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Se Deus não existe, tudo é permitido? Dostoiévski, Bergman, Von Trier, Coppola e Woody Allen

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Se Deus não existe, tudo é permitido? Dostoiévski, Bergman, Von Trier, Coppola e Woody Allen

23 out - 2021 • 11:00 > 13 nov - 2021 • 13:00

Evento Online via Zoom
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Se Deus não existe, tudo é permitido? Dostoiévski, Bergman, Von Trier, Coppola e Woody Allen

23 out - 2021 • 11:00 > 13 nov - 2021 • 13:00

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Descrição do evento


Se Deus não existe, tudo é permitido? Dostoiévski em diálogo com Bergman, Von Trier, Coppola e Woody Allen

Prof. Dr. Flávio Ricardo Vassoler

Quando: 23/10, 30/10, 06/11 e 13/11/21, sábados, das 11h às 13h (horário de Brasília). 

Onde: o curso será oferecido pela plataforma Zoom. Para assistir às aulas, será preciso fazer um cadastro gratuito no Zoom (clique aqui) e baixar o programa, também gratuitamente, em seu celular ou computador. O link para a sala de aula será enviado para os/as inscritos/as, por e-mail, até o dia 21/10/21, antevéspera do início do curso. 

Observações:

1. As aulas serão ministradas ao vivo. Quem não puder assistir às aulas em tempo real terá acesso às gravações. Bastará enviar um e-mail para o professor (within_emdevir@yahoo.com.br), após a inscrição, para relatar a necessidade de acompanhar as aulas gravadas.

2. Ao fim do curso, será emitido um certificado digital com a discriminação da carga horária total (8 horas). 

3. O curso não pressupõe conhecimento prévio das obras de Fiódor Dostoiévski e dos filmes de Ingmar Bergman, Lars von Trier, Francis Ford Coppola e Woody Allen. Faremos as análises conjuntamente ao longo das aulas.

4. Quem se inscrever no curso em questão terá acesso às 4 aulas gravadas do curso Conhecendo a fundo as principais obras de Dostoiévski, também ministradas por mim. 

5. Recomenda-se a leitura das obras de Fiódor Dostoiévski a partir das traduções publicadas pela Editora 34.   

6. Se as vagas do curso se esgotarem e você não conseguir fazer sua inscrição aqui pela plataforma Sympla, envie um e-mail para o professor (within_emdevir@yahoo.com.br), pois você ainda poderá se inscrever para ter acesso às aulas gravadas do curso. 

Sinopse do curso:

No ano do bicentenário de nascimento do mestre russo Fiódor Dostoiévski (1821-1881), o curso em questão visa colocar o escritor em diálogo com grandes cineastas, tais como o sueco Ingmar Bergman (1918-2007), o dinamarquês Lars von Trier (1956 - ) e os estadunidenses Francis Ford Coppola (1939 - ) e Woody Allen (1935 - ), para que, partindo do aforismo atribuído a Ivan Karamázov, protagonista do romance Os irmãos Karamázov (1880), como chave essencial para a compreensão dos conflitos e esperanças da modernidade - "Se Deus não existe, tudo é permitido" -, possamos analisar os desdobramentos (anti)éticos de um mundo, cujo sentido já não está imediatamente transcrito pela cartografia do céu e das estrelas.

É assim que desdobraremos tal crise constitutiva da modernidade transpassada pelo potencial exílio de Deus por meio de diálogos entre Kiríllov, (anti-)herói do romance dostoievskiano Os demônios (1872), Ivan Karamázov e Antonius Block, protagonista do filme O sétimo selo (1957), de Ingmar Bergman, a respeito da agonia divina e de nossa busca por sentido para a vida; entre Nikolai Stavróguin e Piotr Vierkhoviénski, personagens de Os demônios, e o coronel Walter Kurtz, oficial das Forças Armadas dos Estados Unidos e (anti)-herói do filme Apocalypse Now (1979), de Francis Ford Coppola, sobre uma possível anatomia niilista do mal; entre Ródion Raskólnikov e Chris Wilton, (anti-)herói niilistas, respectivamente, do romance dostoievskiano Crime e castigo (1866) e do filme Match Point (2005), de Woody Allen; e entre o príncipe Míchkin, Nastácia Filíppovna e Rogójin, personagens do romance O idiota (1869), de Dostoiévski, e Selma, protagonista do filme Dançando no escuro (2000), de Lars von Trier, sobre se a beleza, ao tentar salvar o mundo por meio da bondade, não seria sitiada pelas feridas e contradições humanas. 

