Ophelia Metabólica nasceu do desejo colocar em cena a voz e o silenciamento feminino, para refletirmos sobre as estratégias de denúncia e o mascaramento da opressão que vivenciamos, suas representações míticas e socioculturais desde a antiguidade à contemporaneidade. É a finalização de um ciclo, a saga de uma atriz em busca de si mesma, de seu amor próprio. É um solilóquio através do espelho que aborda a concepção, a transformação e a multiplicidade da representação da mulher. O masculino é, ao mesmo tempo, seu contraponto, seu algoz, seu amor, e por fim parte dela mesma.

A dramaturgia nos apresenta uma espécie de rastro de olhar sobre a Ophelia que é múltipla e problematiza várias questões: o papel social das mulheres, sua condição de objeto, o silenciamento, a dor, o abandono, o mítico, o renascimento e a integração. Em seus oito quadros ou molduras a peça recupera diversos fragmentos e perspectivas de histórias famosas, como Frida, Ofélia, Nina, A gaivota, Hamlet e a Teoria do Espelho de Machado de Assis.

Este trabalho caminha em uma linha tênue entre biografia, performance e teatro musical. É uma metabolização de vários processos de vida: de espetáculos e textos literários distintos que se encontram na trajetória da atriz. Suas danças, máscaras, mentiras, suas artes, loucuras, questões, sonhos e realidades dão forma a cada cena, preenchem as molduras. Do encontro com o masculino real descobriu-se a definição metabólica. Nosso jogo de relações e inquietações artísticas se fragmentaram para serem incorporadas, deglutidas, e então se metabolizarem em forma de peça nas personagens de Ophelia.

Ophelia Metabólica estará em cartaz na Funarte MG, nos dias 11, 12, 13, 14 e 15 de dezembro, sempre às 20h. Os ingressos estarão disponíveis em breve pelo Sympla, e também na bilheteria do teatro nos dias da apresentação.

A Funarte MG fica na Rua Januária, 68, Centro.