“Quando eu fecho os olhos” mostra a noite vivida por três amigas de infância que decidem acampar justo no dia da passagem do cometa Tempel-Turttle pela Terra e da chuva de meteoros chamada Leônidas! Em meio ao importante evento espacial, suas fragilidades e medos emergem do seu universo interior e as faz questionar: O que vemos quando fechamos os olhos e olhamos para dentro? Quais fantasmas temos que enfrentar? Quem sou eu além da minha história e dos papéis que representei? Assim, brincando com aspectos da astronomia e da psicologia, a comédia dramática fala da importância da amizade no enfrentamento dos medos, traumas e desafios da vida, e sobre a busca de tornar-se você mesmo.

 Na narrativa as personagens estão adentrando os 30 anos, caminhando para a segunda metade da vida adulta e para a chamada “passagem do meio”, um rito de passagem entre a adolescência prolongada da primeira idade adulta e o inevitável encontro com a velhice e a mortalidade. É o momento de aceitarem a responsabilidade pelo resto das páginas e arriscarem, ou, do contrário, permanecer prisioneiras da infância, não importando o sucesso aparente que possam ter na vida. Os eventos naturais do enredo (o cometa e a chuva de meteoro) irão atuar como pano de fundo para falar das turbulências simbólicas vividas pelas personagens, e por todos nós em nossa história pessoal.

A peça se passa em um ambiente realista com muitos elementos visuais que dão vida a um camping de jovens nerds, em contato com a natureza. Em alguns momentos da narrativa há a representação de pensamentos e alucinação, dando espaço para uma atmosfera cênica mais simbólica e poética. Assim, “Quando eu fecho os olhos” é um realismo lírico, as personagens em alguns momentos se dialogam com o público para exteriorizar sentimentos, com elementos líricos, imagens poéticas, metáforas, linguagem evocativa e o uso simbólico de elementos.