ação existente dentro desse tecido,
rede de valores e significados.
Todas as atividades tem como objetivo a otimização da aprendizagem, emergência de valores positivos
e autênticos, aprimoramento pessoal e profissional, resultando
em uma ética e postura mais humanistas, decorrentes da
interação entre aprendizagem extrínseca e intrínseca.
Apresentamos uma perspectiva de ARTE-EDUCAÇÃO que oferece uma revisão de valores e crenças, para além do momento de
dominação técnico-científica que vivemos atualmente.
O Projeto Descoisando a Morte conta uma Intervenção Cênica (seguida de bate-papo) e Atividades Formativas.
Serão 04 oficinas (de 04 horas cada uma): A Arte da Escutatória, Clownpetências Paliativas, Vulnera Habilidades no Cuidado e (P)ARTEIRAS de Mortes.
Através de pedagogia sistêmica (metodologia ativa), as atividades aprofundam os respectivos temas: escuta ativa , palhaçaria terapêutica (atuação com idosos e pacientes com doenças ameaçadoras da vida), a vulnerabilidade como potência no cuidado e a dimensão da arte na finitude humana.
Ao adquirir este Combo Formativo, você assistirá a Intervenção Cênica e poderá participar de todas as Oficinas, recebendo a certificação referente as 20 horas de atividades. Em algumas oficinas, além das 4 horas presenciais, vamos propor algumas atividades complementares.
Mas poderá também realizar sua inscrição nas oficinas separadamente caso desejar.
Procure aqui no SYMPLA pelo nome da Oficina que você tem interesse: A Arte da Escutatória, Clownpetências Paliativas, Vulnera Habilidades no Cuidado, (p)ARTEIRAS de Mortes ou Intervenção Cênica Descoisando a Morte (com bate-papo).
PROGRAMAÇÃO COMPLETA:
DIA 16/05 - SEXTA NOITE (19:30 às 21:30) - Intervenção Cênica Descoisando a Morte (seguida de bate-papo)
DIA 17/05 - SÁBADO MANHÃ (10h às 14h) - Oficina A Arte da Escutatória
DIA 17/05 - SÁBADO TARDE (15h às 19h) - Oficina Clownpetências Paliativas
DIA 18/05 - DOMINGO MANHÃ (10h às 14h) - Oficina Vulnera Habilidades no Cuidado
DIA 18/05 - DOMINGO TARDE (15h às 19h) - Oficina (P)ARTEIRAS de Mortes
PÚBLICO ALVO: Todas as pessoas que nascem, vivem, se envolvem, são cuidadas, cuidam e morrem (maiores de 16 anos).
LOCAL: Todas as atividades serão realizadas no GALPÃO 03 da FUNARTE BH (Fundação Nacional das Artes). Rua Januária, 68. Centro - Belo Horizonte - MG
FACILITADORAS DAS OFICINAS:
Ana Portillo - Fisioterapeuta, Terapeuta Transpessoal, Arte-educadora e Palhaça Paliativista. Pós- graduada em Saúde e Espiritualidade e Psicologia Transpessoal.
Rosa Cruz - Psicoterapeuta Holística, Arte-educadora, Agente Cultural. Especialista em Terapia Sistêmica.
ORIENTAÇÕES: Venha com roupas confortáveis, chegue 15 minutos antes e se possível traga sua garrafinha com água.
DESCRITIVO DAS ATIVIDADES:
- INTERVENÇÂO CÊNICA DESCOISANDO A MORTE (120 min) - A intervenção cênica
"Descoisando a Morte
" foi inspirada na peça teatral “Tô morrendo… Peraí! Quero
sentir teu coração de perto”
, já apresentada na FUNARTE BH. Ela propõe a valorização da vida, a
conscientização e inclusão da qualidade de morte, incentivando o bem viver, a leveza e a alegria até o
final de nossas jornadas. Nasce da experiência que a artista e fisioterapeuta Ana Portillo teve como
palhaça terapêutica com pacientes internados na unidade de cuidados paliativos do HCPA, no período
de 2016 a 2018. Na modalidade intervenção cênica (monólogo) o público testemunha o que pode
acontecer quando a arte, a escuta ativa e a liberdade de expressão são oferecidas aos pacientes.
