Maurício Miranda está à frente da direção coreográfica e artística do “Reutilizáveis Corpos Descartáveis”. O espetáculo teve estreia em outubro de 2019 e foi indicado a oito categorias do Prêmio Açorianos de Dança da Secretaria Municipal de Porto Alegre: os de Melhor Espetáculo, Coreografia, Bailarina, Bailarino, Iluminação, Figurino, Produção e Destaque em Jazz. Maurício Miranda recebeu o prêmio de Melhor Coreografia e Pedro Coelho de Melhor Bailarino.

A obra promove a reflexão através da dança sobre o impacto dos acúmulos descartáveis presentes no consumo diário estendido nas relações humanas. De acordo com Maurício, a concepção do espetáculo - criado em conjunto com o elenco - se deu a partir do entendimento de que as pessoas são também reutilizáveis, podendo construir outra significação às relações com os próprios corpos, com outras pessoas e com o meio ambiente. “Somos seres reutilizáveis nos tornando descartáveis? Para onde vai tudo o que é produzido e toda a relação descartável que é estabelecida?”, provoca.

A estreia em 2019 tinha expectativa de um longo ciclo de vida do espetáculo, contudo, 2020 acabou se tornando um ano atípico e toda a cadeia produtiva envolvida a partir desse projeto foi duramente prejudicada. Paradoxalmente, o tema se torna ainda mais relevante e atual também no contexto da pandemia, onde as relações e o consumo tiveram de tomar outras perspectivas e trouxeram novas reflexões ao nosso cotidiano.

Agora, com o novo grupo que dará continuidade ao seu trabalho, a Plural Cia de Dança, conta com alguns bailarinos da primeira montagem e com novos integrantes dispostos a fazer parte do projeto e para futuros trabalhos.

A reestreia do RCD acontece no dia 9 de novembro no Teatro Renascença à convite do Coordenador do Centro Municipal de Dança Airton Tomazzoni para o evento Quartas na Dança.