Frisa-se que o curso não pressupõe conhecimento prévio das obras de Fiódor Dostoiévski e dos filmes de Ingmar Bergman, Lars von Trier, Francis Ford Coppola e Woody Allen. Faremos as leituras e análises conjuntamente ao longo das aulas.

Estrutura das aulas [sábados, das 11h às 13h (horário de Brasília)]:

Aula 1 (23/10/21): Dostoiévski, Ingmar Bergman e uma possível genealogia da agonia de Deus (e da busca humana por sentido para a vida). O cavaleiro medieval Antonius Block, protagonista do filme O sétimo selo, de Ingmar Bergman, retorna de uma cruzada inglória pela Terra Santa e questiona, já em meio ao crepúsculo e à obsolescência da Idade Média, o silêncio de Deus: "Se a dúvida me corrói, se a angústia me toma, por que Deus não me responde, por que o Senhor não me consola?". Em diálogo com as trajetórias de Antonius Block e de duas grandes personagens niilistas de Fiódor Dostoiévski, tais como o suicida Kiríllov (Os demônios) e o parricida Ivan Karamázov (Os irmãos Karamázov), analisaremos como o caminho de radical tranformação histórico-filosófica que irrompe dos escombros da Idade Média até a formação da modernidade configura uma possível genealogia da agonia de Deus (e da busca humana por sentido para a vida).

Aula 2 (30/10/21): Se Deus não existe, tudo é permitido? - Parte I: Dostoiévski, Francis Ford Coppola e uma possível anatomia niilista do mal. O coronel Walter Kurtz, oficial das Forças Armadas dos Estados Unidos e protagonista do filme Apocalypse Now, do diretor estadunidense Francis Ford Coppola, parece encarnar, em meio à guerra imperialista movida pelos EUA contra o Vietnã em meados da década de 1960, "a vontade de poder que se degenera na maldade mais rematada" - assim sentencia o agente da Central Intelligence Agency (CIA) recrutado para abater Kurtz em meio à floresta do Cambodja, onde o ex-militar estabeleceu um povoado à parte, sob o seu domínio, para escapar à efetiva maldade que o cotidiano moderno administra como a sociopatologia da vida cotidiana. Em diálogo com o lascivo Nikolai Stavróguin e o homicida Piotr Vierkhoviénski, personagens do romance Os demõnios, de Dostoiévski, veremos como o niilismo que pretende fazer terra arrasada da tradição histórica acabou dando vazão ao terror sádico da guilhotina, à revelia de suas intenções de renovação política, social e moral do mundo.

Aula 3 (06/11/21): Se Deus não existe, tudo é permitido? - Parte II: Dostoiévski, Woody Allen e a sociopatologia da vida cotidiana. A galope do niilismo da modernidade, o jovem intelectual (e pauperizado) Ródion Raskólnikov, (anti-)herói do romance Crime e castigo, de Dostoiévski, se pergunta: "O questionamento radical em relação à existência de Deus não me autorizaria a matar o Não matarás? Os seres extraordinários, para quem tudo é permitido, estancariam o machado em respeito à vida humana, inibidos pela culpa que se transforma em uma mera sombra com o crepúsculo de Deus?". Após cometer o crime - isto é, os crimes, pois o jovem cometeu um duplo homicídio -, Raskólnikov se vê às voltas com o fardo de ter aspergido sangue alheio - eis o castigo não apenas como punibilidade jurídico-policial, mas como expiação moral. O diretor estadunidense Woody Allen, leitor contumaz de Dostoiévski, nos faz pensar, por meio da trajetória de Chris Wilton, (anti-)herói do filme Match Point, que o crime já pode se esgueirar sem temer qualquer castigo moral: se a ascensão da pobreza na Irlanda ao coração da burguesia inglesa, em Londres, pressupuser a remoção de um obstáculo (mais niilista e precisamente, de uma vida humana), "por que não o fazer", pondera Chris, "se os marcos da vida moderna são o egoísmo e o narcisismo?". Veremos então como, de Dostoiévski a Woody Allen, Crime e castigo será ressignificado como crimes sem castigo. 

