O espetáculo é um monólogo que mistura artes visuais (projeções em vídeo), narração de
histórias (a transposição para o palco de relatos biográficos gravados durante o processo) e
documentário (a vida e obra de Leonilson) se misturam em um ateliê de costura que é
também um palco. Em cena, Laerte Késsimos expõe não só a sua biografia (em relatos
íntimos gravados e reencenados diante do público), mas também seus quadros, bordados e
criações audiovisuais - operando, narrando e expondo suas criações ao vivo. Trata-se,
portanto, de um evento biográfico e multimídia que tenta unir elementos do próprio teatro,
das artes plásticas e do vídeo. Esse trânsito sem fronteiras entre o relato pessoal e a criação
artística traz para o palco questionamentos urgentes: como uma obra de arte tão pessoal
pode servir a uma discussão pública? Como a exposição sem pudores de uma intimidade
pode ser um ato revolucionário em meio à falência social?