Melhor do que falar é mostrar. Melhor que contar é encenar.
Inspirado na peça teatral. Essa intervenção é realizada em dois momentos.
No primeiro é apresentada uma intervenção teatral com nove histórias
baseadas em fatos reais. No segundo momento, será realizado um bate-papo.
Essa proposta sensibiliza e propõe um debate sobre as
possibilidades do cuidado multidimensional e atuação paliativa
que foram oferecidas em cada cena, assim como um
compartilhamento de experiências e reflexões.
- OFICINA A ARTE DA ESCUTATÓRIA (4h) - Sensibilizar a percepção de uma escuta atenta, que primeiramente possa reconhecer o
barulho interno advindo do acúmulo de informações e obrigações.
Ser capaz de escutar a si e como observador, sustentar a suspensão do juízo de valor,
assim como nossas projeções. E a partir disso, identificar processos contratransferenciais,
inerentes ao encontro, que possam vir a influenciar nossas relações e tomada de decisões
com nossos pacientes. Da verticalidade para a horizontalidade, criando espaço para a
escuta de si, do outro e do mundo, ampliando a empatia e transcendendo o óbvio.
Será que estamos ouvindo ou escutando?
Será possível escutar um desejo?
Escutar sem interromper ou reagir?
Escutar um sintoma? Escutar um
esgotamento? Escutar um desejo
ou um dom? Escutar o que não é
dito? Escutar o grito de um
silêncio?
- OFICINA CLOWNPETÊNCIAS PALIATIVAS (4h) - Vivenciar o que um palhaço (arquétipo do bobo/louco) pode nos ensinar sobre
autoconhecimento, coragem, presença, cuidado, vida e morte.
Acesso de autoconhecimento intravenoso. Conhecer nossas competências
e também nossas vulnerabilidades e colocá-las a serviço sem vergonha.
Nudar-se de papéis e funções pode nos ajudar a perceber o quanto estamos
afastados de nós mesmos. E cair em si, costuma ser o melhor tombo que
podemos ter na vida. A vida é um sopro e podemos estar
correndo nem sabemos para onde. Entre passado e futuro,
onde estamos agora? Uma pausa para descomprimir,
desacelerar e rir do ridículo que nos une. Profissionais da
saúde não estão imunes e frequentemente negligenciam
a saúde emocional quando vestem o jaleco da seriedade.
Vamos testar nossa clowngruência e rir de nós mesmos
num ambiente seguro e terapêutico, onde a menor
máscara do mundo, esconde um nariz e revela um ser. Percorrer a jornada do bobo. Conhecer e se apropriar das janelas de atuação ou níveis de
relação: artístico (sedução), relacional (aliança) e terapêutico (autonomia/empoderamento).
A horizontalidade do encontro, a liberdade de expressão, o reflorestamento do imaginário e a
inadequação consentida conduzindo a transgressão que esquece a doença e protege um ser.
A escuta ativa a serviço da equipe transdisciplinar. A coragem de se atirar no desconhecido
com alguém que já está de malas prontas para o abismo.
Nesta temática integraremos abordagem paliativa com noções de palhaçaria.
A honestidade, simplicidade, generosidade, prazer,
leveza (Francine Côtè da Ecole de Clown at Comédie)
e o poder da aceitação, afinal só o bobo é capaz
de dizer verdades o rei.
Trocar o jaleco pelo nariz pode trazer
uma experiência arrebatadora.
Mas a concomitância deles é algo
surpreendente.
- OFICINA VULNERA HABILIDADES NO CUIDADO (4h) - Será que nossas vulnerabilidades podem se tornar potência no cuidado?
