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MEIERHOLD

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MEIERHOLD

14 mar - 2019 • 20:00 > 13 abr - 2019 • 20:00

Evento encerrado

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14 mar - 2019 • 20:00 > 13 abr - 2019 • 20:00

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Descrição do evento

Meierhold

MEIERHOLD, a nova encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, depois do sucesso de público na temporada de verão, está em cartaz na Terreira da Tribo a partir de 14 de março, com apresentações nas quintas, sextas-feiras e sábados às 20 horas.


MEIERHOLD recebeu indicação ao prêmio Açorianos 2018 para melhor espetáculo, melhor ator (Paulo Flores), melhor atriz coadjuvante (Keter Velho) e para melhor iluminação (Clélio Cardoso). Os ingressos a R$ 40,00 e R$ 20,00 podem ser adquiridos de forma antecipada via on line na plataforma Sympla (com taxas) e na Terreira da Tribo (rua Santos Dumont, 1186).

MEIERHOLD tem o apoio da TVE e FM Cultura.


O mote para este novo trabalho do Ói Nóis Aqui Traveiz é o legado, vida e obra do grande mestre do Teatro Mundial que intitula a obra. Ator, encenador e teórico de teatro russo do início do século passado, Meiehold foi preso, torturado e assassinado pelo regime stalinista, bem como o acesso à suas ideias foram proibidas por um largo período de tempo. Coerente com seus princípios, enfrentou, sem jamais se curvar e ceder, a pressão da ditadura stalinista contra a liberdade de criação artística, terminando por cair vítima de sua própria honestidade de artista, da intransigência com que lutou em defesa das suas ideias nos dias sombrios que se abateram sobre a sociedade e as artes russas. Meierhold passa, portanto, de inspiração para evocação, ao qual a Tribo decide realizar para falar sobre arte, para falar sobre teatro como resistência. A encenação parte da livre adaptação da peça da chamada dramaturgia de "micropolítica de resistência” do argentino Eduardo Pavlovski “Variaciones Meyerhold” (2005). “Meierhold” mostra o encenador russo num tempo fora da realidade, póstumo, como um espectro que reflete sobre o seu discurso artístico e os relaciona com momentos dramáticos de sua trajetória pessoal, sujeito ao carcére, tortura e humilhações até o seu brutal assassinato pelas autoridades da Russia stalinista. Na encenação estruturada em fragmentos, Meierhold passa de pensamentos em voz alta a relatos e diálogos imaginários com diferentes interlocutores, como com a sua amada, a atriz Zinaida Reich, também assassinada tragicamente. O espetáculo utiliza-se de diferentes linguagens e recursos, inclusive audiovisuais, fragmentos de poesias surrealistas e cenografia construtivista que remete à utilizada pelo próprio Meierhold. Na encenação estão presentes elementos dos estudos e experimentos de Meierhold como o grotesco, o teatro popular de feira e a biomecânica. Ao construir seus espetáculos Meierhold tinha sempre em vista o objetivo de despertar o público, fazê-lo participar da aventura teatral. A função da arte é soltar um grito de alarme, bradar sua recusa da barbárie e despertar a consciência do ser humano em face do sofrimento. Vsevolod Emilevich Meierhold (1874-1940) é sem dúvida um dos nomes-chave da encenação e da teoria teatral de todos os tempos. Ligado num primeiro momento ao Teatro de Arte de Moscou dirigido por outro grande do teatro russo: Stanislavski. Abandonou cedo a via naturalista para indagar em sua própria concepção dramática – que denominou “teatro da convenção consciente”(1913) – e seus trabalhos experimentais lhe permitiram desenvolver a teoria da biomecânica (1922), um rigoroso método de preparação do ator que tenta explorar ao máximo suas possibilidades físicas e psíquicas. Meierhold elaborou também uma encenação revolucionária e instaurou os princípios do moderno conceito de montagem. Demorou um tempo para compreender a revolução, mas quando o fez seu ardor e seu entusiasmo foram enormes e ingressou no Partido Comunista – chegando a ser uma figura proeminente como militante cultural durante a revolução.Lutou ardorosamente pelos princípios de seu teatro que soube defender até o final e que expôs no Primeiro Congresso de Diretores (1939), onde foi extensamente criticado por não se adaptar ao realismo socialista – a estética que predominava durante o stalinismo. Nesse Congresso – sua última aparição pública – Meierhold defendeu com veemência o direito à liberdade de expressão e de pesquisa como armas revolucionárias. Disse também nessa ocasião que a imaginação era revolucionária e que a verdade e a liberdade eram as armas revolucionárias por excelência. Fez uma crítica duríssima ao realismo socialista como estética teatral, qualificou-a em seu inflamado discurso de medíocre e de carente de talento. Acusou seus críticos e adversários de “ter cometido o crime de afogar a imaginação do melhor teatro russo – o melhor teatro do mundo – transformado em um teatro extremamente tedioso e carente de imaginação”. Pouco tempo depois, em junho de 1939, Meierhold foi detido. Dias depois, sua mulher Zinaida Reich – cenografa, desenhista e atriz – foi encontrada degolada em seu apartamento de Moscou. Meierhold foi brutalmente torturado aos 66 anos de idade na prisão, ficando surdo e semicego. Inventaram para ele acusações de conspiração contra o poder soviético – pertencer a organizações trotskistas e ser agente de potências estrangeiras – e foi obrigado a confirmar estas acusações a partir de humilhações e tortura. Quando, mais tarde, Meierhold pôde ler as declarações contra si assinadas por ele, desmentiu-as todas – obtidas à força de pressão física e moral em interrogatórios que duravam até 20 horas por dia – e solicitou uma entrevista com o juiz, que nunca foi concedida. Escreve uma carta a Molotov explicando-lhe sua situação – nunca respodida. Meierhold foi fuzilado em fevereiro de 1940. Foi um crime cultural. Seu nome foi apagado dos manuais de história e publicações até 1955 quando foi reabilitado. Em 1967, seus textos foram publicados em russo e em 1990 – no 50. aniversário de sua morte – lhe foi prestada uma singela homenagem no Yermolava Theatre. Até o descobrimento de sua tumba em 1991 – no Don Monestery de Moscou – estava enterrado como indigente. Por tudo isso nos lembramos dele: como um dos homens mais importantes do teatro e por seu brutal assassinato e o de sua mulher, durante o stalinismo.

