Palestra | Afetividade e Planejamento do Ensino

Presencial e gratuito.

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Durante séculos, o pensamento filosófico e pedagógico foi marcado pela concepção dualista, segunda a qual o homem era visto como um ser cindido entre razão e emoção - ora ele pensa, ora ele sente - não havendo relação entre essas duas dimensões.  Além disto, a razão era vista como a característica mais importante do ser humano. Os impactos dessas ideias na Educação são identificados até os dias atuais: todo o trabalho educacional desenvolvido nas instituições visa ao desenvolvimento dos aspectos racionais/cognitivos, marginalizando a dimensão afetiva do processo desenvolvido na sala de aula.

Somente no século XVII a concepção dualista começa a ser questionada, principalmente pelas ideias do filósofo holandês Espinosa, apresentando as bases da concepção monista, segundo a qual razão e emoção são entendidas como duas dimensões inseparáveis, dialeticamente relacionadas no desenvolvimento humano. No entanto, ainda foram necessários vários séculos para que as ideias monistas fossem assumidas e a afetividade reconhecida como um importante e inevitável aspecto do trabalho pedagógico – o que ocorreu apenas em meados do século XX.

O Grupo do Afeto, da Faculdade de Educação/Unicamp, que se constituiu no final dos anos 90, foca o olhar nos impactos afetivos que ocorrem em sala de aula. Os dados acumulados das pesquisas permitem afirmar que as relações que se estabelecem entre o sujeito/aluno e os objetos/conteúdos são, também de natureza afetiva, dependendo basicamente da qualidade da mediação pedagógica desenvolvida pelo professor. Assim, tais impactos determinam os movimentos de aproximação ou de afastamento entre sujeito e objeto, de natureza essencialmente afetiva, em função das condições de mediação, em que o professor tem um papel fundamental.

As pesquisas desenvolvidas pelo grupo possibilitaram identificar o perfil do professor de sucesso, carinhosamente conhecido como Professor Inesquecível – aquele profissional que possibilita ao aluno apropriar-se do conhecimento e, simultaneamente, estabelecer uma relação afetiva positiva com o mesmo.

A presente obra – quarto livro organizado - relata trabalhos de pesquisa desenvolvidos pelos membros do grupo, tendo como eixo a relação entre a afetividade e o planejamento das condições de ensino/aprendizagem. É direcionada aos educadores e estudantes que dedicam suas vidas para a construção de uma escola democrática e transformadora.