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Neste Workshop você aprenderá a realizar com o tecido, uma forma de comunicação de 6000 anos de tradição andina.

A palavra KHIPU, de origem andina significa “nó ou amarrar”. Foi um sistema de comunicação tridimensional em tempos incas e pré-incas. Todo conhecimento, histórias, matemáticas ou qualquer tipo de informação eram amarradas na estrutura do instrumento, que constava de várias cordas coloridas, penduradas de uma corda mãe. Muitos cronistas espanhóis tentaram compreender a forma de leitura dos khipus, sem conseguir entender a verdadeira forma. Com o tempo, a conquista do pensamento ocidental deletou grande parte do legado destes sofisticados objetos, que guardavam muita informação e que infelizmente até hoje não podem ser resolvidas. 

Aquarelas do cronista Fray Martín de Murúa do S. XVII, quem retratou aos últimos KHIPU KAMAYO CUNA , ou seja, os antigos contadores incaicos.

A aparência do khipu é de uma “cortina cheia de cores e nós”, mas antigamente serviam como nós usamos o computador, para guardar informação de rituais, censos, administração, religião, história, etc; como se fosse um livro. O tecido no mundo andino sempre foi comunicador, já não existe tecido sem KAMAQ (aquilo que dá vida ou anima), porque nós acreditamos que cada coisa que sai da mente do ser humano ou da natureza tem kallpa (força do animado), indispensável no nosso pensamento lógico da nossa cultura. Então tudo tem vida. Mas tudo isso não se vive sozinho, isso é vivido entre a comunidade e a natureza, princípio indispensável para a completa harmonia da Pacha (espaço-tempo).

SOBRE OS KHIPUS ADAPTADOS DA ESCOLA-FÁBRICA "KUNPI, ARQUEOMODA ANDINA"

Nós temos uma frase: "tudo aquilo que não se usa, morre no esquecimento" e foi por isso que nos trazemos os khipus alfabetizados que nos chamamos ADAPTADOS. Infelizmente a extirpação cultural que sofreu a civilização andina por parte da Espanha fez que todas as formas de cadastrar informação originarias sejam deletadas e proibidas. Isso por causa da evangelização por parte da igreja católica que impus suas formas de pensamento, sendo queimados milhares de khipus que guardavam todo tipo de informação histórica, sobrevivendo apenas os contáveis

É por tal motivo que tivemos que criar uma nova forma de linguagem dentro do nosso instrumento ancestral, colocando o alfabeto tradicional ocidental, mas respeitando a estrutura da forma, cores e amarração dos nós, que sim segue o padrão originário pré-hispânico.

Dentro de cada KHIPU amarrado nos poderemos guardar poemas, lembranças, datas e tudo quanto imaginemos, ajudando a prolongar os saberes ancestrales da nossa cultura andina. 

Bora amarrar a nossa historia?

Observações

-O link para acesso à sala de Zoom será encaminhado próximo ao dia da atividade, após o e-mail automático da confirmação de inscrição.

Materiais

- 3 rolinhos de barbantes de 3 cores
- Tesoura
- Um pedaço de papelão de caixa
- Pente

Adrián ILave Inca, é Peruano, pesquisador da historia andina e criador da Arqueomoda Andina.