RUTH MANUS

CADÊ A MÃE DESSA CRIANÇA?

Entre discursos de “você vai viver a plenitude do maior amor da vida” e de “VOCÊ NUNCA MAIS VAI TER UM MINUTO DE PAZ”, tem que haver outra possibilidade de maternidade.

Entre bebês que dormem 12 horas e os que funcionam no modo soneca a cada meia hora madrugada adentro, tem que existir outra coisa. Entre mães que dizem “em dois meses voltei ao meu jeans” e outras que juram que os peitos desceram pro joelho e as olheiras viraram tatuagem, tem que ter uma esperança de meio termo.

Entre as que voltaram pro trabalho plenas em três meses e as que mal conseguem terminar um e-mail quando a criança já está com 17 anos, acho que tem um monte de gente que nem eu. Esse meião, que rende pouca foto boa, mas rende um sorriso pra cada berro.

Essa não é uma palestra. É uma tentativa de stand-up. Uma tentativa de rir do caos que é tentar ser uma mãe ok. Não uma mãe perfeita, não a pior mãe da América Latina. Só uma mãe média. Que acerta umas, erra outras, tenta todo dia- e às vezes parece que ninguém tá vendo os acertos.

Ruth — que é madrasta, agora mãe, e que teve dúvidas sobre querer isso tudo — abre o jogo num papo leve e bem-humorado sobre ser mulher, ser mãe (ou não) e tentar sobreviver com um mínimo de sanidade.

Se tudo der errado, pelo menos a gente ri. Vem- até porque maio não pode ser só flor e presentinho, tem que ter riso e cerveja também. Avisa o povo que dia 17 você precisa de um vale night- alguém além de você é capaz de cuidar dessa criança.