Participação feminina e a violência política

Data: 18/03/2021 Horário 19h

    Março é mundialmente conhecido como o Mês da Mulher, mas desde 2018 também é o mês em que lembramos o assassinato de Marielle Franco, mulher negra, lésbica e vereadora da cidade do Rio de Janeiro que marcou o mundo com sua forma de fazer política. Pesquisas recentes têm demonstrado que mulheres candidatas são as maiores vítimas de violência política, sendo que nos últimos meses diversos casos foram expostos na mídia de deputadas e vereadoras negras e trans ameaçadas de morte. Por isso, retomamos nosso Ciclo de Debates Antirracistas, iniciando o IDP Consciente 2021, com esse diálogo que procura elucidar conceitos, partilhar experiências de luta e levantar questões sobre o enfrentamento da violência política no Brasil.

Convidadas

Roberta Eugênio 

Advogada formada pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e mestre em Direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Sua dissertação de mestrado teve por tema a violência política de gênero e raça em relação às prefeitas negras brasileiras. Com experiência no campo dos direitos humanos, tem foco especial na teoria das relações raciais, estudos de gênero e políticas públicas com enfoque em gênero e raça. Anteriormente, Roberta atuou como advogada no Instituto de Defesa dos Direitos Humanos-DDH e na organização Redes da Maré, na Casa da Mulher da Maré. Atualmente encontra-se como consultora jurídica parlamentar, desde 2017, faz parte do Instituto Alziras desde janeiro de 2019, como pesquisadora associada e é  coordenadora da Pós Graduação Lato Sensu em Relações Étnico Raciais e Gênero do Ceped/UERJ. É colunista do Congresso em Foco, do UOL, da coluna Olhares Negros, junto a outras pesquisadoras negras das mais diversas áreas de formação. Escreve sobre política, raça, gênero e políticas públicas.

Fabíola Oliveira 

Mulher preta cristã na resistência, educadora, idealizadora e diretora executiva do programa Odarah Cultura e Missão. É articuladora da pauta de Educação Libertadora e está chefe de gabinete da Mãedata da Vereadora Thais Ferreira (RJ). Atua com juventudes em situação de vulnerabilidade social através de formação cidadã em dinâmica racial em espaços de abrigamento institucional e cumprimento de medidas sócioeducativas, e com oficinas nas escolas públicas aplicando planejamentos específicos para o cumprimento da lei 10639, que torna obrigatório o ensino das culturas africanas e afrobrasileiras na educação básica. Atua também com oficinas de formação cidadã em espaços eclesiásticos para a ampliação do debate sobre liberdade religiosa e combate ao racismo religioso e institucional. Integra a Comissão de Direito Sócioeducativo da OAB/RJ.

Mediação: Fernanda Lima

Doutoranda e mestra em Direito, Estado e Constituição pela Universidade de Brasília. Professora de História do Direito na EDAP/IDP. Pesquisadora vinculada aos grupos Asa Branca de Criminologia (UNICAP/UFPE), Maré - Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cultura Jurídica e Atlântico Negro (UnB) e Centro de Estudos em Desigualdade e Discriminação - CEDD (UnB). Foi consultora, junto ao CNJ e ao PNUD, no programa Justiça Presente, na pesquisa "Reentradas e Reiterações Infracionais: Um Olhar sobre os Sistemas Socioeducativo e Prisional Brasileiros".