O Centro de Referência do Museu da Língua Portuguesa, por meio de seu Lab_Língua Portuguesa, promove o encontro Reconhecer para transformar: comunidades indígenas em espaços urbanos e o desafio da preservação das línguas. O evento é dedicado a abordar as vivências indígenas no campo da educação formal, na luta pela perpetuação dos seus ensinamentos ancestrais e das suas línguas dentro das complexidades postas no contexto urbano para comunidades que vivem essa realidade. 

Essa discussão dialoga com a nova exposição temporária do Museu, a Nhe’ê Porã: Memória e Transformação. Marco de lançamento da “Década Internacional de Línguas Indígenas (2022 – 2032)”, a mostra trará uma extensa programação visando promover reflexões sobre o tema das línguas indígenas sob diferentes aspectos. 

Uma das bandeiras de luta dos povos indígenas é o fortalecimento de suas línguas, um de seus principais mecanismos de transmissão de conhecimento. Mas e quando o cotidiano acontece numa outra língua? As grandes cidades urbanas brasileiras recebem, cada vez mais, migrantes indígenas que chegam aos centros em busca de acesso aos serviços de educação e saúde e oportunidades que não chegam às aldeias. É um fato que este contato entre indígenas e não-indígenas evidencia tensionamentos de diversas esferas, consequência direta do desconhecimento das múltiplas culturas indígenas e de suas línguas maternas. Neste cenário, as escolas podem operar como um sistema mais amplo de educação e valorização das diversas culturas existentes na sociedade. 

O encontro será dividido em dois momentos, unindo uma visita à exposição temporária, seguida de uma roda de conversa que contará com a presença dos convidados: Anthony Karai Poty, Emerson Oliveira e Ciça Veiga, com a mediação de Eva Aparecida dos Santos. 

Sobre os convidados: 

Anthony Karai Poty: ativista e professor, integrante do coletivo e liderança da aldeia Pyau, na Terra Indígena do Jaraguá, na zona noroeste. Poty também é professor e pesquisador da língua Guarani-Mbya, além de coautor dos livros Pyxai (2017) e Nhande Mbaraete (2017). 

Emerson Oliveira: guarani, professor de sociologia, assessor do Núcleo de Educação Étnico racial – SME São Paulo, e Doutorando em Antropologia Social do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social (PPGAS-USP). 

Ciça Veiga: professora, contadora de histórias, pedagoga, antropóloga, mestra em Línguas indígenas e doutoranda em Etnologia Indígena. Vem há tempos atuando e buscando tecer novos desenhos a partir da presença indígena em nós e nesse território, chamado de Brasil. 

Eva Aparecida dos Santos: assessora do Núcleo Técnico de Currículo do NEER (Núcleo de Educação Étnico Racial da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo). 

Inscrições  

As pessoas que desejarem participar devem se inscrever na plataforma Sympla. Será compartilhada uma lista de presença durante a realização do evento.  

ATENÇÃO: Confira se seus dados estão todos corretos, pois o certificado será emitido com base nas informações preenchidas na plataforma