Será que a maneira como cultivamos nossos alimentos é sustentável?
Já parou para pensar no impacto ambiental dos nossos hábitos alimentares?
O que você faz com os resíduos orgânicos que você gera diariamente?
O Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo. A monocultura, predominante em nosso país, exaure o solo e reduz a biodiversidade.Estima-se que 80% do desmatamento da Amazônia seja devido a pecuária. O consumo intenso de carne está associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares e câncer.
Estima-se que 50% do que chamamos de "Lixo" seja composto por resíduos orgânicos, ou seja, cascas de frutas, legumes e restos de comida.
Para repensar e discutir essas problemáticas, reunimos especialistas em diversas áreas para apresentar que é possível organizar esse ciclo orgânico e criar um mundo sustentável!
Serão três dias de painéis e palestras abordando o impacto da nossa alimentação e novos hábitos alimentares mais saudáveis e sustentáveis.
Uma visão sobre os processos de compostagem e o reaproveitamento dos resíduos orgânicos.
E para fechar o ciclo, experiências de sucesso no cultivo de alimentos orgânicos e sistemas agroflorestais.
AGENDA:
23/10 - TERÇA - ALIMENTAÇÃO
18h00 - Café de boas vindas
19h00 - Alimentação Ayurvédica - José Luiz e Malu Moraes
Em sânscrito, Ayurveda significa ciência (veda) da vida (ayur) longevidade, vitalidade, saúde física, mental e emocional são seus objetivos. Esse tipo de alimentação raramente trata os sintomas. Na verdade, ela busca evitar que eles apareçam através de uma dieta equilibrada. Portanto, o princípio básico da alimentação ayurvedica é prevenir e manter a saúde do corpo e da mente por meio de uma dieta e um estilo de vida harmonioso
19h40 - Comida gostosa, prática, justa e saudável - Flora Refosco
Aumentar a diversidade no prato amplia as experiências gastronômicas com texturas e visuais incomuns, amplia a consciência.
Usufruímos e contribuímos para a soberania alimentar ao consumir ingredientes variados e priorizar preparos culinários que valorizem as partes não convencionais dos alimentos, as Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) e o uso racional dos recursos.
Flora Refosco considera comida uma maneira poderosa de cuidar de si mesma e das pessoas ao redor. Assim, escolhe o bem estar do ambiente e das pessoas envolvidas na produção do alimento. Busca aprender sobre comida e o que ela faz com a gente – como se relaciona ao bem-estar de corpo e mente, autonomia, prazer, sustentabilidade, identidade, saúde.
20h20 - Painel: Alimentação Consciente e Empreendedorismo
Buscar alimentos saudáveis é uma prática que todos deveriam ter como prioridade nos seu dia a dia. No entanto, muitas vezes esbarramos em conseguir encontrar opções próximas, que entreguem comodidade e estejam adaptadas à rotina caótica que vivemos. Empreender com consciência, especialmente no setor de alimentação é um grande desafio. Além das atividades inerentes a qualquer tipo de estabelecimento que produza alimentos, conscientizar os consumidores e mostrar o valor de uma alimentação saudável é muitas vezes um desafio. Nesse sentido, o painel traz empreendimentos que aceitaram esse desafio e presenteiam nossa cidade com opções conscientes de alimentação. São eles: Vilarejo Cozinha Veg, Pura Comida Orgânica, Loja Bem Estar Veg.
21h30 - Encerramento
24/10 - QUARTA - COMPOSTAGEM
18h00 - Café de boas vindas
19h00 - Compostagem: a solução do Hotel SESC Cacupé - Renato Trivella
A adoção da compostagem pelo SESC de Santa Catarina. Na unidade do Cacupé, em Florianópolis, em um pátio de 700m², trata diariamente 250kg de resíduos orgânicos dos restaurantes da instituição. O composto produzido é doado para interessados e também alimenta o viveiro de mudas da instituição.
Renato Trivella - Engenheiro agrônomo responsável técnico pelo projeto de compostagem na unidade Cacupé do SESC/SC
19h40 - Método Lages de Compostagem e o Programa Lixo Orgânico Zero - Germano Guttler
O Programa Lixo Orgânico Zero (PLOZ) teve início na cidade de Lages no final do ano de 2012. Este programa começou a ser idealizado em 2005 e tinha como objetivo a implantação de hortas em escolas. Nas hortas utilizam-se os resíduos orgânicos das cozinhas destas escolas, pois verificamos que o lixo orgânico era um dos maiores problemas ambientais da cidade.
Assim, a horta passou a ser uma consequência da compostagem. Nessa época, criou-se um sistema mais eficiente e mais fácil para usar estes resíduos e batizamos esta nova técnica de mini compostagem ecológica (MCE), mais tarde batizado de “Método Lages de Compostagem”. Durante os anos de 2013 e 2014, este sistema foi amplamente divulgado na cidade e mais de 100 escolas aderiram ao projeto, mostrando que é uma tecnologia social, aberta e de fácil propagação.
Acredita-se que foram atingidos, com um baixíssimo custo, cerca de sete a dez mil residências, aumentando a compostagem residencial para mais de 30% dos domicílios da cidade.