A Tribo encontra a partir da história de Meierhold a oportunidade de refletir e se posicionar frente ao seu tempo e afirmar, mais uma vez, o papel imprescindivel que cabe ao teatro dentro de um projeto utópico de contrução de uma nova sociedade, da imaginação criadora como potente instrumento de transformação, da estética como arma revolucionária. A história de Meierhold não deixa de nos colocar em questionamentos sobre o momento e o lugar em que vivemos. A dinâmica da encenação busca perguntar aos espectadores como Meierhold nos afeta e nos comove no sombrio Brasil de hoje.



FICHA TÉCNICA



MEIERHOLD

Encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz

Adaptação do texto “Variaciones Meyerhold” de Eduardo Pavlovski

Em cena os atuadores Paulo Flores (Meierhold) e Keter Velho (Zinaida, Xamã, Molotov e Imagem da Repressão).

Preparação de atores de Beatriz Britto

Musica orginal de Johann Alex de Souza

Cenografia de Eugenio Barboza e Clélio Cardoso (Adaptação do dispositivo cênico criado por Liubóv Popóva para "O Corno Magnífico" dirigido por Meierhold em 1922.)

Figurinos de Keter Velho

Máscara Molotov de Tânia Farias

Produção audio-visual de Eugenio Barboza

Iluminação de Clélio Cardoso

Contra-regragem de Leticia Virtuoso

Bilheteria de Lucas Gheller 

Local

Terreira da Tribo

Santos Dumond , 1186, Teatro, São Geraldo

Porto Alegre, RS

Termos e políticas

Sobre o produtor

Ói Nóis Aqui Traveiz

O Ói Nóis é um grupo de teatro que existe há 40 anos na cidade de Porto Alegre. É reconhecido por ter desenvolvido uma estética própria e pelo seu compromisso ético e ideológico.

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