Aula 4 (13/11/21): A beleza salvará o mundo? O mundo salvará a beleza? Dostoiévski, Lars von Trier e a encruzilhada da bondade. O príncipe Míchkin, protagonista do romance O idiota e fusão dostoievskiana de Jesus Cristo e Dom Quixote, o nobre cavaleiro do romance homônimo de autoria do espanhol Miguel de Cervantes (1547-1616), procura viver segundo a máxima benevolente de que "a beleza salvará o mundo". (A beleza em sentido não apenas estético, mas, essencialmente, ético.) É assim que Míchkin tenta oferecer a outra face do perdão para o justiceiro Rogójin, na mesma medida em que busca justiça para com a aviltada Nastácia Filíppovna. Os profundos infortúnios da bondade para Míchkin como que prenunciam os dilemas angustiantes de Selma, protagonista do filme Dançando no escuro, de Lars von Trier. Como Míchkin, Selma tenta fazer o bem para seu filho, seus vizinhos e amigos a ponto de (quase) abrir mão da própria individualidade. No momento derradeiro, quando Selma precisa optar entre a vida de outrem e a própria vida, a personagem de Von Trier, como o príncipe dostoievskiano, se oferece em holocausto em prol da vida alheia. É assim que, ao fim e ao cabo, Selma bem poderia perguntar a Míchkin: "O mundo salvará a beleza?". 

Sobre o professor: 

Flávio Ricardo Vassoler, escritor, professor e youtuber, é doutor em Letras (Teoria Literária e Literatura Comparada) pela Universidade de São Paulo (USP), com pós-doutorado em Literatura Russa pela Northwestern University, que fica em Evanston, nos Estados Unidos. Durante o mestrado, realizou um curso de língua russa e pesquisas bibliográficas junto à Universidade Russa da Amizade dos Povos, que fica em Moscou, na Rússia. É autor do romance O evangelho segundo talião (nVersos, 2013); do livro de ensaios e aforismos sobre cinema, literatura e teoria social Tiro de misericórdia (nVersos, 2014); do livro-tese Dostoiévski e a dialética: fetichismo da forma, utopia como conteúdo (Hedra, 2018); do livro de crônicas, ficções e ensaios Diário de um escritor na Rússia (Hedra, 2019); e do romance de formação em diálogos Metamorfoses, os anos de aprendizagem de Ricardo V. e seu pai (Nômade, fiel como os pássaros migratórios, 2021). É colunista do site Brasil 247, para o qual escreve ficções, semanalmente, sobre sua experiência nômade no continente europeu. Colabora, periodicamente, para o caderno literário "Aliás", do jornal O Estado de S. Paulo; para o caderno "Ilustríssima", do jornal Folha de S.Paulo; e para as revistas Carta CapitalVeja Piauí. Canal no YouTube: clique aqui

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Sobre o produtor

Prof. Dr. Flávio Ricardo Vassoler

Flávio Ricardo Vassoler, escritor, professor e youtuber, é doutor em Letras pela USP, com pós-doutorado em Literatura Russa pela Northwestern University (EUA). É autor de, entre outros, "Dostoiévski e a dialética: fetichismo da forma, utopia como conteúdo" (Hedra, 2018) e "Diário de um escritor na Rússia" (Hedra, 2019). Colabora, periodicamente, para os jornais "O Estado de S. Paulo" e "Folha de S.Paulo"; e para as revistas "Carta Capital", "Veja" e "Piauí".

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