23 jan - 2014 • 21:00 > 24 jan - 2014 • 02:00
23 jan - 2014 • 21:00 > 24 jan - 2014 • 02:00
NOITE DO BEN –
A banda “Los Sebosos Postizos” resolve fazer show de ultima hora, no Teatro do Centro Cultural Rio Verde, para atender aos fãs, que ficaram sem os shows que fariam com Jorge Ben Jor na Chopeira do SESC Pompéia, cancelados por motivo de saúde do cantor. No palco Jorge Du Peixe, Dengue, Lucio Maia e Pupilo, integrantes do Nação Zumbi, acompanhados de Chiquinho Corazon, Da Lua e Pedro Baby prometem "animar a festa".
Centro Cultural Rio Verde
Rua Belmiro Braga, 181 - Vila Madalena
Ingressos: R$ 50,00
Vendas On Line: www.sympla.com.br
Abertura da casa: 21h
Show: 22h
LOS SEBOSOS POSTIZOS INTERPRETAM JORGE BEN JOR
O MESTRE COM
CARINHO
Começou como
uma festa: a “noite do Ben”, onde Jorge du Peixe (vocal), Lúcio Maia
(guitarras), Dengue (baixo) e Pupillo (bateria e percussão), todos ilustres
integrantes da Nação Zumbi, animavam o verão do Recife e de outras cidades
revisitando clássicos e jóias raras de Jorge Ben Jor sob o codinome de Los Sebosos Postizos. Dez anos depois,
as farras sonoras daquelas noites hoje lendárias passaram por uma alquimia e se
transformaram neste CD de 14 faixas com um título que entrega de cara seu
conteúdo: LOS SEBOSOS POSTIZOS INTERPRETAM JORGE BEN JOR. Assim, simples e
direto.
Na verdade,
essa história de amor se estende por mais de uma década. Discos como A Tábua de
Esmeralda e O Bidú – Silêncio no Brooklyn tem lugar reservado com carinho na
memória afetiva dos integrantes do projeto, um momento de iluminação que, ainda
na metade inicial dos anos 90, ajudou a formatar o conceito original de Chico
Science e Nação Zumbi e, por conseqüência, o próprio Mangue Beat. De certa
forma, “o som universal” que Ben Jor até hoje persegue também é para eles uma
espécie de Santo Graal, tão importante quanto a “batida perfeita” buscada por
Bambaataa, outro mestre inspirador primordial.
Por sorte (e
competência, claro), Los Sebosos Postizos não deixam que essa ligação afetiva e
estética tão forte conduza o disco para o beco sem saída do excesso de
reverência, sempre fatal para a criatividade nesse tipo de projeto. Ben Jor tem
o respeito que merece, mas o verbo “interpretar” aqui é levado às últimas
conseqüências. A começar pelo repertório: boa parte das músicas selecionadas
pertence aos anos iniciais de sua carreira e não ao período considerado canônico,
aquele que, digamos, vai de Força Bruta até África Brasil. São faixas como A
Jovem Samba, Descalço no Parque ou A Tamba, onde ele jogava suingue na Jovem
Guarda ou na Bossa Nova, sem ligar para o nariz torcido de boa parte da elite
cultural da ép.
Esse é um
dos méritos dos Sebosos Postizos: destacar a fase inicial da trajetória de Ben
Jor, rica em achados e invenções, mas que, diante da exuberância dos anos
pós-tropicalismo, quase sempre fica em segundo plano. Os fãs da produção da década de 70 não
precisam, no entanto, se preocupar, pois músicas como O Homem da Gravata
Florida, Os Alquimistas estão chegando os alquimistas e Cinco Minutos
representam com competência a afropsicodelia do homenageado. Assim como o
material dos sixties, elas passaram pelo devido reprocessamento alquímico,
ressurgindo carregadas de dub, ska e outras dezenas de ingredientes, ora mais
melancólicas, ora mais dramáticas, sempre diferentes, sempre iguais.
É um
tratamento que só craques capazes de juntar competência técnica e conhecimento
enciclopédico de música podem viabilizar. Não é fácil lidar com - quanto mais
reinventar - a peculiar métrica de Ben Jor, a falsa simplicidade de sua base
rítmica, as composições que escondem o drama por trás da alegria e vice versa.
Los Sebosos Postizos driblam essas e outras armadilhas sem dificuldade, com a
ajuda de um time de convidados que reúne Gustavo da Lua (percussão), Bactéria
(teclados), Guizado (trumpete) e os backing vocals de Bárbara Eugênia. Sem
esquecer, claro, o papel fundamental da produção de Mario Caldato, capaz de
revelar todas as nuances dos arranjos, às vezes perdidas nas incertas condições
acústicas dos shows. Numa faixa como Rosa, menina Rosa, que fecha o disco, com
seu trumpete a Miles Davis, seus ecos espalhados aqui e ali, sua marcação
precisa do baixo e os mil timbres de guitarra e teclado, essa nitidez é de
deixar neguinho de queixo caído.
O resultado
final faz justiça tanto a obra do homenageado quanto à trajetória de quem
organiza a homenagem. Faz justiça, também, a outro caso de amor, mais distante
no tempo, de Ben Jor com Pernambuco. Afinal, foi por uma gravadora da terra da
Nação Zumbi, a lendária Rozenblit, que ele gravou seu único disco fora da
Phillips na década de 60, o já citado O Bidú – Silencio no Brooklyn, ignorado
na época, mas hoje com status de cult. LOS SEBOSOS POSTIZOS INTERPRETAM JORGE
BEN JOR, nascido no ano da graça de 2012, é um digno continuador dessa paixão.
Renato L.
Rua Belmiro Braga, 181 Vila Madalena
São Paulo, SP
Babel Produções
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