A conscientização sobre a fragilidade dos monumentos frente ao seu tempo de existência e aos agentes agressivos, tanto de origem humana quanto climática, exige uma mudança profunda e urgente nos conceitos e nas avaliações das intervenções em todo o conjunto estrutural das edificações históricas, que se encontram, em sua maioria, em avançado estado de degradação.
O crescimento e a expansão urbana, caracterizados nas últimas décadas por um ritmo particularmente acelerado em áreas originalmente rurais, têm imposto desafios adicionais à preservação do patrimônio edificado. A coexistência entre o moderno e o antigo é totalmente possível, desde que orientada por princípios de preservação e conservação das técnicas construtivas e suas compatibilidades, evitando-se a espetacularização arquitetônica, muitas vezes associada apenas a interesses econômicos e privados.
Torna-se essencial compreender as técnicas e os materiais construtivos dos séculos XVII e XVIII, bem como identificar os elementos remanescentes e as anomalias que afetam esses monumentos. Esse trabalho é emergencial e deve ser conduzido em diálogo com a comunidade e com os responsáveis pela guarda dos bens, assegurando sua subsistência até que uma intervenção completa se torne viável.
Importante salientar: no século XVIII, o meio ambiente era predominantemente rural, caracterizado por um clima estável e agradável, com temperatura, umidade e circulação de ar constantes, além de águas frequentemente cristalinas. Os eventos climáticos extremos que enfrentamos atualmente podem potencializar e causar danos físicos imediatos, como o deslocamento de fachadas, telhados e até mesmo de estruturas inteiras, entre outros.
Os materiais e as técnicas construtivas antigas foram projetados para resistir a condições climáticas específicas de sua época. Diante dos novos desafios, torna-se urgente adotar critérios mais rigorosos para a preservação imediata do patrimônio edificado e abrir espaço para que reflexões técnicas ocorram.
É, portanto, de extrema importância conhecer e valorizar os benefícios produzidos pelas metodologias tradicionais e pelas particularidades dos materiais e técnicas compatíveis, tanto sob os aspectos culturais e educativos quanto sob os pontos de vista socioeconômico e climático.
Serviço:
Seminário: Técnicas Construtivas do Patrimônio Mineiro e Conservação Frente às Emergências Climáticas
Data: 23/04/2025
Local: Auditório IEPHA/MG
Horário: 08h às 17h (duração 8h)
Programação
1. Abertura (40 min) – 8h
• Boas-vindas e apresentação do seminário – Presidente
• A importância do monitoramento para a preservação do patrimônio mineiro: Iepha na Estrada com Patrícia Nunes (DCR) e Carol Ministério (DPR)
2. Patrimônio Mineiro Edificado: Materiais e Técnicas Tradicionais – 9h40
• Características arquitetônicas e materiais típicos (taipa de pilão, adobe, madeira, pedra, etc.)
• Métodos tradicionais de construção e sua durabilidade
3. Diagnóstico e Mapeamento de Riscos no Patrimônio – 10h10
• Identificação de vulnerabilidades estruturais.
• Possíveis impactos de eventos climáticos extremos (chuvas intensas, calor e secas excessivas, erosão etc.).
• Estratégias para prevenção de danos.
Com Fernando de Castro, Ellen Fernandes (DCR) e convidados: Paulo José Narciso, Rogério Narciso Júnior e Aleixo Thomás
4. Estudo de Caso – 11h
• Resumo e imagem do conjunto estrutural "Gaiola" (séc. XVII, XVIII e XIX)
Com Fernando de Castro (DCR) e convidados: Paulo José Narciso, Rogério Narciso Júnior e Aleixo Thomáz
Almoço – 12h
5. Oficinas Práticas – 13h30
• Amarração de pau a pique
• Produção de adobe
Com Fernando de Castro, Ellen Fernandes (DCR) e convidados: Paulo José Narciso, Rogério Narciso Júnior e Aleixo Thomáz – Educativo APPA
6. Intervalo – 16h
7. Encerramento – 16h30
• Reflexões finais e encaminhamentos
• Agradecimentos e conclusão
Os certificados serão ficarão disponíveis via plataforma SYMPLA após o término do evento.