Germano Guttler – Engenheiro Agrônomo e Professor do Departamento de Agronomia do Centro de Ciências Agroveterinárias (CAV) da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
20h20 - Painel: Tendências e perspectivas Compostagem - Doméstica, comunitária e industrial - Maria Carolina Campestrini
A compostagem é uma solução incrível para reaproveitarmos nossos resíduos orgânicos. Existem diversas técnicas e formas de realizar a compostagem. De maneira geral estamos acostumados com modelos domésticos e adequados para tratar pequenas quantidades de resíduos. Porém, como compostar os resíduos de um super mercado, ou quem sabe de uma central de distribuição de frutas e verduras? Grandes quantidades de resíduos exigem técnicas robustas de compostagem.
Países como Itália e os Estados Unidos já são reconhecidos por investir nesse tipo de solução. Porém, como estamos aqui no Brasil? Essas são algumas das questões que serão abordadas por Maria Carolina Campestrini.
Maria Carolina é Engenheira Ambiental e atua no setor de resíduos sólidos, promovendo a compostagem em diferentes escalas. Acredita na construção de cidades mais sustentáveis a partir da conscientização do indivíduo sobre mobilidade e geração de resíduos é também consultora na Reliqua Compostagem.
21h30 - Encerramento
25/10 - QUINTA - CULTIVO
18h00 - Café de boas vindas
19h00 - Sistemas Agroflorestais - Fazenda da Toca SP
A Fazenda da Toca é uma propriedade de 2.300 hectares, localizada em Itirapina, a 200 km da capital de São Paulo. Um lugar muito especial que é também um modelo de sustentabilidade para o Brasil e para o mundo.
Em 2009, Pedro Paulo Diniz iniciou um novo capítulo dessa história: a Fazenda da Toca Orgânicos. Transformou a propriedade em um espaço dedicado a produção de alimentos orgânicos, que carrega em seu DNA o propósito de conectar e cocriar iniciativas que regenerem o sistema em que vivemos.
Tudo isso entre matas nativas, vilas de moradores, áreas de pesquisa agrícola regenerativa e o Instituto Toca, que se dedica a aplicar, desenvolver e disseminar a cultura do “pensar e viver orgânico”.
Inspirados pela natureza, a Toca investe em pesquisa e desenvolvimento de sistemas agroflorestais em larga escala como forma de garantir a regeneração do solo, do clima e do ecossistema ao seu redor. Realiza parcerias e busca incentivar uma nova ordem para a produção agrícola, gerando maior consciência de que é possível fazer diferente e transformar a realidade da agricultura em nosso País.
Olívia Gomes é Geógrafa pela UNESP, agrofloresteira com vasto repertório de horticultura, de assentamentos com base de reforma agrária à larga escala. Aprende e atua segundo os princípios de Ernst Götsch, com quem trabalhou diretamente nas áreas da Fazenda da Toca. Desenvolve e realiza capacitação técnica para público
diversificado: do agricultor ao empreendedor.
19h40 - Agroecologia e Produção Orgânica: Pesquisas e Desenvolvimento - Epagri Itajaí
A Epagri desenvolve diversos trabalhos de pesquisa e extensão na área da produção orgânica com base agroecológica, abrangendo sistemas de produção de hortaliças, frutas, grãos, pastagens, plantas bioativas, principalmente. O projeto de pesquisa em Hortaliças da Estação Experimental da Epagri de Itajaí (EEI) tem como objetivo a geração e difusão de tecnologias para o desenvolvimento de sistemas agroecológicos de produção de hortaliças. A
experiência nessa área vem desde 1998, sendo desenvolvidos trabalhos com os cultivos de tomate, alface, pepino para conserva, entre outros, além de estudos sobre o manejo do solo, compostagem e avaliação do dos compostos obtidos. O estudo sobre o manejo do ambiente, com o uso de telas e abrigos de cultivo também faz parte dos trabalhos desenvolvidos. A equipe de pesquisa de hortaliças da Epagri - EEI tem obtido resultados relevantes divulgados por meio de boletins técnicos, artigos científicos, cursos e encontros para produtores, técnicos e demais participantes da cadeia produtiva de hortaliças.
Além do mais, o Projeto Hortaliças - EEI é aberto ao público (alunos, agricultores e outros) que a visitam em grande número em busca de saberes relacionados a agricultura agroecológica.
Rafael Ricardo Cantú é pesquisador da Estação Experimental da Epagri de Itajaí; trabalha com nutrição de plantas e no desenvolvimento de fertilizantes orgânicos por meio da compostagem de resíduos agropecuários e agroindustriais.
20h20 - Coletivo de Agrofloresta de Joinville e Região - Christian Duarte Maia
O Coletivo de Agrofloresta de Joinville e Região começou a formar em junho de 2018, com 8 integrantes baseados em 6 propriedades. O coletivo tem como objetivo o estudo e prática dos sistemas agroflorestais e se reuni a cada 15 dias em uma das 6 propriedades para fazer mutirão.
Christian Duarte Maia é um dos membros do coletivo, Engenheiro Ambiental de formação, sempre envolvido na busca por entender as múltiplas relações que nos conectam. Desenvolve projetos ligados ao meio ambiente, cidades, planejamento, hortas, resíduos e permacultura.
21h30 - Encerramento