SINOPSE
No espetáculo “VenuS ex Libris”, um homem e uma mulher, no século XXI, se conhecem por um aplicativo de relacionamentos e decidem viver uma fantasia inspirada no texto de Sacher-Masoch.
Duração: 90 min/ Recomendação: 16 anos
“O que se deixa chicotear, merece-o” (A Vênus das Peles, de Sacher Masoch)
Depois de temporadas de destaque no Rio de Janeiro e São Paulo, chega a Curitiba o espetáculo “VenuS ex Libris”. A montagem é inspirada no cultuado livro “Vênus das Peles”, do escritor austríaco Leopold Von Sacher-Masoch. Em cena, os atores Ana Carolina Godoy e Rafael Steinhauser vivem um intenso encontro de dominação e submissão. Ao invés de um palco de teatro tradicional, a encenação será feita num espaço inusitado: a galeria de arte Casa da Imagem. A direção é de Luiz Fernando Marques. As apresentações acontecem dias 7 e 8 de junho (sexta e sábado), às 21h, e no dia 9 (domingo), às 18h. No dia 8, haverá um bate-papo com o diretor após o espetáculo.
Na peça Venus Ex Libris o poder está no centro da cena. Se por um lado o poder pode significar potência no melhor sentido da palavra e de uma expressão de liberdade e realização individual, por outro se desdobra em domínio, controle, subjugação, exploração, entre tantos outros sinônimos. O livro fala sobre relações de poder e chega até teorizar sobre a impossibilidade de uma relação igualitária e cooperativa entre homens e mulheres - pelo menos até que a mulher de fato passe a ter os mesmos direitos dos homens.Enquanto isso não se realiza, ele faz uma comparação da relação homens e mulheres à teoria de Goethe sobre o martelo e a bigorna: “Na grande balança da fortuna, raramente para o fiel; deves subir ou descer; deves dominar e ganhar, ou perder e servir, deves sofrer ou triunfar; deves ser bigorna ou martelo”.Fato é que o poder está presente em toda e qualquer tipo de relação em maior ou menor grau e aqui é levado ao extremo através de um jogo erótico. Tanto que o termo médico “masoquismo” foi cunhado a partir do nome do autor da obra, que também mantinha relações semelhantes em sua vida real. Mas aqui não pretendemos fazer nenhum julgamento de valor e tampouco classificar e limitar à experiência que ambos personagens se propõem, fazendo o mesmo que o médico alemão fez com Masoch. Não estamos falando de uma patologia, mas de uma experiência levada a um limite desconhecido.
Sobre o espetáculo, o diretor Luiz Fernando Marques diz: “Talvez [sejam] duas pessoas que desejam ardentemente sentirem- se vivas a partir de uma experiência (aparentemente) transgressora, no mundo em que vivemos hoje, de tamanhas distâncias e impessoalidades. Afinal, a quem pertence o nosso corpo e as nossas escolhas? Ao Estado? À natureza? Quais são os limites entre a liberdade pessoal e a do outro? O que é ser mulher e o que é ser homem hoje? O que define o feminino? O que define o masculino? Perguntas essas que não temos a pretensão de responder, mas sim contribuir para um debate que vêm cada vez mais ganhando espaço atualmente tanto no meio acadêmico, como na mídia, no meio artístico e nas redes sociais. Entretanto, apesar de serem cada vez mais discutidas, permanecem ainda num plano discursivo, sob o território das palavras, também um instrumento de poder e controle. Nesse sentido, o teatro por sua natureza performática, pode dar a oportunidade e a medida da experiência”.
Na trama: Um homem e uma mulher marcam um encontro para viverem uma fantasia erótica de dominação e submissão inspirada no livro “Vênus em Pele” de Sacher- Masoch. Ele deseja ser submetido por Ela que aceita o desafio. Ambos então começam um jogo, cada um declara os seus princípios, mas os limites e as regras permanecem indefinidas. Mas afinal, quem é o manipulador? Quem define onde começa e onde termina esse jogo? O que cada um deseja dessa experiência? O fato é que ambos se propuseram a entregar-se a um território desconhecido, no limiar da dor e do prazer e, ainda que excitante, ele pode revelar conteúdos obscuros que podem transbordar para além daquela sala transitória de uma grande metrópole em um dia de tempestade.
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FICHA TECNICA
Título: Venus Ex Libris
Dramaturgia: Criação Coletiva
Direção: Luiz Fernando Marques
Elenco: Ana Carolina Godoy e Rafael Steinhauser
Assistente de Direção: Paulo Arcuri
Cenografia: André Cortez
Figurino: Yumi Sakate
Luz: Wagner Antônio
Preparação de elenco: Lucas Brandão e Tomas Rezende
Produção: Núcleo Corpo Rastreado - Gabi Gonçalves
SERVIÇO
Data: dias 7, 8 e 9 de junho, de sexta-feira a domingo
Horário: sexta e sábado às 21h, domingo às 18h
Ingressos: R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia)
Endereço: Galeria Casa da Imagem - R. Dr. Faivre, 591 – Centro
Informações: 041 99857-5558 (fone e WhatsApp)
Duração: 90 min/ Recomendação: 16 anos