Tiago do Bandolim, ou Tiago Souza como também é conhecido segue os passos do pai, Ronaldo do bandolim, um ícone do bandolim brasileiro, tocando com emoção e liberdade, faz parte de uma safra de músicos formada na lapa dos anos 2000, misturando em sua formação o choro tradicional e outras influencias como baião, samba, tango e jazz, criando assim um estilo próprio de interpretação e improvisação. Participou de alguns trabalhos memoráveis no cenário instrumental como os grupos “Regional Carioca”, “Semente choro-jazz”, e participa atualmente dos grupos “Choro na Rua” e “Nó em pingo d’agua” além de figurar em diversas gravações de cd’s e vídeos no choro e no samba, Em 2017 lançou seu primeiro álbum solo “De Soslaio” com as diferentes influências do choro. A proposta do baile afrochoro é revisitar o vasto repertório do choro e explorar sua variedade rítmica trazendo elementos das nossas raízes africanas. Tendo em vista que o choro nasce da fusão de músicas europeias com interpretações do nosso povo brasileiro, com forte influência africana, o Baile Afrochoro resolver trazer Pixinguinha de volta ao terreiro com releituras interessantes de clássicos deste gênio, e também Baden Powell, Egberto Gismonti, Chiquinha Gonzaga, Hermeto Pascoal, Mauricio Carrilho, Jacob do bandolim e muito mais. Tudo começou na audição do cd choro impar , do violonista e compositor Maurício Carrilho, ao chegar na faixa que dá nome ao projeto “Afrochoro” , fiquei encantado com a mistura dos tambores do candomblé com a melodia e a harmonia de um bom choro, que até então eu só tinha ouvido com Baden Powell ao gravar “Canto de Xangô” no clássico disco Afrosambas com Vinicius de Moraes, a partir daí foi feita uma pesquisa sobre a percussão no choro e como alguns ritmos afro-religiosos se aproximavam das levadas do choro, e logo de cara me veio à memória a música de Chiquinha Gonzaga, o Corta Jaca(ou Gaúcho), cujo nome tem origem numa dança afro-brasileira, e dessa pesquisa nota-se uma aproximação tímida em algumas obras, mas sempre tocadas ao som do pandeiro, resolvi inovar utilizando nossa mais profunda ancestralidade, vamos “reafricanizar” o nosso choro, afinal de contas se não fosse nossos antepassados afro-brasileiros o choro continuaria sendo visto como música europeia tocada por brasileiros.