De 5 a 8 de dezembro a Cia Candongas apresenta a 2ª temporada de Uiraçu, seu mais recente espetáculo, que também é um jogo, onde cada espectador é, além de plateia, um jogador e peça importante no desenvolvimento da história. Como jogador, os espectadores podem interagir online com outros jogadores e ainda definir o rumo dos acontecimentos.

Em Uiraçu, o desafio a ser trabalhado foi o Exercício de Cidadania e para tanto os Candongueiros pesquisaram revolucionários da nossa história que lutaram, cada um a seu modo, por um Brasil melhor e independente de repressões e colonialismos. Brasileiros históricos como Maria Felipa, Luiza Pinta, Sepé Tiaraju, Joaquim Cândido, Dadá (a cangaceira), Zuzu Angel e o Profeta Gentileza serviram de arquétipos para as construções dos personagens que formam um grupo de rebeldes, chamado Bando Uiraçu na peça.

Estes personagens sofrem a repressão de um poder oficial em uma sociedade distópica. Para compor a dramaturgia desta distopia e do julgamento ao qual o Bando é subjugado, a companhia baseou-se em um momento histórico: a reunião presencial dos Conjurados Mineiros para a leitura da sua primeira sentença, das duas enviadas pela coroa, que condenou a maioria dos envolvidos à morte. Assim como aconteceu na Inconfidência Mineira, o espetáculo também explora a opressão colonial, a reação dos réus e os desdobramentos desta sentença no desencadear de seus dramas.

Mas, no caso do espetáculo Uiraçu, o público presente tem o poder de agir, através do jogo, durante o espetáculo, para influenciar nos rumos da história que acontece ao vivo na sua frente. A Companhia acredita que o espetáculo propõe uma metáfora prática e lúdica do exercício de cidadania por meio de interação presencial e virtual.  

A distopia acontece num mundo onde a população está subjugada a um poder repressor chamado “Uniformidade”, associado a outra entidade que lucra com essa repressão: o “Mercado Financeiro”. Que além de reprimir as ações do povo, abominam a empatia e limitam a distribuição de oxigênio como forma de manter o povo sob controle e acumular mais riqueza. Mas, inconformados, algumas pessoas da população resolvem criar o Bando Uiraçu para que, unidos, organizem uma rebelião contra a Uniformidade: são eles Dadinha, Gentil, Joca, Luz e Tipé – mas entre eles há um traidor.

Para dar andamento à peça, a Cia decidiu transformá-la num game e instigar a participação do público. “Queríamos que as pessoas se divertissem e participassem de Uiraçu ativamente, por isso surgiu a ideia de transformá-la num jogo online que, ao longo da peça, vai distribuindo tarefas à plateia”, conta Gustavo Bartolozzi, gestor da Cia Candongas.

A principal dinâmica divide o público entre galinhas, lobos e águias e é baseado naquele jogo antigo do polícia, vítima e assassino. No jogo, que acontece pelo celular dos expectadores e em 4 momentos do espetáculo, os lobos podem prender as águias; as águias podem transformar galinhas em águias; as galinhas podem bloquear a ação de um lobo; os lobos podem prender águias. Além dessa interação via celular, o público também pode defender um dos revoltosos/réus ao vivo. E pelo celular pode votar em qual personagem dos revoltosos quer libertar e/ou julgou ter a melhor defesa.

O "Guia Uiraçu", que é o jogo, funciona como uma linha do tempo de qualquer rede social. “As informações aparecem sempre no topo da lista nos momentos específicos do espetáculo, pedindo para que as pessoas participem, joguem, apostem, respondam questões que no final ajudam a definir o final da história.

Mais informações sobre o jogo, acesse o tutorial do mesmo: https://youtu.be/lzHPPqLfBOo 

Sobre o espetáculo Uiraçu__________________________________
Segundo o gestor, o grande diferencial de Uiraçu é sua inovação. “Não é só uma peça de teatro e nem só um jogo também. É uma experiência completamente diferente que o público terá porque ele vai poder interferir diretamente na história, decidir o que acontece, participar ativamente ou ser espectador, de acordo com o que desejar”.

Uiraçu é dirigida pelo renomado Paulo Flores, fundador do grupo teatral gaúcho “Ói Nóis Aqui Traveiz” e traz no elenco Carolina Cândido, Chica Reis, Gustavo Bartolozzi, Rogério Gomes e Wesley Simões. O texto da peça foi escrito pelo Núcleo de Dramaturgia da Candongas, formado por Bartolozzi e Guilherme Theo, com orientação Anderson Feliciano.

O projeto compartilha a missão da Companhia Candongas, que há 30 anos, procura “fortalecer a identidade do Brasil não oficial, por meio de uma arte que conjugue afeto, prazer, responsabilidade social e senso crítico”.

Os ingressos são gratuitos e podem ser retirados no site da Sympla. Após adquirir o ingresso, o espectador deve entrar no  https://uiracu.ciacandongas.com.br/ e criar seu avatar do jogo. Ou, como alternativa criada pela produção fará o login sem cadastro prévio.

O Projeto é realizado pela Cia Candongas com patrocínio da Cemig, por meio da Lei Estadual de Incentivo à Cultura de Minas Gerais, da Emenda Parlamentar no âmbito do Termo de fomento 011848/2023 firmado com a Fundação Nacional de Artes – FUNARTE e também com copatrocínio da Copasa, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura.

Ficha Técnica______________________

Direção: Paulo Flores

Assistência de Direção: Cláudia Henrique

Dramaturgia: Guilherme Théo e Gustavo Bartolozzi

Elenco:

Carolina Cândido

Chica Reis

Gustavo Bartolozzi

Rogério Gomes

Wesley Simões

Cenógrafo e figurinista: Marcelo Xavier, com contribuição de Wesley Simões

Confecção de adereço e figurino: Adriano Borges

Confecção de cenário: Gastão Arreguy Filho e Sumaya Costa

Trilha sonora: Geovanne Sassá, com participação de Fernando Muzzi

Voz da Uniformidade: Antônio Rodrigues

Voz do Sistema: Antônia Claret

Captação e Tratamento de Áudio: Rodolfo Goulart (Circo Miudinho)

Preparação corporal e coreógrafo: Marcos Miranda

Preparação Musical: Geovanne Sassá

Preparação vocal: Kátia Couto

Desenvolvedores do jogo: John Everton Goncalves Aguiar Santos

Coordenação Técnica: Cleverson Eduardo

Iluminação: Cleverson Eduardo

Audiovisual e fotografia: Aline Teixeira

Produção: Jü Ribhäs (Juliana Ribas)

Contabilidade: MCosta e Vaz Serviços Contábeis

Prestação de contas: Contas & Pontos Culturais

Gestores: Cláudia Henrique e Gustavo Bartolozzi

Coordenação de projeto: Rapsódia LTDA

Auxiliar administrativo: Nilza Zanandreis

Assessoria de Imprensa: Bicalho Comunicação