Esconder medos, vergonhas, inexperiências, emoções represadas, crenças, desejos secretos, lutos, desamparos,
abusos, violências, incertezas, traumas, dependências, ignorâncias, dificuldades entre outras vulnerabilidades é o
melhor caminho para exercer o cuidado? Olhar de frente, conhecer um pouco mais daquilo que nos limita mas
também nos aproxima enquanto humanos pode ser algo paralisante mas também é um desafio. Sim, não será
fácil, mas é uma possibilidade que se apresenta nesta oficina. Estarmos vulneráveis e nus, assim como nossos
pacientes estão diante de nós. Não estamos acostumados a baixar a guarda, descansar nossas máscaras e
trilhar caminhos escondidos ou desconhecidos. Aprendemos desde cedo pela pedagogia bancária que um
depósito de conhecimentos garante o aprendizado técnico
para desempenharmos nossos papéis no mundo. E as
habilidades socioemocionais na maioria das vezes ficam
esquecidas. Se você se sente chamado para visitar um
lugar de desconforto e ser capaz aprender com ele, esta
temática é um continente seguro para
mergulharmos na arte de construir
vulnera habilidades.
- OFICINA (P)ARTEIRAS DE MORTES (4h) - Um olhar inclusivo, disruptivo e amoroso para todos os fins. Será que somos capazes de amar um fim de ciclo? De reconhecê-lo como
necessário a fruição do viver? Por que existe tanto holofote e alegria no
nascer e tanta censura e tristeza no morrer? Por que coisificamos e
excluímos a morte do nosso dia a dia? Sabemos reconhecer quando um
fim se aproxima? E por que, para a maioria de nós, a morte ainda é uma
experiência dolorida? Andamos tão distraídos que não sabemos mais
reconhecer a natureza em nós, não é verdade? Quando uma solução não
faz mais sentido e é preciso haver uma dissolução. Mas por que o modelo
biomédico vigente nos apresenta ferramentas que parecem estar na
contra mão do que precisamos para encerrar nossa jornada biográfica?
Alguma vez já nos permitimos olhar para nossas mortes e lutos
(reais e simbólicos) de uma outra perspectiva? Estamos dispostos a desatar alguns
nós rumo a uma transformação? Esta temática se propõe ressignificar
finais de ciclo relembrando a perspectiva dos povos originários. E se hoje fosse seu último dia? Isso te acalenta ou te apavora? O que precisamos deixar morrer em nós para seguirmos vivendo com leveza? Será possível partejar a si, partejar o outro e partejar um sistema? Sejam mortes simbólicas ou reais. Partejar o fim de um paradigma
que não sabe cuidar em sua totalidade e ignora, exclui
ou terceiriza as mortes do cotidiano? Aprimorar o cuidado multidimensional e as
competências atitudinais de quem cuida da finitude humana. Vamos relembrar juntos que podemos ser capazes de sentir, reconhecer, informar, sustentar
e acompanhar com leveza o processo ativo de morte e suas dimensões.
SIM! Existe saúde na hora da morte, embora estejamos bem distantes
de desfechos salutares, hoje em dia baseados em protocolos e guidelines
de obstinação terapêutica. E se a gente tivesse coragem de fazer diferente? E se não tivéssemos medo de julgamentos e seguíssemos nossos corações como outrora fizemos? Escutar, equalizar, bancar e orquestrar nossas intenções e desejos, assim como de nossos afetos e/ou pacientes
(protagonista do cuidado), da família e da equipe de saúde.
Ações que transcendem formatos, através da ARTE e da SUBJETIVIDADE BRASILEIRA, pois somente tendo consciência do tripé indígena, africano e eurocêntrico e seus impactos civilizatórios poderemos enfim sacralizar biografias com dignidade e amor.
O que precisamos sentir, pensar e fazer para partejar "kalotanásias"? E se a gente conseguisse internalizar o conceito de concomitância entre nascer e morrer e desta forma pudéssemos enxergar que a beleza oculta nas mortes não são tão ocultas assim? Prontos para partejar esse processo?
Alternativas que contemplem a ARTE como ferramenta vão ao encontro do conceito proposto pela BIOÉTICA DA PROTEÇÃO. E assim colaboramos para a co-criação de um novo modelo de paradigma que inclui experiências sustentáveis e justas alinhadas aos OBJETIVOS de DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL (ODS) da AGENDA ONU 2030.
Este projeto foi apoiado pelo PROGRAMA FUNARTE ABERTA 2025 – OCUPAÇÃO DOS ESPAÇOS CULTURAIS DA FUNARTE -
Apoio: FUNARTE / MINISTÉRIO DA CULTURA / GOVERNO FEDERAL

Realização:
